quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Janeiro é o mês do Santíssimo Nome de Jesus. A festa do Santíssimo Nome originou-se no século XVI e era antigamente celebrada no segundo domingo da Epifania. Foi removido do calendário em 1969, “já que a imposição do nome de Jesus já era comemorada no ofício das Oitavas de Natal.“ (motu propri: Mysterii Paschalis, 1969). Foi restaurada e 2002 como uma memória opcional no dia 3 de janeiro.
A ladainha do Santíssimo Nome de Jesus é uma das poucas ladainhas oficiais da Igreja. Devemos recitá-la durante todos os dias deste mês, com piedade, amor e confiança.
Por causa das festas em janeiro que pertencem a infância de Cristo, janeiro também se tornou o mês dedicado a Santa Infância de Jesus.

História e Significado.

“Deus o exaltou soberanamente e lhe conferiu o Nome
que está acima de todo Nome,
a fim de que ao Nome de Jesus todo joelho se dobre,
nos céus, na terra e debaixo da terra,
e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,
para a glória de Deus Pai.” (Fil. 2,9-11)

O próprio Deus revelou o Nome a ser imposto ao Verbo Encarnado, para significar a sua missão de Salvador do gênero humano. É um nome grande e eterno, poderoso e terrível, vitorioso e misericordioso, o único que nos pode salvar. É melodia para o ouvido, cântico para os lábios e alegria para o coração... “Ilumina, conforta e nutre; é luz, remédio e alimento”. (São Bernardo)

A devoção ao Santíssimo Nome de Jesus já arraigada na Igreja desde o seu início, foi pregada e inculcada de modo particular por São Bernardo, São Bernardino de Sena e pelos Franciscanos, os quais difundiram pequenos quadros trazendo as letras do Nome de Jesus.

No caminho para a capela na qual São Felipe orava, em Monte Spaccato, percebem-se algumas inscrições reproduzidas na pedra ao lado do atalho; círculos com as inscrições YHS. Elas foram reproduzidas pelo próprio São Bernardino, pois era sua missão proclamar o Nome de Jesus, e foi daquela forma que ele abreviou o Nome Santo, embora outros o tenham substituído pela forma mais familiar IHS.

O nome “Jesus Cristo” nos foi dado em grego, e pode ser escrito em letras maiúsculas gregas deste modo:

IHCOYC XPICTOC

Por séculos, a forma padrão de abreviar este nome foi usar simplesmente a primeira e a última letras IC XC, como se encontra na maioria dos ícones orientais. São Bernardino, no começo do século 15, mudou tudo, escolhendo usar as duas primeiras letras com a última, portanto IHC e XPC. A letra grega “c” é na verdade um “s”, então era natural escrever IHS XPS, forma na qual o Nome Santo se tornou muito familiar.

Mas por que São Bernardino quis inserir o “h” (que é, na verdade, um “e”)? E por que mudar o “i” em “y”, uma letra não usada em italiano nem em latim? A resposta é que estudiosos cristãos cabalísticos deram atenção ao fato de que o Nome de Jesus, em sua forma original hebraica, contém as quatro letras no Nome Impronunciável de Deus revelado no Antigo Testamento. Com o acréscimo de duas letras hebraicas extras, torna-se pronunciável o Nome Impronunciável.

O Nome revelado a Moisés no Êxodo (Ex 3) é apropriadamente escrito apenas com consoantes, YHWH. De acordo com uma tradição de 3.000 anos, não é permitido tentar pronunciá-lo, e ninguém realmente saberia como fazê-lo, mesmo se pudesse ser feito.

Isso porque o Nome YHWH não é simplesmente um nome como outro qualquer, ele tem um significado, que é: nosso Deus é Aquele que É, o único Ser essencial, o “fundamento do nosso ser”. Nós apenas existimos por causa Dele. O nome inefável expressa que: Ele é e Ele Será. Revelando o Seu Nome a Moisés, Deus revelou algo absolutamente essencial sobre Ele e sobre a Sua relação com o Seu povo. Os deuses de outras nações têm nomes comuns como qualquer pessoa, Moloch ou Astarte, Diana ou Baco. Estes nomes nos dizem algo sobre as pessoas que os usam, mas não muito... São realmente nomes comuns que muitas pessoas poderiam usar, e São Paulo mesmo enumerou um Apolo e um Dionísio entre seus amigos. O Nome de Deus é diferente.

Mas, o Nome se tornou um nome humano, pelo acréscimo das letras hebraicas „shin‟ e „ain‟ às quatro originais, produzindo YEHOSHUWAH; a forma hebraica do nome que conhecemos por JESUS. Assim o Nome Divino se torna um nome humano, o inacessível e impronunciável se torna próximo e familiar. Assim Deus se torna um de nós, e o Nome realmente é “Emmanuel – Deus conosco”.

A São José é dado o tremendo privilégio de lhe dar o nome: “Ela dará a luz um filho e tu porás o nome de Jesus”. Assim fazendo, São José transfere para a criança a plenitude da rica herança de Israel, tornando Nosso Senhor o herdeiro de todos os nomes que lemos nas genealogias de Mateus e Lucas.

O Nome é dado novamente por Pôncio Pilatos, pela forma hebraica da inscrição na Cruz, usando as quatro letras do Nome Divino como as iniciais das quatro palavras: Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus:

Yeshu HaNozri WaMelek Ha Yehudim
Y H W H
 
As letras iniciais das quatro palavras que foram escritas na placa afixada na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo são as mesmas que compõem o Nome de Deus, revelado a Moisés no Êxodo.
 
Não é de se admirar que os chefes dos sacerdotes tivessem ficado tão preocupados com tal inscrição! (Jo 19, 19-22) Pois Pilatos, de improviso, escreveu – e para todo mundo ver – que o seu galileu crucificado é o Deus eterno, o Criador, assim como o Redentor do Mundo!

A devoção.

São Bernardino de Sena, ao pregar, costumava segurar uma pequena prancheta de madeira na qual o monograma IHS que ele privilegiava, era circundado por doze raios de luz, e ele encorajava “cada joelho a se dobrar” perante o monograma.

A devoção ao Nome Santo espalhou-se pela Europa com rapidez surpreendente. Em 1432, o Papa Eugênio IV emitiu uma Bula promovendo a devoção ao símbolo IHS escrito.

A devoção popular levou à composição de um Ofício do Nome Santo, e ao estabelecimento de um dia comemorativo. Em Camaiore di Luca, na Itália, começou-se a celebrar a festa, depois de aprovada para a Ordem dos Franciscanos (1530) e sob o pontificado de Inocêncio XIII (1721), estendida a toda a Igreja.

O dia de festa variou através dos séculos, mas muitos o lembram como o domingo depois do Natal, até 1969, quando foi suprimido. O Santo Padre João Paulo II, na mais recente edição do Missal Romano, restabeleceu a Festa do Santíssimo Nome de Jesus no dia 3 de janeiro.

O Poder contido no Santo Nome de Jesus.

Cada vez que pronunciamos, amorosamente, o Nome de Jesus:
1º - damos grande glória a Deus.
2º - alcançamos grandes graças para nós mesmos.
3º - Ele, Jesus, nos livra de muitos males, doenças, dores e castigos.
4º - a Igreja nos concede Indulgência Parcial, que podemos aplicar às almas do Purgatório;
5º - Nosso Divino Salvador garante, nos Evangelhos, que tudo o que pedirmos ao Pai, em Seu Nome, receberemos.

Por isso a Igreja conclui as orações, na Santa Missa e no Ofício Divino, com o Nome de Jesus, garantia certa de alcançar o que pede.

Invoquemos com amor o Nome de Jesus em todas as circunstâncias. Basta apenas repetir, com muito amor, fé e ternura: JESUS, JESUS, JESUS...

Há também algumas jaculatórias (orações curtas) que aprendemos com o Santo Nome: “Jesus, creio em Vós!”, “Jesus, eu confio em vós!”

Por fim, não podemos nos esquecer da afirmativa de São Paulo: “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Rm 10,13)

ORAÇÃO: Ó, Deus, que constituístes Salvador do mundo o Vosso Filho Unigênito, e ordenastes que fosse chamado Jesus; concedei, propício, que, venerando na Terra o seu Santo Nome, gozemos também no Céu de sua santa presença. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que sendo Deus, vive e reina convosco na unidade do Espírito Santo pelos séculos dos séculos.

(Fonte: Missal Romano e sinopse feita por Jerome Bertram do livro O Nome Divino na  Sagrada Escritura, do Pe. Michael Lewis, tradução de Luciene Lopes e Armando Tomzhinski apud 3º Milênio – Informativo católico, janeiro/2003.)

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