1ª
Leitura: Gl 4,4-7 - Irmãos, quando se completou o tempo previsto, Deus
enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de
resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação
adotiva. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do
seu Filho, que clama: Abá – ó Pai! Assim, já não és mais escravo, mas filho; e
se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.
Salmo
Responsorial Sl 96,1-2a.2b-3.10 (R: 3a)
R. Manifestai a sua glória
entre as nações.
– Cantai ao Senhor Deus um canto
novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu Santo nome.
– Dia após dia anunciai sua
salvação, manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo
seus prodígios!
– Publicai entre as nações:
“Reina o Senhor! Ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com
justiça”.
Aleluia. Maria alegra-te, ó
cheia de graça, o Senhor é contigo; és bendita entre todas as mulheres da
terra! Aleluia.
Evangelho
(Lc 1,39-48): Naqueles dias, Maria partiu apressadamente para a região
montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e
saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de
alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte,
ela exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu
ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua
saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre.
Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será
cumprido!». Maria então disse: «A minha alma engrandece o Senhor, e meu
espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de
sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz».
«Todas as gerações me
proclamarão bem-aventurada»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant
Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje, o Continente Americano
celebra solenemente a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, venerada como Rainha
do povo americano. Toda a América a celebra como sua Padroeira. Mas ainda há
mais: todo o mundo se alegra com esta festa da nossa Mãe. Não foi em vão que o
Espírito Santo lhe inspirou estas palavras: «Todas as gerações me proclamarão
bem-aventurada» (Lc 1,48).
Todas as gerações e de todo o
mundo! Parece exagero? Pois não é. Perguntemo-nos, por exemplo: quantas vezes
hoje mesmo repetiremos no mundo inteiro “bendita és tu entre as mulheres”?
Milhões e milhões de vezes. Num só dia! E assim todos os dias! Afinal, o
Espírito Santo não se enganou!
Santa Maria é um caso único:
nenhuma outra pessoa é tão recordada como ela em todos os lugares do mundo. É
um “caso único”, como o é também o seu Filho Jesus, pois «debaixo do céu nenhum
outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos» (At 4,12).
Em relação à Virgem ainda há
outro fato impressionante: Ela é venerada em tantas regiões e lugares
diferentes do mundo e, por vezes, frequentemente, é representada de acordo com
a fisionomia e os traços próprios do lugar. Isto acontece porque Maria é Mãe de
todos e, logicamente, cada um, cada povo a representa de acordo com a sua
própria imagem. Os filhos parecem-se fisicamente com a sua Mãe! Por isso, no
México, a vemos morena e com traços mestiços. E também não foi por acaso que
Maria tenha falado a Juan Diego na língua asteca.
Mas tratemos de nos parecer a
Ela, sobretudo, espiritualmente. A Virgem de Guadalupe reflete nos seus olhos o
seu querido filho Juan Diego. A Nossa Mãe observa-nos! Que responsabilidade tão
grande temos! - Mãe, quisera que nos teus preciosos olhos só se refletissem
coisas boas, como a piedade, humildade e obediência de S. Juan Diego… e as
flores que tu própria lhe deste e de que tanto gostas…
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* Hoje, festa de Nossa Senhora
de Guadalupe - Padroeira das Américas, o evangelho fala da visita de Maria à
sua prima Isabel. Quando Lucas fala de Maria, ele pensa nas comunidades do
seu tempo que viviam espalhadas pelas cidades do império romano e lhes oferece
em Maria o modelo de como devem relacionar-se com a Palavra de Deus. Certa vez,
ao ouvir Jesus falar de Deus, uma mulher do povo exclamou: "Feliz o seio
que te carregou, e os seios que te amamentaram". Elogiou a mãe de Jesus.
Imediatamente, Jesus respondeu: "Mais felizes são aqueles que ouvem a
palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11,27-28). Maria é o modelo da
comunidade fiel que sabe ouvir e praticar a Palavra de Deus. Descrevendo a
visita de Maria a Isabel, ele ensina como as comunidades devem fazer para
transformar a visita de Deus em serviço aos irmãos e às irmãs.
* O episódio da visita de
Maria a Isabel mostra ainda um outro aspecto bem próprio de Lucas. Todas as
palavras e atitudes, sobretudo o cântico de Maria, formam uma grande celebração
de louvor. Parece a descrição de uma solene liturgia. Assim, Lucas evoca o
ambiente litúrgico e celebrativo, em que Jesus foi formado e em que as
comunidades devem viver a sua fé.
* Lucas 1,39-40: Maria sai
para visitar Isabel. Lucas acentua a prontidão de Maria em atender às
exigências da Palavra de Deus. O anjo lhe falou da gravidez de Isabel e,
imediatamente, Maria se levanta para verificar o que o anjo lhe tinha
anunciado, e sai de casa para ir ajudar a uma pessoa necessitada. De Nazaré até
as montanhas de Judá são mais de 100 quilômetros! Não havia ônibus nem trem.
* Lucas 1,41-44: Saudação de
Isabel. Isabel representa o Antigo Testamento que termina. Maria, o Novo
que começa. O Antigo Testamento acolhe o Novo com gratidão e confiança,
reconhecendo nele o dom gratuito de Deus que vem realizar e completar toda a
expectativa do povo. No encontro das duas mulheres manifesta-se o dom do
Espírito que faz a criança estremecer de alegria no seio de Isabel. A Boa Nova
de Deus revela a sua presença numa das coisas mais comuns da vida humana: duas
donas de casa se visitando para se ajudar. Visita, alegria, gravidez, criança,
ajuda mútua, casa, família: é nisto que Lucas quer que as comunidades (e nós
todos) percebamos e descubramos a presença do Reino. As palavras de Isabel, até
hoje, fazem parte do salmo mais conhecido e mais rezado da América Latina, que
é a Ave Maria.
* Lucas 1,45: O elogio que
Isabel fez a Maria. "Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi
dito da parte do Senhor vai acontecer". É o recado de Lucas às
Comunidades: crer na Palavra de Deus, pois ela tem força para realizar aquilo
que ela nos diz. É Palavra criadora. Gera vida nova no seio de uma virgem, no
seio do povo pobre e abandonado que a acolhe com fé.
* Lucas 1,46-56: O cântico de
Maria. Muito provavelmente, este cântico já era conhecido e cantado nas
Comunidades. Ele ensina como se deve rezar e cantar. Lucas 1,46-50: Maria
começa proclamando a mudança que aconteceu na sua própria vida sob o olhar
amoroso de Deus, cheio de misericórdia. Por isso, ela canta feliz: "Exulto
de alegria em Deus, meu Salvador".
Lucas 1,51-53: Em seguida, canta a fidelidade de Deus para com seu povo
e proclama a mudança que o braço de Javé estava realizando a favor dos pobres e
famintos. A expressão "braço de Deus" lembra a libertação do Êxodo. É
esta força salvadora de Deus que faz acontecer a mudança: dispersa os
orgulhosos (1,51), destrona os poderosos e eleva os humildes (1,52), manda os
ricos embora sem nada e aos famintos enche de bens (1,53). Lucas 1,54-55: No fim, ela lembra que tudo
isto é expressão da misericórdia de Deus para com o seu povo e expressão da sua
fidelidade às promessas feitas à Abraão. A Boa Nova veio não como recompensa
pela observância da Lei, mas como expressão da bondade e da fidelidade de Deus
às promessas. É o que Paulo ensinava nas cartas aos Gálatas e aos Romanos.
* O segundo livro de Samuel
conta a história da Arca da Aliança. Davi quis colocá-la em sua casa, mas
ficou com medo e disse. "Como virá a Arca de Javé para ficar na minha
casa?" (2 Sam 6,9) Davi mandou que a Arca fosse para a casa de Obed-Edom.
"E a Arca de Javé ficou três meses na casa de Obed-Edom, e Javé abençoou a
Obed-Edom e a toda a sua família" (2 Sam 6,11). Maria, grávida de Jesus, é
como a Arca da Aliança que, no Antigo Testamento, visitava as casas das pessoas
trazendo benefícios. Ela vai para a casa de Isabel e fica lá três meses. E enquanto
está na casa de Isabel, ela e toda a sua família é abençoada por Deus. A
comunidade deve ser como a Nova Arca da Aliança. Visitando a casa das pessoas,
deve trazer benefícios e graça de Deus para o povo.
Para um confronto pessoal
1) O que nos impede de
descobrir e de viver a alegria da presença de Deus em nossa vida?
2) Onde e como a alegria
da presença de Deus está acontecendo hoje na minha vida e na vida da
comunidade?
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