quarta-feira, 25 de abril de 2012


MEDITAÇÕES PASCAIS - 13ª Meditação

“Não ardia o nosso coração quando ele nos falava?” (Lc 24, 32).

Felizes de vocês, discípulos de Emaús, que conversaram amigavelmente com o Senhor da vida e que tiveram o coração atingido pelo fogo do amor que saiu da fornalha ardente de caridade.
Se quisermos que o nosso pobre coração, tão frio e indiferente, arda de alegria, viremos as costas para a voz do mundo e dialoguemos piedosamente com Jesus Cristo. Assim como o fogo reduz em cinza a palha seca, a conversação com o Senhor inflama o coração sedento de Seu amor.
Abramos o nosso coração e tiremos dele toda a “água turva”, isto é, tudo aquilo que não agrada a Nosso Senhor; somente assim o mesmo será aquecido pelo fogo Divino.
Se quisermos que o nosso coração seja uma brasa em nosso peito, desapeguemo-nos de tudo aquilo que o mundo oferece e dialoguemos continuamente com Cristo Jesus, fogo Divino.
O diálogo com as criaturas deixa o coração frio e vazio, enquanto que o diálogo com Cristo o deixa em chamas.
Dialogar com Cristo! Que tempo bem empregado! Que momento de felicidade e paz... é a criatura que mergulha no Infinito.
É preciso ouvir o Senhor, ouvi-Lo sempre; que feche a nossa boca e abra o nosso coração para o fogo Divino, e ele arderá de dor e de amor: de amor por ter encontrado a fonte da verdadeira alegria, e de dor por ter perdido tanto tempo com as criaturas.
                Aquele que ouve com atenção o Senhor receberá contínua consolação: “Bem-aventurada a alma que ouve falar-lhe o Senhor e de sua boca recebe palavras de consolação!” (Tomás de Kempis).

Comentário ao Evangelho do dia (Jo6,35-40) feito por João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005 Carta Apostólica «Novo Millennio Inuente», §§16-17

«Esta é, pois, a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e n'Ele crê tenha a vida eterna»

     «Queríamos ver a Jesus» (Jo 12,21). Este pedido, feito ao apóstolo Filipe por alguns gregos que tinham ido em peregrinação a Jerusalém por ocasião da Páscoa, ecoou espiritualmente também aos nossos ouvidos. [...] Como aqueles peregrinos de há dois mil anos, os homens do nosso tempo, talvez sem se darem conta, pedem aos crentes de hoje não só que lhes «falem» de Cristo, mas também que de certa forma a eles O façam «ver». E não é porventura a missão da Igreja refletir a luz de Cristo em cada época da história, e por conseguinte fazer resplandecer o Seu rosto também diante das gerações do novo milênio?

     Mas o nosso testemunho seria excessivamente pobre, se não fôssemos primeiro contemplativos do Seu rosto. [...] A contemplação do rosto de Cristo não pode inspirar-se senão naquilo que se diz d'Ele na Sagrada Escritura, que está, do princípio ao fim, permeada pelo Seu mistério; este aparece obscuramente esboçado no Antigo Testamento e revelado plenamente no Novo [...]. Permanecendo ancorados na Sagrada Escritura, abrimo-nos à ação do Espírito (cf Jo 15,26), que está na origem dos seus livros, e simultaneamente ao testemunho dos Apóstolos (cf Jo 15,27), que fizeram a experiência viva de Cristo, o Verbo da vida: viram-No com os seus olhos, escutaram-No com os seus ouvidos, tocaram-No com as suas mãos (cf 1 Jo 1,1). Por seu intermédio, chega-nos uma visão de fé, sustentada por um testemunho histórico concreto.

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