Sta.
Gertrudes, Magna, virgem
Sta.
Margarida da Escócia, viúva
Beato
Luís Morbioli, terceiro carmelita, penitente
1ª
Leitura (Sab 7,22—8,1): Na Sabedoria há um espírito inteligente, santo,
único, multiforme, subtil, veloz, perspicaz, sem mancha; um espírito lúcido,
inalterável, amigo do bem; penetrante, irreprimível, benfazejo, amigo dos
homens; firme, seguro, sereno; ele tudo pode, tudo abrange e penetra todos os
espíritos, os mais inteligentes, mais puros e mais subtis. A Sabedoria é mais
ágil que todo o movimento, atravessa e penetra tudo, graças à sua pureza. Ela é
um sopro do poder de Deus, emanação pura da glória do Omnipotente; por isso nenhuma
impureza a pode atingir. Ela é o esplendor da luz eterna, espelho puríssimo da atividade
de Deus, imagem da sua bondade. Sendo única, ela tudo pode e, imutável em si
mesma, tudo renova. Ela comunica-se de geração em geração pelas almas santas e
forma os amigos de Deus e os profetas, pois Deus só ama quem habita com a
Sabedoria. Ela é mais formosa do que o sol e supera todas as constelações.
Comparada com a luz, aparece mais excelente, porque à luz sucede a noite, mas a
maldade nada pode contra a Sabedoria. Estende o seu vigor dum extremo ao outro
da terra e tudo governa com harmonia.
Salmo
Responsorial: 118
R. A vossa palavra, Senhor,
permanece para sempre.
Senhor, a vossa palavra permanece
para sempre imutável como os céus.
A vossa fidelidade mantém-se de
geração em geração, como a terra que formastes e permanece.
Pela vossa vontade perduram as
coisas até este dia, porque todas elas Vos estão sujeitas.
A manifestação das vossas
palavras ilumina e dá inteligência aos simples.
Fazei brilhar a vossa face sobre
o vosso servo e dai-me a conhecer os vossos decretos.
Viva a minha alma para Vos louvar
e os vossos juízos venham em meu auxílio.
Aleluia. Eu sou a videira, vós
sois os ramos, diz o Senhor: se alguém permanece em Mim e Eu nele, dá muito
fruto. Aleluia.
Evangelho
(Lc 17,20-25): Naquele tempo, os fariseus perguntaram a Jesus sobre o
momento em que chegaria o Reino de Deus. Ele respondeu: «O Reino de Deus não
vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: Está aqui, ou: Está ali, pois o Reino
de Deus está no meio de vós». E ele disse aos discípulos: «Dias virão em que
desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver. Dirão: Ele está
aqui ou: Ele está ali. Não deveis ir, nem correr atrás. Pois como o relâmpago
de repente brilha de um lado do céu até o outro, assim também será o Filho do
Homem, no seu dia. Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por
esta geração»
«O Reino de Deus está no meio
de vós»
Frei Josep Mª MASSANA i Mola OFM (Barcelona,
Espanha)
Hoje, os fariseus perguntam a
Jesus uma coisa que interessou sempre como uma mistura de interesse,
curiosidade, medo...: Quando virá o Reino de Deus? Quando será o dia
definitivo, o fim do mundo, o retorno de Cristo para julgar aos vivos e aos
mortos no juízo final?
Jesus disse que isso é
imprevisível. O único que sabemos é que virá subitamente, sem avisar: «como o
relâmpago»(Lc 17,24), um acontecimento repentino e ao mesmo tempo, cheio de luz
e de glória. Enquanto às circunstâncias, a segunda chegada de Jesus permanece
no mistério. Mas Jesus dá-nos uma pista autêntica e segura: desde agora, «o
Reino de Deus está no meio de vós» (Lc 17,21). Ou: «dentro de nós».
O grande sucesso do último dia
será um fato universal, mas também acontece no pequeno microcosmo de cada
coração. É aí onde se tem que buscar o Reino. É no nosso interior onde está o
Céu, onde temos de encontrar a Jesus.
Este Reino, que começará
imprevisivelmente fora, pode começar já agora dentro de nós. O último dia
configura-se já agora no interior de cada um. Se queremos entrar no Reino no
dia final, temos de fazer entrar agora o Reino dentro de nós. Se queremos que Jesus
naquele momento definitivo seja nosso juiz misericordioso, temos que fazer que
Ele desde agora seja nosso amigo e hospede interior.
São Bernardo, no sermão de
Advento, fala de três vindas de Jesus. A primeira vinda, quando se fez homem; a
última, quando virá como juiz. Há uma vinda intermédia, que é a que tem lugar
agora no coração de cada um de nós. É aí donde se fazem presentes, em relação
pessoal e de experiência, a primeira e a última vinda. A sentencia que
pronunciará Jesus no dia do Juízo, será a que agora ressoe no nosso coração.
Aquilo que ainda não chegou, agora já é uma realidade.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Quando o dia já declinava para o
pôr-do-sol, o Senhor entregou, na cruz, a alma que depois havia de recuperar,
porque não a perdeu contra a sua vontade. Também estivemos representados ai!»
(Santo Agostinho)
«Também o sofrimento, a cruz
quotidiana da vida —a cruz do trabalho, da família, de fazer bem as coisas—
esta pequena cruz quotidiana faz parte do Reino de Deus» (Francisco)
«Na Eucaristia (…) os pedidos que
fazemos ao nosso Pai, diferentemente das orações da Antiga Aliança, apoiam-se
no mistério da salvação já realizada, duma vez para sempre, em Cristo
crucificado e ressuscitado» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.771)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* O evangelho de hoje traz uma discussão entre
Jesus e os fariseus sobre o momento da vinda do Reino. Os evangelhos de hoje e
dos próximos dias tratam da chegada do fim dos tempos.
* Lucas 17,20-21: O Reino no meio de nós. “Os
fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus.
Jesus respondeu: "O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá
dizer: Está aqui ou: está ali, porque o Reino de Deus está no meio de
vocês". Os fariseus achavam que o Reino só poderia vir depois que povo
tivesse chegado à perfeita observância da Lei de Deus. Para eles, a vinda do
Reino seria a recompensa de Deus pelo bom comportamento do povo, e o messias
viria de maneira bem solene como um rei, recebido pelo seu povo. Jesus diz o
contrário. A chegada do Reino não pode ser observada como se observa a chegada
dos reis da terra. Para Jesus, o Reino de Deus já chegou! Já está no meio de
nós, independente do nosso esforço ou mérito. Jesus tem outro modo de ver as
coisas. Tem outro olhar para ler a vida. Ele prefere o samaritano que vive na
gratidão aos nove que acham que merecem o bem que recebem de Deus (Lc
17,17-19).
* Lucas 17,22-24: Sinais para reconhecer a
vinda do Filho do Homem. "Chegarão dias em que vocês desejarão ver um
só dia do Filho do Homem, e não poderão ver. Dirão a vocês: 'Ele está ali' ou:
'Ele está aqui'. Não saiam para procurá-lo. Pois como o relâmpago brilha de um
lado a outro do céu, assim também será o Filho do Homem”. Nesta afirmação de
Jesus existem elementos que vem da visão apocalíptica da história, muito comum
nos séculos antes e depois de Jesus. A visão apocalíptica da história tem a
seguinte característica. Em épocas de grande perseguição e de opressão, os pobres
têm a impressão de que Deus perdeu o controle da história. Eles se sentem
perdidos, sem horizonte e sem esperança de libertação. Nestes momentos de
aparente ausência de Deus, a profecia assume a forma de apocalipse. Os
apocalípticos, procuram iluminar a situação desesperadora com a luz da fé para
ajudar o povo a não perder a esperança e para continuar com coragem na
caminhada. Para mostrar que Deus não perdeu o controle da história, eles
descrevem as várias etapas da realização do projeto de Deus através da
história. Iniciado num determinado momento significativo no passado, este
projeto de Deus avança, etapa após etapa, através da situação presente vivida
pelos pobres, até à vitória final no fim da história. Deste modo, os
apocalípticos situam o momento presente como uma etapa já prevista dentro do
conjunto mais amplo do projeto de Deus. Geralmente, a última etapa antes da
chegada do fim costuma ser apresentada como um momento de sofrimento e de
crise, do qual muitos tentam se aproveitar para iludir o povo dizendo: “Ele
está ali' ou: 'Ele está aqui'. Não saiam para procurá-lo. Pois como o relâmpago
brilha de um lado a outro do céu, assim também será o Filho do Homem”. Tendo
olhar de fé que Jesus comunica, os pobres vão poder perceber que o reino já está
no meio deles (Lc 17,21), como relâmpago, sem sombra de dúvida. A vinda do
Reino traz consigo sua própria evidência e não depende dos palpites e
prognósticos dos outros.
* Lucas 17,25: Pela Cruz até à Glória. “Antes,
porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”. Sempre a
mesma advertência: a Cruz, escândalo para judeus e loucura para os gregos, mas
para nós expressão da sabedoria e do poder de Deus (1Cor 1,18.23). O caminho
para a Glória passa pela cruz. A vida de Jesus é o nosso cânon, é a norma
canônica para todos nós.
Para um confronto pessoal
1) Jesus diz: “O reino
está no meio de vós!” Você já encontrou algum sinal da presença do Reino em sua
vida, na vida do seu povo ou na vida da sua comunidade?
2) A cruz na vida. O
sofrimento. Como você vê o sofrimento, o que faz com ele?
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