domingo, 25 de junho de 2023

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS - Terça-feira da 12ª semana do Tempo Comum

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
S. Cirilo de Alexandria, bispo e doutor da Igreja
 
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.
 
LECTIO DIVINA
1ª Leitura (Gen 13,2.5-18): Abrão era muito rico em rebanhos, prata e ouro, e Lot, que acompanhava Abrão, também tinha rebanhos, manadas e tendas. Mas a região não permitia que habitassem juntos: os seus bens eram tão grandes que não podiam viver em comum. Houve assim uma contenda entre os pastores de Abrão e os de Lot. Nesse tempo, os cananeus e os ferezeus habitavam aquela terra. Abrão disse a Lot: «Não haja questões entre mim e ti, nem entre os meus pastores e os teus, uma vez que somos irmãos. Não tens toda a região à tua frente? Peço-te que te separes de mim: se fores para a esquerda, eu irei para a direita; se fores para a direita, eu irei para a esquerda». Lot ergueu os olhos e viu que a planície do Jordão até Soar era toda irrigada. - Antes de o Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra, era como o jardim do Senhor, como a terra do Egipto - . Lot escolheu toda a planície do Jordão e dirigiu-se para oriente. Assim eles se separaram um do outro: Abrão estabeleceu-se na terra de Canaã e Lot estabeleceu-se nas planícies, armando as suas tendas até Sodoma, cujos habitantes eram perversos e pecavam gravemente contra o Senhor. O Senhor disse a Abrão, depois de Lot se ter separado dele: «Ergue os olhos e, do lugar onde estás, olha para o norte e para o sul, para oriente e para ocidente. Toda a região que vês, dá-la-ei a ti e à tua descendência para sempre. Tornarei a tua descendência tão numerosa como a poeira da terra: quem puder contar os grãos da poeira da terra poderá contar os teus descendentes. Levanta-te e percorre essa terra no seu comprimento e na sua largura, porque eu ta darei». Abrão levantou as suas tendas e foi estabelecer-se junto ao Carvalho de Mambré, em Hebron, e aí construiu um altar ao Senhor.
 
Salmo Responsorial: 14
R. Quem habitará, Senhor, no vosso santuário?
 
O que vive sem mancha e pratica a justiça e diz a verdade que tem no seu coração e guarda a sua língua da calúnia.
 
O que não faz mal ao seu próximo, nem ultraja o seu semelhante, o que tem por desprezível o ímpio, mas estima os que temem o Senhor.
 
O que não falta ao juramento mesmo em seu prejuízo e não empresta dinheiro com usura, nem aceita presentes para condenar o inocente. Quem assim proceder jamais será abalado.
 
Aleluia. Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor; quem Me segue terá a luz da vida. Aleluia.
 
Evangelho (Mt 7,6.12-14): «Não deis aos cães o que é santo, nem jogueis vossas pérolas diante dos porcos. Pois estes, ao pisoteá-las se voltariam contra vós e vos estraçalhariam. Tudo, portanto, quanto desejais que os outros vos façam, fazei-o, vós também, a eles. Isto é a Lei e os Profetas. Entrai pela porta estreita! Pois larga é a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram! Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida, e poucos são os que o encontram!».
 
«Entrai pela porta estreita»
 
Diácono D. Evaldo PINA FILHO (Brasília, Brasil)
 
Hoje, o Senhor faz-nos três recomendações. A primeira, «Não deis aos cães o que é santo, nem jogueis vossas pérolas diante dos porcos» (Mt 7,6), contrastes em que “bens” são associados a “pérolas” e ao “que é santo”; e “cães e porcos” ao que é impuro. São João Crisóstomo ensina que «os nossos inimigos são iguais a nós quanto à natureza, mas não quanto à fé». Apesar dos benefícios terrenos serem concedidos igualmente aos dignos e indignos, não é assim quanto às graças espirituais”, privilégio daqueles que são fiéis a Deus. A correta distribuição dos bens espirituais implica zelo pelas coisas sagradas.
 
A segunda é a chamada “regra de ouro” (cf. Mt 7,12) , que compendia tudo o que a Lei e os Profetas recomendaram, tal como ramos de uma única árvore: o amor ao próximo pressupõe o Amor a Deus, e dele resulta.
 
Fazer ao próximo o que se deseja seja feito conosco implica transparência de ações para com o outro, reconhecimento de sua semelhança com Deus, da sua dignidade. Por que razão desejamos o Bem para nós mesmos? Porque o meio de identificação para ser profundamente reconhecidos é a união com o Criador. Sendo o Bem, para nós, o único meio para a vida em plenitude, é inconcebível a sua ausência na nossa relação com o próximo. Não há lugar para o bem onde prevaleça a falsidade e prepondere o mal.
 
Por fim, a “porta estreita”... O Papa Bento XVI pergunta-nos: «O que significa esta ‘porta estreita’? Por que muitos não conseguem entrar por ela? Trata-se de uma passagem reservada a alguns eleitos?» Não! A mensagem de Cristo « é-nos dirigida no sentido de que todos podem entrar na vida. A passagem é ‘estreita’, mas aberta a todos; ‘estreita’ porque exigente, requer compromisso, abnegação, mortificação do próprio egoísmo».
 
Roguemos ao Senhor, que realizou a salvação universal com sua morte e ressurreição, que nos reúna a todos no Banquete da vida eterna.
 
«Entrai pela porta estreita»
 
Rev. D. Lluís ROQUÉ i Roqué (Manresa, Barcelona, Espanha)
 
Hoje, Jesus nos faz três recomendações importantes. Não obstante, centraremos nossa atenção na última: «Entrai pela porta estreita!» (Mt 7,13), para conseguir a vida plena e sermos sempre felizes, para evitar cair na perdição e deparar-nos condenados para sempre.
 
Se der uma olhada ao seu redor e à sua própria existência, facilmente comprovará que tudo quanto vale, custa, e tendo certo nível elevado está sujeito à recomendação do Mestre: como disseram os Pais da Igreja, com grande profundidade, «pela cruz se cumprem todos os mistérios que contribuem à nossa salvação» (São Joao Crisóstomo). Uma vez, no leito da sua agonia, uma anciã que tinha sofrido muito em sua vida, me disse: «Padre, quem não saboreia a cruz, não deseja o céu; sem cruz não há céu».
 
Tudo o que foi dito contradiz a nossa natureza caída, mesmo que tenha sido redimida. Por isso, além de nos enfrentarmos com o nosso natural modo de ser, é preciso ir contra a corrente do ambiente do bem-estar, que se fundamenta no materialismo e no incontrolável gozo dos sentidos, que buscam —a preço de deixar de ser— ter mais e mais, obter o máximo prazer.
 
Seguindo a Jesus —que disse «Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8,12)—, nos damos conta que o Evangelho não nos condena a uma vida obscura, aborrecida e infeliz, ao contrário, pois nos promete e nos dá a felicidade verdadeira. É só repassar as Bem-aventuranças e olhar àqueles que, depois de entrar pela porta estreita, foram felizes e fizeram a outros afortunados, obtendo —pela sua fé e esperança Naquele que não decepciona—a recompensa da abnegação: «receberá muitas vezes mais no presente e, no mundo futuro, a vida eterna» (Lc 18,30). O “sim” de Maria está acompanhado da humildade, da pobreza, da cruz, mas também pelo prêmio à fidelidade e à entrega generosa.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Quando o sacerdote oferece Jesus no altar e o leva a algum lugar, todas as pessoas deviam de dobrar os joelhos e render ao Senhor, ao Deus vivo e verdadeiro, louvor, glória e devoção» (São Francisco de Assis)
 
«A liturgia é “obra de Deus”. Devemos nos dispor através de uma atitude orante, com disciplina, paz (sem pressa!) e reverência: estamos diante de Deus!» (Bento XVI)
 
«O caminho de Cristo ‘leva à vida’; um caminho contrário ‘leva à perdição’ (Mt 7, 13). A parábola evangélica dos dois caminhos está sempre presente na catequese da Igreja. E significa a importância das decisões morais para a nossa salvação (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1696)
 
Reflexão
 
Discernimento e sabedoria no oferecer coisas de valor. Nas suas relações com os outros, Jesus adverte contra algumas atitudes perigosas. A primeira é não julgar (7,1-5): trata-se de uma verdadeira proibição, "não julgueis", uma ação que impede que qualquer desprezo ou condenação dos outros. O julgamento final cabe unicamente a Deus; os nossos parâmetros e critérios são relativos; são condicionados por nossa subjetividade. Toda condenação dos outros torna-se também autocondenação, porque nos põe sob o julgamento de Deus e nos autoexclui do perdão. Se o teu olho está limpo, isto é, se ele está livre de todo o julgamento ao irmão, você pode se relacionar com ele de maneira sincera diante de Deus.
Vamos às palavras de Jesus que o texto oferece: "Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem " (7,6). À primeira vista, este "dito" de Jesus parece estranho à sensibilidade leitor hodierno. Pode apresentar-se como um verdadeiro enigma. Na realidade, é uma maneira de dizer de uma língua semítica que requer interpretação. No tempo de Jesus, como na cultura antiga, os cães não eram muito valorizados porque eram considerados meio selvagens e de rua (U. Luz). Passemos agora para o aspecto positivo e didático-sapiencial das palavras de Jesus: não profanar as coisas sagradas é, afinal, um convite para usar a prudência e discernimento. No AT as coisas sagradas são a carne para o sacrifício (Lv 22.14, Ex 29,33 ss; Nm 18,8-19). Também a proibição de lançar pérolas aos porcos é incompreensível. Para os hebreus, os porcos são animais impuros, como a quintessência do repugnância. Pelo contrário, as pérolas são as coisas mais preciosas que se pode ter. A advertência de Jesus se refere àquele que dá aos cães vadios a carne consagrada e destinada ao sacrifício. Tal comportamento é mau e muitas vezes imprudente, porque aos cães geralmente não se dava de comer e, movidos por sua fome insaciável, poderiam se voltar e atacar a seus "benfeitores".
 
A nível metafórico, as pérolas indicam os ensinamentos dos sábios e as interpretações da "Torah". No Evangelho de Mateus, a pérola é a imagem do reino de Deus (Mt 13,45 ss). A interpretação dada pelo evangelista para colocar este aviso de Jesus é essencialmente teológica. Seguramente a interpretação que nos parece mais de acordo com o texto é a leitura eclesial das palavras de Jesus: um advertência aos missionários cristãos para não pregar o evangelho a qualquer um (Gnilka).
 
O caminho a seguir. No final do discurso (7,13-27) Mateus coloca, entre outras questões, uma exortação conclusiva de Jesus, que convida a fazer uma escolha decisiva para entrar no reino dos céus: a porta estreita (7,13-14). A palavra de Jesus não é apenas algo que se deve entender e interpretar, mas acima de tudo tem que ser parte da vida. Agora, para entrar no reino dos céus é necessário seguir um caminho e entrar na plenitude da vida através de uma "porta". O tema do "caminho" é muito popular no AT (Dt 11,26-28; 30,15-20; Jr 21,8; Sl 1,6; Sl 118,29-30; Sl 138,4, Sb 5 ,6-7, etc). O caminho mostrado nas duas portas conduz diferentes metas. Um significado coerente das advertências de Jesus seria que a porta larga se junta ao caminho largo que conduz à perdição, ou seja, percorrer um caminho largo é sempre agradável, mas isso não é dito em nosso texto. Pelo contrário, parece que Mateus concorda com a concepção judaica de "caminho": seguindo Dt 30,19 e Jr 21,8  há dois caminhos que se contrapõe, o de morte e o da vida. Saber escolher entre as duas formas diferentes de vida é fundamental para entrar no reino dos céus. Aquele que escolhe o caminho estreito, o da vida, deve saber que ele está cheio de aflições; estreito quer dizer provado no sofrimento pela fé.
 
Para um confronto pessoal
1) Qual é o impacto das palavras de Jesus em seu coração? Você a escuta para viver sob o olhar do Pai, e para mudar pessoalmente e em suas relações com os irmãos?
2) A palavra de Jesus, ou melhor, ou Jesus mesmo é a porta que introduz na vida filial e fraterna. Você se deixa guiar atraído pelo caminho estreito e exigente do evangelho? Ou segue o caminho largo e fácil, que consiste em fazer o que se gosta ou o que leva a realizar seus próprios desejos, e ignora as necessidades dos outros?
 
LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO

 
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
 
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
 
Deus Pai dos Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo Paráclito, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
 
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe,...
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus,...
Coração de Jesus, de majestade infinita,...
Coração de Jesus, templo santo de Deus,...
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo,...
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu,...
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade,...
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e amor,...
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes,...
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor,...
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações,...
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência,...
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade,...
Coração de Jesus, no qual o Pai celeste põe as suas complacências,...
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos,...
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas,...
Coração de Jesus, paciente e misericordioso,...
Coração de Jesus, rico para todos os que vos invocam,...
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade,...
Coração de Jesus, propiciação para os nossos pecados,...
Coração de Jesus, saturado de sofrimentos,...
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes,...
Coração de Jesus, feito obediente até a morte,...
Coração de Jesus, atravessado pela lança,...
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação,...
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição,...
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação,...
Coração de Jesus, vítima dos pecadores,...
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam,...
Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram,...
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos,...
 
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
 
V. — Jesus, manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
 
ORAÇÃO
Onipotente e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.
 
CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, senão para honrá-lo, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado. Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte. Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer, nem me separar de Vós. Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.

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