Santo
Ambrósio, bispo e doutor da Igreja
1ª
Leitura (Is 11,1-10): Naquele dia, sairá um ramo do tronco de Jessé, e
um rebento brotará das suas raízes. Sobre ele repousará o espírito do Senhor:
espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e de fortaleza,
espírito de conhecimento e de temor de Deus. Animado assim do temor de Deus,
não julgará segundo as aparências, nem decidirá pelo que ouvir dizer. Julgará
os infelizes com justiça e com sentenças retas os humildes do povo. Com o
chicote da sua palavra atingirá o violento e com o sopro dos seus lábios
exterminará o ímpio. A justiça será a faixa dos seus rins, e a lealdade a
cintura dos seus flancos. O lobo viverá com o cordeiro, e a pantera dormirá com
o cabrito; o bezerro e o leãozinho andarão juntos, e um menino os poderá
conduzir. A vitela e a ursa pastarão juntamente, suas crias dormirão lado a
lado; e o leão comerá feno como o boi. A criança de leite brincará junto ao
ninho da cobra, e o menino meterá a mão na toca da víbora. Não mais praticarão
o mal nem a destruição em todo o meu santo monte: o conhecimento do Senhor
encherá o país, como as águas enchem o leito do mar. Nesse dia, a raiz de Jessé
surgirá como bandeira dos povos; as nações virão procurá-la, e a sua morada
será gloriosa.
Salmo
Responsorial: 71
R. Nos dias do Senhor, nascerá
a justiça e a paz para sempre.
Ó Deus, dai ao rei o poder de
julgar e a vossa justiça ao filho do rei. Ele governará o vosso povo com
justiça e os vossos pobres com equidade.
Florescerá a justiça nos seus
dias e uma grande paz até ao fim dos tempos. Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da terra.
Socorrerá o pobre que pede
auxílio e o miserável que não tem amparo. Terá compaixão dos fracos e dos
pobres e defenderá a vida dos oprimidos.
O seu nome será eternamente
bendito e durará tanto como a luz do sol; nele serão abençoadas todas as
nações, todos os povos da terra o hão de bendizer.
2ª
Leitura (Rom 15,4-9): Irmãos: Tudo o que foi escrito no passado foi
escrito para nossa instrução, a fim de que, pela paciência e consolação que vêm
das Escrituras, tenhamos esperança. O Deus da paciência e da consolação vos
conceda que alimenteis os mesmos sentimentos uns para com os outros, segundo
Cristo Jesus, para que, numa só alma e com uma só voz, glorifiqueis a Deus, Pai
de Nosso Senhor Jesus Cristo. Acolhei-vos, portanto, uns aos outros, como
Cristo vos acolheu, para glória de Deus. Pois Eu vos digo que Cristo Se fez servidor
dos judeus, para mostrar a fidelidade de Deus e confirmar as promessas feitas
aos nossos antepassados. Por sua vez, os gentios dão glória a Deus pela sua
misericórdia, como está escrito: «Por isso eu Vos bendirei entre as nações e
cantarei a glória do vosso nome».
Aleluia. Preparai o caminho do
Senhor, endireitai as suas veredas, e toda a criatura verá a salvação de Deus.
Aleluia.
Evangelho
(Mt 3,1-12): Naqueles dias, apresentou-se João Batista, no deserto da
Judeia, proclamando: «Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo». É
dele que falou o profeta Isaías: «Voz de quem clama no deserto: Preparai o
caminho do Senhor, endireitai as veredas para ele». A veste de João era feita
de pelos de camelo, e ele usava um cinto de couro à cintura; o seu alimento era
gafanhotos e mel silvestre. Então Jerusalém, toda a Judeia e toda a região do
Jordão saíam à sua procura e, confessando os seus pecados, eram por ele
batizados no rio Jordão. Quando viu que muitos dentre os fariseus e os saduceus
vinham para o batismo, João lhes disse: «Víboras que sois, quem vos ensinou a
fugir da ira que está para chegar? Produzi fruto que mostre vossa conversão.
Não penseis que basta dizer: ‘Nosso pai é Abraão’, pois eu vos digo: destas
pedras Deus pode suscitar filhos para Abraão. O machado já está posto à raiz
das árvores. Toda árvore que não der bom fruto será cortada e jogada ao fogo.
Eu vos batizo com água, para a conversão. Mas aquele que vem depois de mim é
mais forte do que eu. Eu não sou digno nem de levar suas sandálias. Ele vos
batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão e vai limpar
sua eira: o trigo, ele o guardará no celeiro, mas a palha, ele a queimará num
fogo que não se apaga».
«Produzi fruto que mostre
vossa conversão»
Pe. Walter Hugo PERELLÓ (Rafaela,
Argentina)
Hoje, o Evangelho de São Mateus
nos apresenta João Batista convidando-nos à conversão: «Fazei penitência porque
está próximo o Reino dos céus.» (Mt 3,2).
A ele acudiam muitas pessoas
querendo batizar-se e «confessando seus pecados» (Mt 3,6). Mas entre tanta
gente, João Batista põe o olhar em alguns em particular, os fariseus e
saduceus, tão necessitados de conversão como obstinados em negar tal necessidade.
A eles se dirigem as palavras do Batista: «Dai, pois, frutos de verdadeira
penitência» (Mt 3,8).
Tendo já começado o tempo de
Advento, tempo de gozosa espera, encontramo-nos com a exortação de João, que
nos faz compreender que esta espera não se identifica com o “quietismo”, nem se
arrisca a pensar que já estamos salvos por ser cristãos. Esta espera é a busca
dinâmica da misericórdia de Deus, é conversão de coração, é busca da presença
do Senhor que veio, vem e virá.
O tempo de Advento é,
definitivamente, «conversão que passa do coração às obras e, consequentemente,
à vida inteira do cristão» (São João Paulo II).
Aproveitemos, irmãos, este tempo
oportuno que nos dá o Senhor para renovar nossa opção por Jesus Cristo,
eliminando do nosso coração e de nossa vida tudo o que não nos permita
recebê-lo adequadamente. A voz de João Batista continua ressoando no deserto dos
nossos dias: «Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas» (Mt
3,3).
Assim como João Batista foi para
seu tempo essa “voz que clama no deserto”, assim também os cristãos somos
convidados pelo Senhor a ser vozes que proclamem aos homens a esperança da
vigilante espera: «Preparemos os caminhos, já se aproxima o Salvador e vamos,
peregrinos, ao encontro do Senhor. Vem, Senhor, liberar-nos, vem teu povo
redimir; purifica nossas vidas e não demores em vir» (Hino de Advento da
Liturgia das Horas).
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Se confessar, chamado por
Cristo, derribara-se os muros, desatara-se as cadeias, embora seja muito forte
o fedor da corrupção corporal» (Santo Ambrósio de Milão)
«João Batista prega a fé reta e
as obras boas, para que a forca da graça penetre, a luz da verdade resplandeça,
os caminhos para Deus se endireitem. O precursor de Jesus é como uma estrela
que precede o nascer do sol, de Cristo» (Bento XVI)
«São João Batista, “profeta do
Altíssimo” (Lc 1,76), ele supera todos os profetas, deles é o último, e
inaugura o Evangelho. Saúda a vinda de Cristo desde o seio de sua mãe e
encontra sua alegria em ser “o amigo do noivo” (Jn 3,29), que designa como “o Cordeiro
de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (Jn 1,29) (...)» (Catecismo da
Igreja Católica, n° 523)
“Arrependei-vos! Preparai o
caminho do Senhor, endireitai as suas veredas!”
Pe. Joaquim Domingos Luís
* O Evangelho
apresenta-nos João Baptista, figura especial do tempo de Advento. São Mateus apresenta-o como pessoa de vida
muito austera, representada no que come e no que veste: “Tinha uma veste tecida
com pelos de camelo e uma cintura de cabedal à volta dos rins. O seu alimento
eram gafanhotos e mel silvestre”. A sua mensagem está resumida numa frase:
“Arrependei-vos porque está perto o Reino dos Céus”.
* Os tempos eram difíceis,
mas tudo iria melhorar com a Vinda d’Aquele que ele vinha anunciar. “O mundo
antigo estava a chegar ao fim e um mundo novo estava a surgir… As dores do
presente não deviam ser interpretadas como sinais de morte, mas como o
sofrimento de um parto difícil: antecediam o nascimento de tempos novos”.
* Ao anunciar o Messias
que vai chegar, João Baptista mostra como se prepara a sua chegada: com
humildade, o arrependimento dos pecados, a conversão que se concretiza na
mudança de sentimentos, de hábitos e de comportamentos; a esperança confiante;
a vigilância na atenção à vida e às pessoas; a oração mais frequente e mais
intensa no diálogo com Deus.
* Nos dias de hoje, para
proclamar e viver os valores do Reino que João Batista anuncia com a vida e com
a palavra, somos convidados a viver com sobriedade no vestuário e no alimento,
a um certo desapego de estruturas e esquemas de defesa (o homem do deserto só
em Deus tem o seu apoio); à independência de grupos e partidos para poder
anunciar a todos, livremente, as exigências do Reino e denunciar tudo o que se
lhe opõe; a mostrar pelas ações, que mudámos de vida; é necessário dar bons
frutos e não apenas boa ramagem ou boa palha.
Meditação:
1. Porque é que João
Batista chama “raça de víboras” aos fariseus e saduceus?
2. Em que é que preciso de
mudar de vida? Que vou fazer esta semana?
3. Que preço estou
disposto a pagar para pertencer ao Reino dos céus?
4. Vem aí o Natal. Já
pensei em participar numa celebração penitencial, para manifestar o
arrependimento pelos meus desvios, receber a graça do perdão divino e viver a
mudança interior de coração?
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