sexta-feira, 29 de novembro de 2013

30 de Novembro

Santo André, apóstolo

Evangelho (Mt 4,18-22): Caminhando à beira do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam jogando as redes ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse-lhes: «Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens». Eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram. Prosseguindo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam no barco, com seu pai Zebedeu, consertando as redes. Ele os chamou. Deixando imediatamente o barco e o pai, eles o seguiram.

Comentário: Prof. Dr. Mons. Lluís CLAVELL (Roma, Italia)

Eu farei de vós pescadores de homens

Hoje, é a festa de Santo André, Apóstolo, uma festa celebrada de maneira solene entre os cristãos de Oriente. Ele foi um dos primeiros jovens a conhecer Jesus à beira do rio Jordão e a ter longas conversas com Ele. Em seguida procurou seu irmão Pedro, dizendo-lhe «Encontramos o Cristo!» e o levou onde estava Jesus (Jo 2,41). Logo depois, Jesus chamou a esses dois irmãos pescadores seus amigos como lemos no Evangelho de hoje: «Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens» (Mt 4,19). No mesmo povoado, havia outros dois irmãos, Tiago e João, colegas e amigos daqueles primeiros e pescadores como eles. Jesus também os chamou para que O seguissem. É maravilhoso ler que eles deixaram tudo e O seguiram “imediatamente”, palavras que se repetem em ambos os casos. Não podemos dizer a Jesus: “depois”, “logo”, “agora tenho muito trabalho...”

Também a cada um de nós — a todos os cristãos — Jesus nos pede cada dia que ponhamos todo o que temos e somos ao seu serviço — isso quer dizer, deixar tudo, não ter nada como próprio— para que, vivendo com Ele as tarefas de nosso trabalho profissional e de nossa família, sejamos “pescadores de homens”. O que quer dizer “pescadores de homens”? Uma bonita resposta pode ser um comentário de São João Crisóstomo. Este Padre e Doutor da Igreja, diz que André não sabia explicar bem a seu irmão Pedro quem era Jesus, e por isso, «o levou à fonte da própria luz», que é Jesus Cristo. “Pescar homens” quer dizer ajudar os que estão ao nosso redor na família e no trabalho para encontrarem a Cristo que é a única luz para nosso caminho.

Reflexão de Frei Carlos Mesters, OCarm
  
 • CAMINHAVA AS MARGENS DO MAR DA GALILÉIA.
Jesus havia saído do deserto, depois de quarenta dias de grande solidão e de lua contra o diabo (Cf. Mt 4,1-11). Ele havia saído vitorioso; seguro do amor de seu Pai e veio à Galiléia; uma terra distante e desprezada; uma terra fronteiriça e de pagãos, só, portanto, consigo mesmo sua grande luz e sua salvação (Cf. Mt 4,12-16). E aqui, Ele começou a proclamar sua mensagem de alegria e de libertação: “O Reino dos Céus agora está próximo! (Cf. Mt 4,17).Não existe mais solidão, nem a agonia do deserto, não existe ausência porque o Senhor Jesus Cristo desceu sobre nossa terra; a Galiléia dos gentios: com certeza, Ele está próximo; Ele é “Deus Conosco”. Ele não está longe. Não ficou parado e escondido, porque Ele próprio “caminha”, passeia às margens do mar, ao longo das costas de nossas vidas pobres e de fato ainda mais além de nossos horizontes. A Galiléia, que significa “anel”: e cuja interpretação nos diz que Ele, Jesus, o Amor, vem desposar-se; unir-se para sempre com Ele. Agora, só nos resta acolhe-lo, enquanto caminha sobre as margens do mar. Ainda na distância, Ele, já nos vê, e isto já sabemos…

O VERBO “VER”, se repete duas vezes, primeiramente ao referir-se a André e a seu irmão, depois a Tiago e a João; este “VER” trás consigo mesmo toda a força e a intensidade de um olhar proveniente do coração, do mais íntimo. E é desta maneira, como o Senhor nos vê: nos lê a profundidade; com uma detalhada atenção amorosa foliada passo a passo nas páginas de nossas vidas; conhece cada coisa de nós e tudo ama.

• Não é nada raro que Mateus utilize muitas vezes um vocabulário familiar para narrar este episódio sobre a vocação e o encontro com o Senhor Jesus. Já que também, encontramos quatro vezes a palavra “irmão”, e duas vezes a palavra “pai”. Somos levados à casa, a nosso principio de vida, ali onde de igual forma nos redescobrimos que somos filhos e irmãos. Jesus entra dentro desta nossa realidade e o faz de uma maneira mais humana; mais nossa, mais cotidiana, entra na carne, no coração, em toda a vida e vem resgatar-nos para fazer-nos nascer de novo.

• “SEGUE-ME” e “VEM”.
São suas palavras simples e claras; Ele nos pede para ficarmos no caminho; andar da mesma forma que Ele. É agradável sentir-se despertar por sua voz! A qual é mais forte e atingível, mais doce que a voz das águas do mundo, que às vezes tendem a ser ruidosas e confusas. Diferente de quando Ele fala, o faz ao coração, tudo se converte em uma grande paz e tudo volta à calma. E depois, nos mostra também a rota, nos assinala o caminho para fazer e a seguir e não deixa perder-nos: “Atrás de mim, diz o Senhor. Só basta receber o convite, só basta aceitar que seja Ele, para que saber mais, só devo segui-lo, pois, Ele nos mostrará o caminho”.

• “DEIXARAM AS REDES E O SEGUIRAM”.
Os dois irmãos, os dois primeiros chamados, o de Pedro e o de André, chegam a ser para nós um exemplo claríssimo, corajoso e convincente no inicio deste caminho. Eles nos ensinam as coisas que se deve fazer os movimentos e a escolha. “Deixar” e “seguir” chegam a ser os verbos chaves e as palavras escritas no coração. São porque, talvez, frequentemente possa ocorrer e ter que considerar tais iniciativas no interior de nossas vidas; no secreto da alma, ali onde só nós podemos ver. Ali onde só o Senhor é testemunho de que inclusive para nós, se cumprem estas maravilhosas palavras do Evangelho, que são tão vivas e fortes, e que mudam a nossa vida.

“EM SEGUIDA”.
Por duas ocasiões, Mateus nos faz ver a prontidão dos discípulos na acolhida do convite do Senhor, que passa, igualmente em seu olhar e em sua voz dirigida para eles. Eles não colocam obstáculos; não duvidam, não tem medo, só confiam cegamente Nele, respondendo em seguida e dizendo sim, àquele Amor. Alem disso, Mateus faz passar diante de nossos olhos todos os elementos que vivificam aquela cena na margem do mar: como por exemplo, as redes, a barca, o pai… tudo ocorre no fundo, tudo passa a segundo plano e tudo é deixado de lado. Só permanece o Senhor, que vai adiante e, atrás Dele, aqueles quatro homens novos, que levam nosso nome e a história, que Deus escreveu para nós.

PARA REFLEXÃO PESSOAL
• Tenho medo das águas que meu coração leva, como se meu mar fosse ameaçador, escuro, inimigo? Posso deixar o Senhor caminhar ao longo das margens comigo?
• Guardo silêncio neste momento? Permito realmente que Jesus passe e se aproxime de mim?
• Deixo que Ele fale, que me diga, talvez pela primeira vez: “Siga-me?. Ou prefiro continuar ouvindo só o rumor do mar e de suas ondas invasoras e devastadoras?

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