quinta-feira, 26 de abril de 2012

MEDITAÇÕES PASCAIS - 14ª Meditação

Cristo ressuscitado, companheiro consolador
“Ora, enquanto conversavam e discutiam entre si, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles” (Lc 24, 15).
Vejam que os discípulos de Emaús caminham em direção ao seu povoado, e durante a viagem eles conversam e discutem: sobre qual assunto? Sobre a vaidade do mundo? Não. Sobre os prazeres passageiros da terra?  Não. Falam sobre o que aconteceu com o Amado Jesus.
Eles confiaram em Jesus e agora estão tristes porque o Senhor morrera crucificado.
Também nós caminhamos, não para um povoado, e sim, para a Pátria Eterna; e durante essa caminhada, que pode durar anos, devemos usar bem o tempo, isto é, nos entreter com as coisas do alto, principalmente quando “nuvens negras” nos ameaçarem.
Eles estavam tristes, mas não revoltados; estavam cercados por uma “nuvem negra”, mas eis que a Luz Eterna se coloca entre os mesmos para dissipar tal nuvem... e eles aceitaram a presença da Luz.
Às vezes, durante essa caminhada rumo à eternidade, sentimo-nos sozinhos, confusos, corremos o risco de perder o verdadeiro sentido e de entrarmos por desvios perigosos. Diante dessas dificuldades, abramos o nosso coração para a Luz Eterna... o nosso caminho será iluminado e não teremos mais dúvida.
Felizes dos discípulos de Emaús que aceitaram a presença de Jesus Cristo; tudo estava “escuro” e logo a “escuridão” desapareceu e surgiu a claridade.
Aceite você também a doce presença de Cristo em sua vida. Como é agradável e seguro caminhar com Ele; caminhamos em plena claridade mesmo quando a escuridão nos ameaça.
Eles discutiam pelo caminho e a discussão cessou quando a Verdade chegou e se pôs a caminhar com eles.
Caminhemos também sempre unidos a Cristo Jesus... abramos o nosso coração somente para Ele e não vacilaremos pelo caminho.
Se aceitarmos a Sua doce presença seremos atacados pelos inimigos, mas Ele nos sustentará e não deixará que a “nuvem negra” das provações nos sufoquem.
Dialoguemos com Cristo Jesus, sejamos dóceis aos seus sábios conselhos, abramos os ouvidos e o coração para Nosso Senhor e caminharemos seguros e sem dúvida.
Vem Senhor, aproxime-se de nós, caminhe conosco, somos pobres cegos e sem a vossa doce presença cairemos em perigosos abismos.
Jesus Querido, amigo fiel, não nos abandone nessa caminhada rumo à Eternidade Feliz. Ó Senhor, como é suave a vossa presença, como é doce a vossa amizade, somente em Ti encontramos a verdadeira segurança.

Comentário ao Evangelho do dia (Jo 6,44-51) feito por Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita, Doutora da Igreja - Caminho de Perfeição, cap. 33-34

«Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá»

     Vendo o bom Jesus a necessidade, buscou um meio admirável por onde nos mostrou o máximo de amor que nos tem, e em Seu nome e no de Seus irmãos fez esta petição: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje» (Mt 6,11). [...] Era mister vermos o Seu [amor] para despertarmos, e isto não uma vez, mas cada dia; por isso Se deve ter determinado a ficar conosco. [...]
     Tenho reparado que só nesta petição duplica as palavras, porque diz primeiro e pede que Lhe deis este pão de cada dia, e torna a dizer: «dai-no-lo hoje, Senhor». Põe-Se diante de Seu Pai, como a dizer-Lhe: já que uma vez no-Lo deu para que morresse por nós, já que é «nosso», não no-Lo torne a tirar, mas O deixe servir cada dia, até se acabar o mundo. [...] O Ele ser nosso cada dia é porque O possuímos aqui na terra e O possuiremos também no céu, se nos aproveitarmos bem da Sua companhia. [...]  
O dizer «hoje» me parece que é para um dia, isto é, enquanto durar o mundo, e não mais. E é bem verdade que é um só dia! [...] E assim Lhe diz Seu Filho que, pois não é mais que um dia, Lho deixe passar em servidão; e que Sua Majestade já no-Lo deu e enviou ao mundo só por Sua vontade, que Ele quer agora por Sua própria vontade não nos desamparar, mas ficar-Se aqui connosco para maior glória de Seus amigos e pena de Seus inimigos. Que agora novamente não pede mais que «hoje» ao dar-nos este Pão sacratíssimo; Sua Majestade no-Lo deu para sempre, como já disse, este mantimento e maná da humanidade, que O achamos como queremos; e, a não ser por nossa culpa, não morreremos de fome, pois de todos os modos e maneiras que a alma quiser comer, achará no Santíssimo Sacramento sabor e consolação.

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