sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Epifania do Senhor

1ª Leitura (Is 60,1-6):
Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e brilha sobre ti a glória do Senhor. Vê como a noite cobre a terra e a escuridão os povos. Mas, sobre ti levanta-Se o Senhor e a sua glória te iluminam. As nações caminharão à tua luz e os reis ao esplendor da tua aurora. Olha ao redor e vê: todos se reúnem e vêm ao teu encontro; os teus filhos vão chegar de longe e as tuas filhas são trazidas nos braços. Quando o vires ficarás radiante, palpitará e dilatar-se-á o teu coração, pois a ti afluirão os tesouros do mar, a ti virão ter as riquezas das nações. Invadir-te-á uma multidão de camelos, de dromedários de Madiã e Efá. Virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando as glórias do Senhor.
 
Salmo Responsorial: 71
R. Virão adorar-Vos, Senhor, todos os povos da terra.
 
Ó Deus, concedei ao rei o poder de julgar e a vossa justiça ao filho do rei. Ele governará o vosso povo com justiça e os vossos pobres com equidade.
 
Florescerá a justiça nos seus dias e uma grande paz até ao fim dos tempos. Ele dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da terra.
 
Os reis de Társis e das ilhas virão com presentes, os reis da Arábia e de Sabá trarão suas ofertas. Prostrar-se-ão diante dele todos os reis, todos os povos o hão de servir.
 
Socorrerá o pobre que pede auxílio e o miserável que não tem amparo. Terá compaixão dos fracos e dos pobres e defenderá a vida dos oprimidos.
 
2ª Leitura (Ef 3,2-3a.5-6): Irmãos: Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso favor: por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo. Nas gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas: os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.
 
Aleluia. Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorar o Senhor. Aleluia.
 
Evangelho (Mt 2,1-12): Depois que Jesus nasceu na cidade de Belém da Judéia, na época do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: «Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo». Ao saber disso, o rei Herodes ficou alarmado, assim como toda a cidade de Jerusalém. Ele reuniu todos os sumos sacerdotes e os escribas do povo, para perguntar-lhes onde o Cristo deveria nascer. Responderam: «Em Belém da Judéia, pois assim escreveu o profeta: «E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um príncipe que será o pastor do meu povo, Israel». Então Herodes chamou, em segredo, os magos e procurou saber deles a data exata em que a estrela tinha aparecido. Depois, enviou-os a Belém, dizendo: «Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo». Depois que ouviram o rei, partiram. E a estrela que tinham visto no Oriente ia à frente deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. Ao observarem a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, passando por outro caminho.
 
«Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram»
 
Rev. D. Joaquim VILLANUEVA i Poll (Barcelona, Espanha)
 
Hoje, o profeta Isaías anima-nos: «De pé! Deixa-te iluminar! Chegou a tua luz! A glória do SENHOR te ilumina» (Is 60,1). Essa luz que viu o profeta é a estrela que veem os Magos em Oriente, junto com outros homens. Os Magos descobrem seu significado. Os demais a contemplam como algo que admiram mas, que não lhes afeta. E, assim, não reagem. Os Magos dão-se conta de que, com ela, Deus envia-lhes uma mensagem importante e que vale a pena deixar a comodidade do seguro e se arriscar a uma viagem incerta: a esperança de encontrar o Rei leva-os a seguir essa estrela, que haviam anunciado os profetas e esperado o povo de Israel durante séculos.
 
Chegam a Jerusalém, a capital dos judeus. Acham que aí saberão lhe dizer o lugar exato onde nasceu seu Rei. Efetivamente, lhe responderam: «Em Belém da Judéia, porque assim está escrito por meio do profeta» (Mt 2,5). A notícia da chegada dos Magos e sua pergunta propaga-se por toda Jerusalém em pouco tempo: Jerusalém era na época uma pequena cidade e, a presença dos Magos com seu séquito foi vista por todos os habitantes, pois «Ao saber disso, o rei Herodes sobressaltou-se e, com ele toda a cidade de Jerusalém» (Mt 2,3), diz o Evangelho.
 
Jesus Cristo cruza-se na vida de muitas pessoas, a quem não interessa. Um pequeno esforço teria mudado suas vidas, teriam encontrado o Rei do Gozo e da Paz. Isso requer a boa vontade de procurar, de nos movimentar, de perguntar sem nos desanimar, como os Magos, de sair de nossa poltronaria, de nossa rotina, de apreciar o imenso valor de encontrar a Cristo. Se não o encontramos, não encontramos nada na vida, pois só Ele é o Salvador: encontrar Jesus é encontrar o Caminho que nos leva a conhecer a Verdade que nos dá a Vida. E, sem Ele, nada de nada vale a pena.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Que todos os povos venham a se incorporar à família dos patriarcas (...). Que todas as nações, na pessoa dos três Magos, adorem ao Autor do universo» (São Leão Magno)
 
«O mistério do Natal se irradia sobre a terra, se espalhando em círculos concêntricos: a Sagrada Família de Nazaré, os pastores de Belém e, finalmente, os Magos, que constituem as primícias dos povos pagãos» (Bento XVI)
 
«A epifania é a manifestação de Jesus como Messias de Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo. Juntamente com o batismo de Jesus no Jordão e com as bodas de Caná, ela celebra a adoração de Jesus pelos “magos” vindos do Oriente (Mt 2,1). Nesses “magos”, representantes das religiões pagãs de povos vizinhos, o Evangelho vê as primícias das nações que acolhem a Boa Nova da salvação pela Encarnação (...)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 528)
 
Virão adorar-vos, Senhor, todos os povos da terra.
 
Fr. Pedro Bravo, O.Carm
 
* O episódio da adoração dos magos, exclusivo de Mateus, é uma “narrativa da infância de Jesus” (1,18-2,23).
Mateus escreve para uma comunidade judeu-cristã siro-palestina da Galileia, apresentando-lhe Jesus, “o Cristo, o Filho de Deus vivo” (16,16), como o novo Moisés (cf. Dt 18,18). Para isso, aplica a Jesus um midrash (“conto” religioso que ilustra uma passagem bíblica) relativo ao nascimento de Moisés. Diz ele que os adivinhos e astrólogos egípcios avisaram o Faraó que uma mulher hebreia trazia no seio o libertador de Israel. Então o Faraó mandou matar os meninos hebreus, afogando-os no Nilo (Ex 1,22-2,10). Mas Moisés foi salvo das águas, para mais tarde libertar Israel do Egito passando através das águas (ExR 1,66d). O mesmo acontece agora: Herodes quer matar Jesus, mas Ele é salvo da morte, para mais tarde poder salvar a todos do poder da morte, passando por ela.
 
* v. 1. Mateus mostra que Jesus nasce em Belém de Judá, a cidade de David (cf. vv. 5-6). Isto acontece no fim do reinado de Herodes I (37-4 a.C.) por volta de 7/6 a.C. Os “magos” (Dn 1,20; 2,10.27; 4,4; 5,11), são, como no referido midrash, astrólogos, sábios adivinhos, da casta sacerdotal persa, vindos “do Oriente”. Ou seja: para os judeus são gentios que exercem uma profissão proibida pela Lei (cf. Lv 12,31; 20,6; Dt 18,14; Mq 3,7). Mas Jesus vem para todos, a começar para os pecadores (cf. 9,13).
 
* v. 2. Os magos “viram a sua estrela no Oriente”. O verbo “ver” (gr. oraô) indica aqui uma visão sobrenatural (cf. 3,16; 17,3; 28,8.17; Ex 3,3; Nm 24,16), não se referindo a nenhum fenómeno astronómico (como a tripla conjunção dos planetas Júpiter e Saturno em 7 a.C. ou algo semelhante em 6 a.C., como conjeturam Mark KIDGER, The Star of Bethlehem. An Astronomer’s View. 2ª ed. Princeton/NJ: Princeton University Press, 2017; e Michael MOLNAR, The Star of Bethlehem. The Legacy of the Magi. 2ª ed. New Brunswick: Rutgers University Press, 2013), mas é um “sinal” (12,38) dado por Deus a eles. Na Antiguidade, era costume associar o nascimento de uma pessoa ilustre ao aparecimento de uma estrela. Esta surge “no Oriente” (gr. anatolê), palavra que significa também “nascer/subir”. É uma referência à profecia de Balaão, vidente gentio (c. 1200 a.C.), que “viu” uma estrela “subir de Jacob” (Nm 24,17). Esta estrela era, no princípio, David, mas passou depois a designar o Messias, chamado “Oriente” na tradução grega da Bíblia, os LXX (cf. Jr 23,5; Zc 3,8; 6,12; Lc 1,78). É o que acontece. Deus fala a cada um na sua própria linguagem cultural: a José, em sonhos (vv. 13.19); aos judeus, nas profecias (v. 6); aos magos, na “visão” de uma estrela.
 
*
Supondo que o recém-nascido devia ser um filho do “rei Herodes”, os magos dirigem-se para Jerusalém, a capital da Judeia, para se “prostrarem” diante dele como rei (Sl 72,11) e “o adorarem” como Deus (Sl 86,9; Zc 14,16s; Is 66,23; Sr 50,17), como era habitual nos povos da Antiguidade.
 
* v. 3. A notícia põe não só Herodes, mas também Jerusalém em sobressalto. Por quê? Porque Herodes não era judeu, nem descendente de David, mas filho do idumeu Antipater e da nabateia Cipros, que fez judeu. Era, pois, um edomita judeu, a quem Roma dera o título de “rei” em 40 a.C. O Sumo Sacerdote na época também não era legítimo, pois já desde 152 a.C. deixara de ser um descendente de Sadoc (2Sm 15,24-29), para ser nomeado pelos governantes (1Ma 10,15-21). Devendo o Messias restaurar a realeza davídica (destituída em 587 a.C.), purificar o sacerdócio e instaurar o verdadeiro culto (Ml 3,3s; Zc 6,12s), os usurpadores sentem-se ameaçados.
 
* v. 4. Herodes reúne (gr. synagagô), então, os sumos sacerdotes e escribas para indagar “onde havia de nascer o Cristo”. v. 5. Estes respondem, citando as Escrituras: “Em Belém da Judeia”, v. 6, como diz Mq 5,1, passagem que Mateus combina aqui com 2Sm 5,2, para dizer que Jesus, “filho de David” (1,8) é o Messias, o Rei-Pastor que devia reinar sobre Judá e Israel (Ez 37,22-27), isto é, sobre todo o Povo de Deus.
 
v. 7. Herodes arquiteta então um plano ardiloso, inquirindo junto dos magos o tempo exato em que lhes tinha aparecido a estrela, v. 8, e pedindo-lhes que fossem até Belém (a 10 km de Jerusalém) descobrir onde se achava “o Menino” e que depois o informassem, para ele ir também lá adorá-lo. De facto, pretende matá-lo (v. 16). O mesmo fará Herodes Antipas, seu filho, que não se deslocará 16 km para ir de Tiberíades a Cafarnaum ver Jesus (cf. Lc 23,8). O termo “o Menino” (Mt 2: 9x) evoca Is 7,14ss; 9,5, designando Jesus como o Messias.
 
* v. 9. Guiados apenas pelo sinal da estrela, os magos não encontraram Jesus, mas agora, iluminados pela Palavra de Deus, já sabem para onde se dirigir e “partem” (Gn 22,6.19) para Belém. E eis que a estrela que tinham visto, reaparece e “ia à sua frente” (26,32; 28,7; Ex 17,5; Js 3,11), levando-os a Jesus, mostrando aos magos que é Ele quem rege os astros e não o oposto (Is 40,26; 47,13).
 
* v. 10. Ao vê-la, enchem-se de “enorme alegria” (Is 39,2; Lc 2,10), certos de que iriam encontrar o Messias (28,8; Lc 24,52).
 
* v. 11. Entrando “em casa”, veem o Menino com Maria, sua Mãe. A “casa” simboliza a Igreja (9,28; 13,36; 17,25; At 2,2.46; Rm 16,5) e Maria, a comunidade cristã (12,46-50), onde Jesus está presente no meio dos seus (18,20; 28,20).
 
* Ao ver o Menino, os magos reconhecem o Messias, não na figura de um rei poderoso, mas, pela fé, num bebé, pobre, ignorado pelos seus.
E vão mais longe do que os judeus (cf. 21,31): caem por terra e prostram-se (cf. 4,9; 18,26; 2Cr 7,3; 29,30; Jt 6,18; Dn 3,5.15) em adoração a Jesus, como Deus (v. 3). A fé leva à oração e à partilha e eles oferecem-lhe riquezas das suas terras, “ouro, incenso e mirra”: ouro, como a Rei (1Rs 10,2); incenso, usado no culto, como a Deus (Ex 30,34; Lv 2,1s.15s); e mirra, usada no culto (na sagração do Sumo-Sacerdote: Ex 30,23; Sl 45,9; Ct 3,6; Sr 24,15) e nos funerais (Jo 19,39), anunciando assim veladamente a paixão e morte de Jesus como Sumo-sacerdote. Cumprem-se deste modo as profecias que diziam que os gentios adorariam a Deus e obedeceriam ao Messias, pondo ao seu serviço as suas riquezas (cf. Is 49,23; 60,6.9; Jr 6,20; Sl 72,10-15; 86,9; 96,6; Ez 27,22; Zc 14,16).
 
* Uma tradição popular, que remonta ao séc. IV, viu nos magos três reis (Sl 72,10s; Is 60,3, tantos como os presentes), representantes das três grandes civilizações (e, mais tarde, dos três continentes conhecidos), dando-lhes nomes que indicam a missão que desempenham em nome de todos os gentios: Baltasar (“Deus manifesta o Rei”: Babilónia/Ásia), Gaspar (“o que vai verificar”: Pérsia/ Europa) e Melchior (“o meu Rei é luz”: Arábia/África).
 
* v. 12. Os magos, homens retos de espírito e puros de coração (cf. 5,8), não suspeitam da malícia de Herodes, mas Deus avisa-os “num sonho” (1,20; Gn 20,3.6; 31,24; Nm 12,6) para não retornarem a Herodes. Pela fé em Jesus, Deus já não fala aos gentios por sinais, mas passa-lhes a falar também em sonhos, como aos patriarcas, como aos membros do seu povo.
 
* E os magos regressam “por outro caminho”, porque a fé em Jesus dá novo rumo à vida. Mateus introduz aqui os grandes temas da sua obra: o chamamento dos pecadores; o cumprimento das Escrituras em Cristo; a universalidade da salvação pela fé em Cristo; o conhecimento de Deus, único Senhor e Criador de tudo, que tudo rege com o seu poder. Apresenta também as duas atitudes que irão ser tomadas em relação a Jesus: enquanto os grandes deste mundo e o seu povo o rejeitam e procuram dar-lhe a morte, os gentios, os afastados e pecadores, apesar das trevas em que vivem, vão ao seu encontro e acolhem-no com fé, pondo ao seu serviço as riquezas e dons das suas culturas.
 
MEDITAÇÃO:
1) Onde procuro Jesus, onde o encontro e como o reconheço?
2) O meu encontro com Ele mudou a minha vida? Levou-me à oração? Abriu-me à partilha? Estou disposto a segui-lo no seu caminho?
 
 «Viemos adorá-lo»
 
Pe. Marcelo de Moraes – Diocese de Leiria-Fátima
 
A oração coleta do Domingo da Epifania do Senhor coloca-nos diante de duas dimensões do conhecimento de Deus: a primeira aqui na terra, à luz do conhecimento de Deus pela fé, e a segunda na eternidade, onde estaremos face a face com Ele, no conhecimento perfeito, iluminados pelo seu Amor.  É justamente o brilho dessa Luz de Deus, referido a Jerusalém na primeira leitura, que nos é garantido, pela fé, aqui neste mundo, onde somos todos convidados a deixar brilhar em nós a luz de Cristo; e no céu, com a Jerusalém celeste, onde brilhará para sempre em nós a luz do Senhor. Somos convidados, então, desde já, no dinamismo da fé, a adorarmos o Senhor, como fizeram os magos vindos do oriente e como a Igreja o faz todos os dias. É na adoração ao Senhor que nós deixamos iluminar por Ele, para também nós podermos iluminar o mundo. Estamos neste mundo e aqui, diante d’Ele, diante de um sacrário onde Ele está presente, e diante do mundo podemos também dizer: “viemos adorá-lo”. 
 
Os magos, guiados por uma estrela (com luz própria), saem à procura do Rei de Israel. Deixam-se guiar, na noite, por aquela luz. Assim é a vida do Cristão que se deixa iluminar pela luz da Palavra de Deus à procura de Jesus. A Palavra de Deus tem luz própria, como aquela Estrela que revela o Salvador, que se manifesta humilde, e ilumina-nos e guia-nos nas noites da vida à procura do Senhor. Os magos deixam-se guiar, pela Estrela, pelos sonhos, pela convicção que têm dentro de si. Assim também nós, que temos dentro uma luz, uma certeza: o Senhor, que é o nosso Deus, é o nosso Rei e governa a nossa vida. A Ele somos chamados, como os magos. E para ele, como os magos que lhe trouxeram presentes, somos chamados a dar o melhor de nós. E, como os magos, somos chamados a adorar o nosso Deus: «Viemos adorá-lo». 
 
* «Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus que acaba de nascer?» À procura do Rei, os magos caminham. Querem saber… e procuram Jesus. Esta é a pergunta que os cristãos fazem em todos os momentos da vida. Onde está Jesus? Ir à sua procura deve ser uma constate da vida. 
 
– No meu dia a dia, procuro o Senhor? Onde posso encontrá-lo? 
 
* «Nós vimos a sua estrela». Uma estrela tem luz própria. Não é como a lua que reflete luz. A estrela brilha. Assim brilha o Senhor, assim brilha a “sua estrela”.
 
– Deixo-me guiar pela “sua estrela”? De que modo me deixo guiar por Jesus? Deixo-me iluminar por Jesus? De que modo Ele me ilumina?
 
* «o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém».  Há quem se deixa perturbar quando há uma luz, alguém, que ilumina mais, que brilha mais, que faz sombra. O cristão não pode deixar-se perturbar por inveja ou desgostos.
 
– O que me perturba? Na minha relação com os outros existem sentimentos contrários à fé e à caridade? Como vencê-los?
 
* «‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’».  
Às vezes sentimo-nos pequenos, sem importância; parece que ninguém está por nós. Mas o Senhor escolhe sempre o que é fraco aos olhos do mundo. O Senhor ama os pobres e humildes de coração.
 
– Sinto-me pequenino? Confio a minha pequenez ao Senhor? Apresento-lhe o pouco que tenho para que Ele possa fazer muito em mim e através de mim?
 
* «e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo […] Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-no. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra». Sabemos que Herodes mentia. Não era a sua intenção adorar o Menino. Os magos disseram antes, e com verdade, «viemos adorá-lo» e assim o fizeram diante d’Ele. A adoração é um ato de humildade. Colocamo-nos diante de Deus e submetemos a Ele a nossa vida… Adorar a Deus faz-nos bem. Deram-lhe presentes, porque diante de Deus só podemos ofertar o melhor de nós.
 
- Tenho procurado ser um adorador? Tenho adorado Jesus na Eucaristia, diante do Sacrário? Tenho procurado viver momentos de adoração na Igreja ou mesmo em casa quando estou sozinho? Elevo o meu pensamento ao Senhor e, no meu dia a dia, mesmo ocupado, penso no Senhor e adoro-O em espírito e verdade? Tenho feito da minha vida uma oferta a Deus?

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