Sta. Virgínia Centurione Bracélli, viúva e religiosa.
1ª
Leitura (Sof 3,14-18a): Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados
de alegria, Israel. Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém. O
Senhor revogou a sentença que te condenava, afastou os teus inimigos. O Senhor,
Rei de Israel, está no meio de ti e já não temerás nenhum mal. Naquele dia,
dir-se-á a Jerusalém: «Não temas, Sião, não desfaleçam as tuas mãos. O Senhor
teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador. Por causa de ti, Ele
enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa,
como nos dias de festa».
Salmo
Responsorial: Is 12
R. Exultai de alegria, porque
é grande no meio de vós o Santo de Israel.
Deus é o meu Salvador, tenho
confiança e nada temo. O Senhor é a minha força e o meu louvor. Ele é a minha
salvação.
Tirareis água com alegria das
fontes da salvação. Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome; anunciai aos povos
a grandeza das suas obras, proclamai a todos que o seu nome é santo.
Cantai ao Senhor, porque Ele fez
maravilhas, anunciai-as em toda a terra. Entoai cânticos de alegria, habitantes
de Sião, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.
2ª
Leitura (Flp 4,4-7): Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos
digo: alegrai-vos. Seja de todos conhecida a vossa bondade. O Senhor está
próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma; mas em todas as circunstâncias,
apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e ações de
graças. E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os
vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.
Aleluia. O Espírito do Senhor
está sobre mim: enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres. Aleluia.
Evangelho
(Lc 3,10-18): Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista:
«Que devemos fazer?». Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com
quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo». Vieram também
alguns publicanos para serem batizados e disseram: «Mestre, que devemos
fazer?». João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito».
Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?». Ele
respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente;
e contentai-vos com o vosso soldo». Como o povo estava na expectativa e todos
pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e
disse a todos: «Eu batizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do
que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele batizar-vos-á
com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e
recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não
se apaga». Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo
a Boa Nova».
«Está a chegar quem é mais
forte do que eu»
Cardeal Jorge MEJÍA Arquivista e
Bibliotecário de la S.R.I. (Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, em pleno Advento, a Palavra
de Deus apresenta-nos o Santo Precursor de Jesus Cristo: S. João Baptista. Deus
Pai decidiu preparar a vinda, quer dizer, o Advento, de seu Filho na nossa
carne, nascido da Virgem Maria, «muitas vezes e de muitos modos», como diz o
início da Carta aos Hebreus (1,1). Os patriarcas, os profetas e os reis
prepararam a vinda de Jesus.
Vejamos as suas duas genealogias,
nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Ele é filho de Abraão e de David. Moisés,
Isaías e Jeremias anunciaram o seu Advento e descreveram os traços do seu
mistério. Mas S. João Baptista, como diz a liturgia (Prefácio da sua festa),
pôde apontá-lo com o dedo e coube-lhe - misteriosamente! - a honra de ministrar
o Baptismo ao Senhor. Foi a última testemunha antes da vinda. E foi-o com a sua
vida, com a sua morte e com a sua palavra. O seu nascimento também é anunciado,
como o de Jesus, e é preparado, segundo o Evangelho de Lucas (caps.1 e 2). E a
sua morte como mártir, vítima da debilidade de um rei e do ódio de uma mulher
perversa, também prepara a de Jesus. Por isso, recebeu o extraordinário louvor
do próprio Jesus que lemos nos Evangelhos de Mateus e de Lucas (cf. Mt 11,11;
Lc 7,28): «entre os nascidos de mulher não veio ao mundo outro maior que João
Baptista. Mas o menor no Reino dos Céus é maior do que ele». E S. João Baptista
diante disto, que não pôde ignorar, é um modelo de humildade: «Eu não sou digno
de desatar as correias das suas sandálias» (Lc 3,16), diz-nos hoje. E, segundo
S. João (3,30): «Convém que ele cresça e eu diminua».
Escutemos hoje a sua palavra, que
nos exorta a partilhar o que temos e a respeitar a justiça e a dignidade de
todos. Preparemo-nos assim para receber Aquele que vem agora para nos salvar, e
virá de novo para «julgar os vivos e os mortos».
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Aprendei do próprio João um
exemplo de humildade. Ele não se deixou confundir, ele se humilhou a si
próprio. Ele compreendeu onde tinha a sua salvação; compreendeu que não passava
de uma tocha e temeu que o vento da soberba a apagasse» (Santo Agostinho)
«Nos dias que correm, vamos
rezar. Mas não vos esqueçais: rezemos pedindo pela alegria do Natal.
Agradeçamos a Deus pelas muitas coisas que nos deu, em primeiro lugar a fé.
Esta é uma grande graça» (Francisco)
«João Batista, 'que irá à frente
do Senhor com o espírito e a força de Elias' (Lc 1,17), anuncia Cristo como
Aquele que 'há-de batizar no Espírito Santo e no fogo' (Lc 3,16), aquele
Espírito do qual Jesus dirá: «Eu vim lançar fogo sobre a terra e só quero que
ele se tenha ateado!» (Lc 12,49) (…)» (Catecismo da Igreja Católica, n. 696)
«E nós, que devemos fazer?»
Pe. José Henrique, da Diocese de
Leiria-Fátima.
* O texto do Evangelho deste
domingo começa por nos situar perante a reação das várias pessoas que se
aproximavam de João Batista, repetindo por três vezes a mesma questão: «Que
devemos fazer?». As respostas, diferentes para a multidão, publicanos
(cobradores de impostos) e soldados, vai num mesmo sentido: a necessidade de
conversão manifestada em gestos concretos de solidariedade e de justiça. Se a
multidão é convidada à partilha dos bens de primeira necessidade, aos
publicanos e os soldados é pedido que não abusem do seu poder. Mas a todos é
deixada aberta a porta da conversão: todos podem mudar as suas atitudes, todos
podem ser salvos. A ninguém é fechada a porta para o reencontro com Deus: «nenhuma
categoria de pessoas está excluída de percorrer o caminho da conversão para
alcançar a salvação, nem os publicanos considerados pecadores por definição:
nem sequer eles estão excluídos da salvação. Deus não priva ninguém da
possibilidade de se salvar. Ele está – por assim dizer – ansioso por praticar a
misericórdia, praticá-la em relação a todos, e acolher cada um no abraço terno
da reconciliação e do perdão» (Papa Francisco, Angelus, 13 de dezembro de
2015).
Após as respostas sobre o que
fazer, João Batista esclarece todos os que dele se aproximam da sua missão. Ele
não é o Messias, mas aquele que prepara o caminho para quem «está a chegar» e é
«mais forte». Se o batismo de João é um batismo de água, que aponta para a
necessidade de conversão, o verdadeiro Messias, Jesus Cristo, vem para batizar,
ou seja, para mergulhar e envolver a humanidade no fogo e no Espírito Santo de
Deus. Não apenas uma conversão fruto da vontade e das (frágeis) forças
individuais de cada um, mas envolvida pela fortaleza da ação do próprio Deus
que é capaz de fazer de cada um, um «homem novo», quando se está disposto a
acolher a proposta de vida de Jesus.
* «Que devemos fazer?». O
terceiro domingo do Advento é um convite à alegria: neste tempo em que nos
preparamos para o Natal, dispomo-nos a acolher Jesus, o Emanuel, o Deus conosco;
e Jesus é a fonte da alegria. «Mas para aceitar o convite do Senhor à alegria,
é preciso ser pessoas dispostas a pôr-se em questão. O que significa isto?
Precisamente como aqueles que, depois de terem ouvido a pregação de João
Batista, lhe perguntam: tu pregas assim, e nós «o que devemos fazer?» (Lc 3,
10). O que devo fazer? Esta pergunta é o primeiro passo para a conversão que
somos convidados a realizar neste tempo de Advento» (Papa Francisco, Angelus,
16 de dezembro de 2018).
O que devo fazer, neste tempo
próximo do Natal, para acolher Jesus como fonte da verdadeira alegria? Para
além de todas as preparações exteriores, como me posso preparar interiormente
para acolher Jesus na minha vida?
* «Está a chegar quem é mais
forte do que eu». O tempo do Advento é um tempo de espera e de esperança:
está a chegar o próprio Deus! Ele que já veio, virá de novo, e vem a cada
momento à nossa presença. Esta é a nossa fé que nos faz viver na alegria. «Hoje
é preciso ter coragem para falar de alegria, é necessário sobretudo fé! O mundo
está assolado por tantos problemas, o futuro obscurecido por incógnitas e
receios. Contudo o cristão é uma pessoa jubilosa, e a sua alegria não é algo
superficial e efémero, mas profundo e estável, porque é uma dádiva do Senhor
que enche a vida. A nossa alegria deriva da certeza de que «o Senhor está
próximo» (Fl 4, 5): está próximo com a sua ternura, com a sua misericórdia, com
o seu perdão e o seu amor» (Papa Francisco, Angelus, 13 de dezembro de 2015).
A fé faz-me viver com uma alegria
profunda e estável, na certeza de que Jesus está próximo de mim? Procuro
deixar-me envolver pela misericórdia, perdão e amor de Deus, de modo particular
pela celebração do sacramento da Reconciliação?
* «Ele batizar-vos-á com o
Espírito Santo e com o fogo.» Pelo
Batismo, acolhemos o Espírito Santo de Deus, recebemos a oferta da vida e do
amor de Deus, manifestado na entrega plena de Jesus, por nós, na cruz. Em cada
Eucaristia, acolhemos Jesus que se ofereceu por nós, e continua a dar-nos a sua
vida e a envolver-nos no fogo do seu amor. A Eucaristia renova em nós a fé
recebida no Batismo e lança-nos para a vida com o compromisso de a viver como
cristãos, num processo permanente de conversão pessoal para a renovação pessoal
e do mundo.
Procuro renovar, em cada
Eucaristia, a minha identidade de cristão, batizado no fogo e no Espírito
Santo? Para me preparar para o Natal, tenho procurado viver a Eucaristia
dominical como um encontro com Jesus ressuscitado que vem junto de mim?
Propósito
– Identifico um pequeno e
possível propósito para assumir na minha vida, durante a próxima semana,
respondendo à pergunta: «o que devo fazer?»
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