Virgem
Santa Maria de Loreto
Santa Joana de Chantal, viúva e religiosa
Santa Eulália, virgem e mártir
1ª
Leitura (Is 40,1-11): Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
Falai ao coração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz que terminaram os seus
trabalhos e está perdoada a sua culpa, porque recebeu da mão do Senhor duplo
castigo por todos os seus pecados. Uma voz clama: «Preparai no deserto o
caminho do Senhor, abri na estepe uma estrada para o nosso Deus. Sejam alteados
todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos
tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas. Então se manifestará a glória do
Senhor e todo o homem verá a sua magnificência, porque a boca do Senhor falou».
Uma voz dizia: «Clama». E eu respondi: «Que hei-de clamar?» – «Todo o ser
humano é como a erva, toda a sua glória é como a flor do campo. A erva seca e
as flores murcham, quando o vento do Senhor sopra sobre elas. A erva seca e as
flores murcham, mas a palavra do nosso Deus permanece eternamente» –. Sobe ao
alto dum monte, arauto de Sião; grita com voz forte, arauto de Jerusalém;
levanta sem temor a tua voz e diz às cidades de Judá: «Eis o vosso Deus. O
Senhor Deus vem com poder, o seu braço dominará. Com Ele vem o seu prémio,
precede-O a sua recompensa. Como um pastor apascentará o seu rebanho e reunirá
os animais dispersos; tomará os cordeiros em seus braços, conduzirá as ovelhas
ao seu descanso».
Salmo
Responsorial: 95
R. O nosso Deus virá com poder
e majestade.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome,
anunciai dia a dia a sua salvação.
Publicai entre as nações a sua
glória, em todos os povos as suas maravilhas. Dizei entre as nações: O Senhor é
Rei. Governa os povos com equidade.
Alegrem-se os céus, exulte a
terra, ressoe o mar e tudo o que ele contém, exultem os campos e quanto neles
existe, alegrem-se as árvores dos bosques.
Diante do Senhor que vem, que vem
para julgar a terra: julgará o mundo com justiça e os povos com fidelidade.
Aleluia. Está próximo o dia do
Senhor; Ele vem salvar-nos. Aleluia.
Evangelho
(Mt 18,12-14): Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: «Que vos
parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as
noventa e nove nos morros, para ir à procura daquela que se perdeu? E se ele a
encontrar, em verdade vos digo, terá mais alegria por esta do que pelas noventa
e nove que não se extraviaram. Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não
deseja que se perca nenhum desses pequenos».
«O Pai que está nos céus não
deseja que se perca nenhum desses pequenos»
Fr. Damien LIN Yuanheng (Singapore,
Singapura)
Hoje, Jesus nos lança um desafio:
«O que você acha”? (Mt 18,12); que tipo de misericórdia você pratica? Talvez
nós, “católicos praticantes”, tendo muitas vezes gostado da misericórdia de
Deus em seus sacramentos, estamos tentados a pensar que já estamos justificados
diante dos olhos de Deus. Corremos o perigo de converter-nos inconscientemente
no fariseu que menospreza ao publicano (cf. Lc 18,9-14). Mesmo que não o
digamos em voz alta, talvez pensemos que estamos livres de culpa ante Deus.
Alguns sintomas de que este orgulho farisaico cria raízes em nós podem ser a
impaciência ante os defeitos dos demais, ou pensar que as advertências nunca
vão para nós.
O “desobediente” profeta Jonas,
um judeu, se manteve inflexível quando Deus mostrou pena pelos habitantes de
Nínive. Javé rejeitou a intolerância de Jonas (cf. Jon 4,10-11). Aquela olhada
humana punha limites à misericórdia. Por acaso também nós pomos limites à
misericórdia de Deus? Devemos prestar atenção à lição de Jesus: «Seja
misericordiosos como vosso Pai é misericordioso» (Lc 6,36). Com toda
probabilidade, ainda nos falta um longo caminho por percorrer para imitar a
misericórdia de Deus!
Como deveríamos entender a
misericórdia de nosso Pai celestial? O Papa Francisco disse que «Deus não
perdoa mediante um decreto, e sim com um abraço». O abraço de Deus para com
cada um de nós se chama “Jesus Cristo”. Cristo manifesta a misericórdia paternal
de Deus. No capítulo quarto do Evangelho de São João, Cristo não ventila os
pecados da mulher samaritana. Em lugar de disso, a divina misericórdia cura à
Samaritana ajudando-a a afrontar plenamente a realidade de seu pecado. A
misericórdia de Deus é totalmente coerente com a verdade. A misericórdia não é
uma desculpa para rebaixar-se moralmente. No entanto, Jesus devia ter provocado
seu arrependimento com muito mais ternura do que a mulher sentiu mulher
adúltera “ferida pelo amor” (cf. Jo 8,3-11). Nós também devemos aprender como
ajudar aos demais a encarar seus erros sem envergonhá-los, com grande respeito
para com eles como irmãos em Cristo, e com ternura. No nosso caso, também com
humildade, sabendo que nós mesmos somos “vasilhas de barro”.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Onde você pasta, Pastor bom, tu
que cargas sobre teus ombros o rebanho todo? Me mostra o lugar de repouso, me
guia até o pasto nutritivo, chamamé por meu nome para que eu, ovelha tua,
escute tua voz» (Santo Gregório de Nisa)
«Uma pessoa é consolada quando
sente a misericórdia e o perdão do Senhor. A alegria da Igreja é “dar a Luz”,
sair de si mesma para dar vida, ir a buscar às ovelhas que estão extraviadas»
(Francisco)
« Ao celebrar o sacramento da
Penitência, o sacerdote cumpre o ministério do bom pastor, que busca a ovelha
perdida; do bom samaritano, que cura as feridas; do Pai, que espera o filho
pródigo e o acolhe ao voltar; do justo juiz, que não faz acepção de pessoa e
cujo julgamento é, ao mesmo tempo, justo e misericordioso. Em suma, o sacerdote
é o sinal e o instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador»
(Catecismo da Igreja Católica, n° 1465)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm
* Uma parábola não é um
ensinamento a ser recebido passivamente e a ser decorado de memória, mas é um
convite para participar na descoberta da verdade. Jesus começa perguntando:
“O que vocês acham?” Uma parábola é uma pergunta com resposta não definida. A
resposta vai depender da nossa reação e participação como ouvintes. Então,
vamos buscar a resposta desta parábola da ovelha perdida.
* Jesus conta uma história
muito breve e muito simples: um pastor tem 100 ovelhas, perde uma, deixa as 99
nas montanhas e vai em busca da ovelha perdida. E Jesus pergunta: “O que
vocês acham?” Ou seja: “Vocês fariam o mesmo?” Qual terá sido a resposta dos
pastores e das outras pessoas que ouviram Jesus contar esta história? Fariam a
mesma coisa? Qual a minha resposta à pergunta de Jesus? Pense bem antes de
responder.
* Se você tivesse 100 ovelhas
e perdesse uma, o que faria? Não esqueça de que as montanhas são lugares de
difícil acesso, cheios precipícios, onde rondam animais perigosos e onde
ladrões e assaltantes se escondem. E lembre-se que você perdeu apenas uma única
ovelha. Você continua na posse de 99 ovelhas. Perdeu pouco! Você iria abandonar
as 99 naquelas montanhas? Será que uma pessoa com um pouco de bom senso faria o
que fez o pastor da parábola de Jesus? Pense bem!
* Os pastores que escutaram a
história de Jesus, devem ter pensado e comentado: “Só um pastor sem juízo age
desse jeito!” Eles devem ter perguntado a Jesus: “Jesus, desculpe, mas quem
é esse pastor de que o senhor está falando? Fazer o que ele fez é uma loucura
total!”
* Jesus responde: “Esse pastor
é Deus, nosso Pai, e a ovelha perdida é você!” Com outras palavras, esta
loucura, quem a comete é Deus por causa do seu grande amor para com os
pequenos, os pobres, os excluídos! Só mesmo um amor muito grande é capaz de
cometer uma loucura assim. O amor com que Deus nos ama é maior que a prudência
e o bom senso humano. O amor de Deus comete loucuras. Graças a Deus! Senão
fosse assim, estaríamos perdidos!.
Para um confronto pessoal
1. Coloque-se na pele da
ovelha perdida e anime a sua fé e sua esperança. Você é essa ovelha!
2. Coloque-se na pele do
pastor e verifique se o seu amor para com os pequenos é verdadeiro.
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