quarta-feira, 27 de março de 2024

Sábado Santo - Mês de São José

ORAÇÃO PREPARATÓRIA
- Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
 
LECTIO DIVINA
 
Jesus desceu à Mansão dos Mortos
 
“Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo pelos injustos - para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão.” (1Pd 3,18-19).
 
O que significa este artigo da nossa Profissão de Fé, este artigo: “desceu à Mansão dos Mortos”?
 
1. JESUS CONHECEU A MORTE COMO TODOS OS SERES HUMANOS.  Sua alma desce à morada dos mortos, enquanto seu corpo permanece na sepultura.
 
2. A SALVAÇÃO REALIZADA POR JESUS TEM UM ALCANCE UNIVERSAL. Não somente os seus contemporâneos ou os que viriam depois, na Igreja, mas todos os homens, além de todos os limites do espaço e do tempo, e de todas as condições humanas.
 
3. A VITÓRIA DE JESUS SOBRE A MORTE E O DIABO. Jesus vence a morte (entrando com sua Morte em seu domínio da morte); e o diabo (autor e “dominador” da morte).
 
Hoje é dia de abrirmos as portas da nossa Mansão dos Mortos, e permitir que Jesus venha e entre vitorioso para destruir em nós o pecado, a fim de que, amanhã, possamos ressuscitar com Ele, não apenas ‘celebrando’ a Páscoa, mas vivendo-a em nós mesmos.
 
Segundo dia do Tríduo Pascal.
 
P. Jacques PHILIPPE (Cordes sur Ciel, França)
 
Hoje, não meditamos nenhum evangelho em particular, dado que é um dia que carece de liturgia. Mas, com Maria, a única que permaneceu firme na fé e na esperança depois da trágica morte de seu Filho, preparamo-nos, no silêncio e na oração, para celebrar a festa da nossa libertação em Cristo, que é o cumprimento do Evangelho.
 
A coincidência temporal dos acontecimentos entre a morte e a ressurreição do Senhor e a festa judaica anual da Páscoa, memorial da libertação da escravidão no Egito, permite compreender o sentido libertador da cruz de Jesus, novo cordeiro pascal, cujo sangue nos preserva da morte.
 
Outra coincidência no tempo, menos assinalada porém sem dúvida muito rica em significado, é a que existe com a festa judaica semanal do “Sabbat”. Esta começa na tarde de sexta-feira, quando a mãe de família acende as luzes em cada casa judia, terminando no sábado de tarde. Recordando que depois do trabalho da criação, depois de ter feito o mundo do nada, Deus descansou no sétimo dia. Ele quis que também o homem descanse no sétimo dia, em ação de graças pela beleza da obra do Criador, e como sinal da aliança de amor entre Deus e Israel, sendo Deus invocado na liturgia judaica do Sabbat como o esposo de Israel. O Sabbat é o dia em que se convida cada um a acolher a paz de Deus, o seu “Shalom”.
 
Deste modo, depois do doloroso trabalho da cruz, «em que o homem é forjado de novo» segundo a expressão de Catarina de Sena, Jesus entra no seu descanso no mesmo momento em que se acendem as primeiras luzes do Sabbat: “Tudo está realizado” (Jo 19,30). Agora completou-se a obra da nova criação: o homem, antigo prisioneiro do nada do pecado, converte-se numa nova criatura em Cristo. Uma nova aliança entre Deus e a humanidade, que nada poderá jamais romper, acaba de ser selada, já que doravante toda a infidelidade pode ser lavada no sangue e na água que brotam da cruz.
 
Diz a Carta aos Hebreus: «Por isso, resta um repouso sabático para o povo de Deus» (Hb 4,9). A fé em Cristo a ele nos dá acesso. Que o nosso verdadeiro descanso, a nossa paz profunda, não a de um só dia, mas para toda a vida, seja uma esperança total na infinita misericórdia de Deus, de acordo com o convite do Salmo 16: «A minha carne descansará na esperança, pois tu não entregarás a minha alma ao abismo». Que nos preparemos com um coração novo para celebrar na alegria as bodas do Cordeiro e nos deixemos desposar plenamente pelo amor de Deus manifestado em Cristo.
 
Sábado Santo – Jesus desceu à Mansão dos Mortos
 
+ Pe. Joan BUSQUETS i Masana (Sabadell, Barcelona, Espanha)
 
Hoje, propriamente, não há “evangelho” para meditar ou —melhor— deveríamos meditar todo o Evangelho em maiúscula (a Boa Nova), porque todo ele desemboca no que hoje recordamos: a entrega de Jesus à Morte para ressuscitar e dar-nos uma Vida Nova.
 
Hoje, a Igreja não se separa do sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e sua Morte. Não celebramos a Eucaristia até que haja terminado o dia, até amanhã, que começará com a Solene Vigília da ressurreição. Hoje é dia de silêncio, de dor, de tristeza, de reflexão e de espera. Hoje não encontramos a Reserva Eucarística no sacrário. Há só a lembrança e o símbolo de seu “amor até o extremo”, a Santa Cruz que adoramos devotamente.
 
Hoje é o dia para acompanhar Maria, a mãe. Devemos acompanhá-la para poder entender um pouco o significado deste sepulcro o qual velamos. Ela, que com ternura e amor guardava em seu coração de mãe os mistérios que não acabava de entender daquele Filho que era o Salvador dos homens, está triste e sofrendo: «Ela veio para a sua casa, mas os seus não a receberam» (Jo 1,11). É também a tristeza da outra mãe, a Santa Igreja, que sofre pela rejeição de tantos homens e mulheres que não acolheram Aquele que para eles era a Luz e a Vida.
 
Hoje, rezando com estas duas mães, o seguidor de Cristo reflete e vai repetindo a antífona da pregaria das Laudes: «Cristo humilhou-se a si mesmo tornando-se obediente até a morte e morte de cruz! «Por isso o exaltou grandemente e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome» (cf. Fl 2,8-9).
 
Hoje, o fiel cristão escuta a Homilia Antiga sobre o Sábado Santo que a Igreja lê na liturgia do Ofício de Leitura: «Hoje há um grande silêncio na terra. Um grande silêncio e solidão. Um grande silêncio porque o Rei dorme. A terra se estremeceu e se ficou imóvel porque Deus está dormindo em carne e ressuscitou aos que dormiam há séculos. “Deus morreu na carne e despertou os do abismo».
 
Preparemo-nos com Nossa Senhora da Soledade para viver a explosão da Ressurreição e para celebrar e proclamar —quando se acabe este dia triste— com a outra mãe, a Santa Igreja: Jesus ressuscitou tal como o havia anunciado! (cf. Mt 28,6).
 
Sábado Santo
 
Do site da Opus Dei
 
* O Sábado Santo pode ser para nós “o dia do Tríduo pascal que mais descuidemos, ansiosos por passar da cruz da sexta feira à aleluia do domingo”.
Para que isto não nos aconteça, podemos prestar atenção nas mulheres que acompanharam a Virgem Maria o tempo todo. “Para elas, como para nós, era a hora mais obscura. Naquela situação, porém, as mulheres não ficaram paralisadas, não cederam às forças obscuras dos lamentos e do remorso, não se fecharam no pessimismo, não fugiram da realidade. Fizeram algo simples e extraordinário: prepararam em suas casas os aromas para o corpo de Jesus. (...) Sem consciência disso, essas mulheres estavam preparando na escuridão daquele sábado o amanhecer do ‘primeiro dia da semana’, o dia que mudaria a história”.
 
Hoje Jesus Cristo repousa no sepulcro. Mãos amigas, com carinho, colocaram-no naquele lugar, propriedade de José de Arimateia, perto do Calvário. Onde estão os apóstolos? Os evangelhos não dizem nada, mas no entardecer daquele sábado talvez estivessem indo um a um até o Cenáculo, onde dias antes tinham se reunido com o Mestre. Quanto desânimo em suas conversas! Traíram a Jesus. A tal ponto deve ter chegado o desalento que talvez tenham tido a ideia de deixar tudo e voltar às coisas de antes, como se os últimos três anos tivessem sido apenas um sonho. No entanto, “no silêncio que envolve o Sábado Santo, embargados pelo amor ilimitado de Deus, vivemos à espera do alvorecer do terceiro dia, o alvorecer do triunfo do amor de Deus, o surgimento da luz que permite aos olhos do coração ver de modo novo a vida, as dificuldades, o sofrimento. A esperança ilumina os nossos fracassos, nossas desilusões, nossas amarguras, que parecem marcar o desmoronamento de tudo”.
 
* Há algo diferente nas santas mulheres: foram fiéis até o último momento. Observaram atentamente como tudo ficara para, depois do repouso do sábado, poder voltar e terminar de embalsamar Jesus. Explica-se o desalento deles e delas: ainda não haviam testemunhado, nem os apóstolos e nem elas a ressurreição de Cristo. Apesar de tudo, não querem deixar de prestar esse serviço. O seu carinho é mais forte que a morte. Gostaríamos também, por outro lado, de ser tão valentes quanto José de Arimateia e Nicodemos, que “na hora da soledade, do abandono total e do desprezo...expõem-se(...). Eu subirei com eles até junto da Cruz, apertar-me-ei ao Corpo frio, cadáver de Cristo, com o fogo do meu amor..., despregá-lo-ei com os meus desagravos e mortificações..., envolvê-lo-ei com o lençol novo da minha vida limpa, e o enterrarei em meu peito de rocha viva, de onde ninguém nos poderá arrancar”. Quando já quase ninguém espera nada de Cristo, esses personagens da Escritura não encolhem os ombros. Não têm nada a ganhar, podem perder tudo, mas querem igualmente demonstrar o seu carinho a Jesus.
 
Por outro lado, o Sábado Santo não pode ter sido para a Virgem um dia triste, embora doloroso. A fé, a esperança, e o amor mais terno por seu divino filho dar-lhe-iam paz, fá-la-iam aguardar a ressurreição com uma ânsia serena. Recordaria, entretanto, as últimas palavras de Jesus: “Mulher, eis aí o teu filho” (Jo 19,26); começaria já a exercer a sua maternidade sobre aqueles homens e aquelas mulheres que haviam seguido Cristo desde os primeiros tempos. Maria procuraria reanimar a fé e a esperança dos apóstolos, recordando-lhes as palavras que tinham ouvido pouco antes dos lábios do Senhor: “Escarnecerão dele, cuspirão nele, açoitá-lo-ão, e hão de matá-lo; mas ao terceiro dia ele ressurgirá” (Mc 10, 34). O Senhor tinha falado bem claro para que, quando viessem momentos de dificuldades, soubessem segurar-se com fé em sua palavra. Junto à recordação dolorosa dos sofrimentos padecidos por Jesus Cristo, um alívio grande apoderar-se-ia de seu coração de Mãe ao pensar que tudo tinha passado: “Agora tudo passou. Concluiu-se a obra da nossa Redenção. Já somos filhos de Deus, porque Jesus morreu por nós e a sua morte nos resgatou”.
 
* Junto da Virgem, à luz de sua esperança, os seus corações se inflamariam. “E se tudo aquilo fosse verdade?”, pensavam talvez os apóstolos. “E se Jesus Cristo ressuscitasse de verdade como havia prometido?” Como em outros tempos tinham estado todos juntos em volta do Filho, gostariam agora de estar perto da Mãe. Maria enviou certamente alguns para procurar os que talvez ainda não tivessem aparecido. É possível que ela esperasse encontrar Tomé para consolar o seu coração atemorizado. No momento da prova, souberam recorrer a Maria, e “com Ela, que fácil!”.
 
Queremos apoiar a nossa fé na dela: sobretudo quando as coisas custam, quando chegam dificuldades e momentos de escuridão. São Bernardo havia-o experimentado bem: “Quando se levantam os ventos das tentações, quando tropeças nos escolhos das tribulações, olha a Estrela, chama a Maria”. Deus quer que ela seja para nós advogada, mãe, caminho seguro para encontrar outra vez a luz nos momentos de escuridão.
 
Quem recorre à poderosa intercessão de Santa Maria sabe que nunca se ouviu dizer que alguém que tenha confiado em Nossa Senhora tenha ficado desamparado, por mais que o momento fosse duro e grande a confusão da alma. Podemos dizer a Jesus: “Apesar da tristeza que possamos albergar, sentiremos que devemos esperar, porque contigo a cruz floresce em ressurreição, porque tu estás conosco na escuridão de nossas noites, és certeza em nossas incertezas, palavras em nossos silêncios e nada poderá roubar jamais o amor que nos tens”. Junto de Maria, Mãe da esperança, voltará a crescer a nossa fé nos méritos de seu filho Jesus.
 
ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
 
LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)

 
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
 
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
 
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
 
Santa Maria, rogai por nós.
 
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
 
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.
 
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.
 
ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.


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