segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

DIVINDADE DE JESUS CRISTO, FUNDAMENTO DA VIDA ESPIRITUAL
     A íntima convicção de que Jesus Verbo encarnado é verdadeiramente Deus constitui o primeiro fundamento de toda a nossa vida sobrenatural. Se tivermos compreendido esta verdade e se a pusermos em prática, a nossa vida interior será luminosa e fértil.
     Toda a revelação está contida no testemunho que Deus nos dá de que Jesus Cristo é seu Filho, e toda a fé está contida na aceitação desse testemunho.
     Se crermos, com efeito, na divindade de Cristo, ao mesmo tempo cremos em toda a revelação do Velho Testamento, que tem a sua realização em Cristo; cremos em toda a revelação do Novo Testamento, pois tudo o que os apóstolos e a Igreja nos ensinam não é senão o desenvolvimento da revelação de Cristo.
     Aquele, pois, que aceita a divindade de Cristo abrange de uma só vez o conjunto de toda a Revelação. Jesus é o Verbo encarnado: o Verbo diz tudo o que Deus é, tudo o que Ele conhece: tal Verbo se encarna e revela Deus aos homens. E quando pela fé recebemos a Cristo, recebemos toda a Revelação.
     A convicção profunda de que Cristo é Deus e de que Ele nos foi dado contém em si toda a nossa vida espiritual, e a nossa santidade decorre dessa íntima convicção como de sua fonte. A fé faz-nos penetrar através do véu da humanidade, que esconde a nossos olhos a divindade de Cristo; é ela que nos faz proclamar que Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, igual a seu Pai e ao Espírito Santo em majestade, potência, sabedoria, amor, e nos joga num ato de intensa adoração e de abandono às vontades daquele que, sendo homem, permanece o que é: o Todo-Poderoso e a infinita perfeição.
(Beato Columba Marmion, Paroles de Vie en Marge du Missel, les èditions de Maredsous, 1959, p. 242)

A IGREJA CONTEMPLANDO O MISTÉRIO

1. Se o Verbo que existia no princípio não tivesse sido gerado segundo a carne, não teríamos podido nós também nascer à vida divina. Ele nasceu a fim de que nós renascêssemos! (Santo Agostinho)

2. Pai não gerado, concede-nos receber a graça da adoção Daquele que, desde toda eternidade, tu geras inefavelmente. Concede-nos tornarmo-nos teus filhos de adoção, nós, que por nosso próprio mérito, éramos apenas indignos servos! (Liturgia moçarábica)

3. Participa-se da origem espiritual de Cristo, rebento bendito e isento do vício da nossa raça, quando se é regenerado. Para todo homem que renasce para a vida a água do batismo é como o seio virginal, e o mesmo Espírito que fecundou a Virgem fecunda a pia batismal.
Sua concepção santa evitou-lhe o pecado; a mística ablução no-lo tira! (São Leão I Magno)

4. Hoje o Cristo saiu do seio da Virgem para salvar o mundo. Do mesmo modo, para sua própria salvação, o gênero humano é dado hoje à luz com Cristo, saindo novo e recriado pelos Sacramentos místicos e espirituais, do seio de Maria, isto é, das entranhas da Igreja. (De uma autor africano do IV século)

5. Permite-me, Senhor, falar de ti com fé!
    Deus Admirável, tu és admirável e a maravilha que tu és sobrepuja toda compreensão!
    Na profecia, tu foste chamado Admirável. Tu és admirável e prodigioso e tudo o que em ti é prodigioso é admirável!
    Tua concepção é admirável, teu nascimento é admirável, tu és todo admirável!
    Tu és admirável, tu és incompreensível! A ti a glória! (Da liturgia siro-ocidental)

6. Celebramos com nossos louvores a alegria de teu nascimento muito puro, que é ao mesmo tempo aquele em que foste gerado pelo Pai antes que existissem as montanhas, e aquele em que hoje, na plenitude dos tempos, tu nasceste de um seio virginal. (Da liturgia moçarábica).

7. O Verbo só pode ser visto com o coração, ao passo que a carne pode ser vista também com os olhos corporais. Éramos capazes de ver a carne, mas não éramos capazes de ver o Verbo. Por isso, o Verbo se fez carne que nós podemos ver, para curar em nós o que nos torna capazes de vê-lo! (Santo Agostinho)

8. A Vida se manifestou na carne, para que, nesta manifestação, aquilo que só o coração podia ver, fosse visto também com os olhos, e desta forma curasse os corações. (Santo Agostinho)

9. “Deus se fez homem a fim de que o homem se torne Deus” [Irineu de Lyon]

10. “O Verbo e Filho de Deus que se uniu à carne, torna-se carne, homem perfeito, a fim de que os homens se unissem num só Espírito. Ele é então Deus que porta a carne e nós, os homens, aqueles que portam o Espírito” [Atanásio de Alexandria].

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