sexta-feira, 30 de junho de 2023

Domingo XIII do Tempo Comum

Santa e Perpétua Virgindade de Maria, Mãe de Deus e Senhora Nossa
 
1ª Leitura (2Re 4,8-11.14-16a):
Certo dia, o profeta Eliseu passou por Sunam. Vivia lá uma distinta senhora, que o convidou com insistência a comer em sua casa. A partir de então, sempre que por ali passava, era em sua casa que ia tomar a refeição. A senhora disse ao marido: «Estou convencida de que este homem, que passa frequentemente pela nossa casa, é um santo homem de Deus. Mandemos-lhe fazer no terraço um pequeno quarto com paredes de tijolo, com uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lâmpada. Quando ele vier a nossa casa, poderá lá ficar». Um dia, chegou Eliseu e recolheu-se ao quarto para descansar. Depois perguntou ao seu servo Giezi: «Que podemos fazer por esta senhora?». Giezi respondeu: «Na verdade, ela não tem filhos e o seu marido é de idade avançada». «Chama-a» – disse Eliseu. O servo foi chamá-la e ela apareceu à porta. Disse-lhe o profeta: «No próximo ano, por esta época, terás um filho nos braços».
 
Salmo Responsorial: 88
R. Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.
 
Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor e para sempre proclamarei a sua fidelidade. Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre», no céu permanece firme a vossa fidelidade.
 
Feliz do povo que sabe aclamar-Vos e caminha, Senhor, à luz do vosso rosto. Todos os dias aclama o vosso nome e se gloria com a vossa justiça.
 
Vós sois a sua força, com o vosso favor se exalta a nossa valentia. Do Senhor é o nosso escudo e do Santo de Israel o nosso rei.
 
2ª Leitura (Rom 6,3-4.8-11): Irmãos: Todos nós que fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte. Fomos sepultados com Ele pelo Baptismo na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova. Se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos; sabendo que, uma vez ressuscitado dos mortos, Cristo já não pode morrer; a morte já não tem domínio sobre Ele. Porque na morte que sofreu, Cristo morreu para o pecado de uma vez para sempre; mas a sua vida, é uma vida para Deus. Assim, vós também, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Cristo Jesus.
 
Aleluia. Vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, para anunciar os louvores de Deus, que vos chamou das trevas à sua luz admirável. Aleluia.
 
Evangelho (Mt 10,37-42): Naquele tempo, Jesus disse aos seus Apóstolos: «Quem ama pai ou mãe mais do que a mim, não é digno de mim. E quem ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem buscar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará. Quem vos recebe, é a mim que está recebendo; e quem me recebe, está recebendo aquele que me enviou. Quem receber um profeta por ele ser profeta, terá uma recompensa de profeta. Quem receber um justo por ele ser justo, terá uma recompensa de justo. E quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequenos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não ficará sem receber sua recompense».
 
«Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem vos recebe, é a mim que está recebendo»
 
P. Antoni POU OSB Monje de Montserrat (Montserrat, Barcelona, Espanha)
 
Hoje, ao escutar da boca de Jesus: « Quem ama pai ou mãe mais do que a mim, não é digno de mim. E quem ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim. » (Mt 10,37) ficamos desconcertados. Agora bem, ao aprofundar um pouco mais, notamos a lição que o Senhor quer transmitir-nos: para o cristianismo, o único absoluto é Deus e seu Reino. Cada qual deve descobrir sua vocação —possivelmente esta é a tarefa mais delicada de todas— e segui-la fielmente. Se um cristão ou cristã têm vocação matrimonial, devem levar a cabo sua vocação consiste em amar a sua família tal como Cristo ama a Igreja.
 
A vocação à vida religiosa ou ao sacerdócio pede não antepor os vínculos familiares aos da fé, se com isto não faltamos aos requisitos básicos da caridade cristã. Os vínculos familiares não podem escravizar e afogar a vocação à que somos chamados. Detrás da palavra “amor” pode esconder-se um desejo possessivo do outro que lhe tira a liberdade para desenvolver sua vida humana e cristã; ou o medo a sair do ninho familiar e enfrentar-se às exigências da vida e da chamada de Jesus a segui-lo. É esta deformação do amor a que Jesus nos pede transformar em um amor gratuito e generoso, porque, como disse santo Agustín: «Cristo veio a transformar o amor».
 
O amor e a acolhida sempre será o núcleo da vida cristã, para todos e, sobretudo, aos membros de nossa família, porque habitualmente são os mais próximos e constituem também o “próximo” que Jesus nos pede amar. Na acolhida aos demais está sempre à acolhida a Cristo: «Quem vos recebe,também a mim me recebe» (Mt 11,40). Devemos ver, pois, a Cristo naqueles a quem servimos, e reconhecer igualmente a Cristo servidor em quem nos servem.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Através de dores e feridas e favores, Deus forma os seus filhos para a vida eterna» (S. Gregório Magno)
 
«Hoje, muitas vezes, experimentamos que a nossa fé é posta à prova pelo mundo, sendo-nos pedido de muitíssimas maneiras para condescender no referente à fé, diluir as exigências radicais do Evangelho e conformar-nos com o espírito do tempo. Mas os mártires chamam-nos a colocar Cristo acima de tudo» (Francisco)
 
«(...) Hão de convencer-se de que a primeira vocação do cristão é seguir Jesus (cf. Mt 16,25) (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.232)
 
Compensa gastar a vida por Jesus
 
Ir. Adelaide Gonçalves

Jesus capacita o discípulo que chama, para a missão que lhe oferece. Basta-lhe ser digno.  Ser digno de Jesus, para a pessoa indecisa e tíbia, pode ser um impedimento para realizar os desafios propostos pelo Evangelho. Mas os reptos apresentados, estão ao alcance de toda e qualquer a pessoa que quer e deseja ser um bom cristão. Mateus aponta o gastar a vida ao serviço de Jesus, acolhendo o próximo, tal qual é. Cuidando de quem precisa de ajuda, como se de Jesus se tratasse. Jesus recompensa sempre, em abundância, ainda que seja simplesmente dar um copo de água a quem tem sede.
 
Esta passagem do Evangelho é uma catequese sobre a missão. Mateus junta relatos de envio e veredictos do Antigo Testamento com o objetivo de reorientar uma comunidade que estava a desleixar-se no que se refere à sua tradição missionária.
O Evangelista quer e deseja que os membros da sua comunidade reaprendam e tomem atitudes no sentido de que a missão de qualquer discípulo é anunciar Jesus, mesmo que seja até dar a vida por Ele.
 
– “Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim”. - O seguimento de Jesus não é fácil, exige desprendimento, opções firmes e radicais. Mateus adverte que toda a comunidade deve ter como objetivo anunciar Jesus.  Aqui colocam-se algumas questões, sobre as nossas comunidades cristãs atuais:  1. Como anunciamos Jesus: de costas viradas uns para os outros, ou levando a nossa cruz com gratidão?  2. Como cristãos integrados, somos capazes de caminhar em conjunto no que se refere a ouvir, superar e a pensar juntos?
 
– “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim”. - Quando se é discípulo de Jesus, todas as opções a tomar devem ter presente a entrega pessoal feita ao Mestre.  Pergunta-se: todo aquele que segue Jesus tem de cortar relações com a própria família? Evidentemente que não, mas também não deve permitir que esta seja impedimento de uma resposta coerente e radical a Jesus.
 
– “E se alguém der de beber, nem que seja um copo de água fresca, a um destes pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: Não perderá a sua recompensa». - Por mais que nós cristãos e seguidores de Jesus nos esforcemos para sermos mais configurados à imagem de Deus, a Sua recompensa não é merecida por nenhum de nós. Por isso, todos devemos viver em ato de contínua gratidão a Deus. Importa lembrar aqui a palavra do Papa Francisco, chamando a atenção para a “grave doença espiritual” que é a atitude de “dar tudo como garantido, inclusive a fé, mesmo a relação com Deus”, gerando “cristãos que deixaram de saber maravilhar-se, já não sabem dizer obrigado, não se mostram agradecidos, não sabem ver as maravilhas do Senhor”.
 
Propósito final
1) Durante esta semana, volto a reler este texto do Evangelho, dou graças a Deus pela Palavra viva e eficaz que é Jesus na minha vida.
2)  Vou procurar ao máximo colocar em meus lábios boas palavras e, através das minhas mãos, pés e olhos, manifestar um testemunho de coerência com a Palavra deste Evangelho: gastar a minha vida ao serviço de Jesus, para a ter em abundância.

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