sexta-feira, 3 de março de 2023

Mês de São José - Domingo II da Quaresma

ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

LECTIO DIVINA
1ª Leitura (Gen 12,1-4a): Naqueles dias, o Senhor disse a Abraão: «Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que Eu te indicar. Farei de ti uma grande nação e te abençoarei; engrandecerei o teu nome e serás uma bênção. Abençoarei a quem te abençoar, amaldiçoarei a quem te amaldiçoar; por ti serão abençoadas todas as nações da terra». Abraão partiu, como o Senhor lhe tinha ordenado.

Salmo Responsorial: 32
R. Desça sobre nós a vossa misericórdia, porque em Vós esperamos, Senhor.

A palavra do Senhor é reta, da fidelidade nascem as suas obras. Ele ama a justiça e a retidão: a terra está cheia da bondade do Senhor.

Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem, para os que esperam na sua bondade, para libertar da morte as suas almas e os alimentar no tempo da fome.

A nossa alma espera o Senhor: Ele é o nosso amparo e protetor. Venha sobre nós a vossa bondade, porque em Vós esperamos, Senhor.

2ª Leitura (2Tim 1,8b-10): Caríssimo: Sofre comigo pelo Evangelho, apoiado na força de Deus. Ele salvou-nos e chamou-nos à santidade, não em virtude das nossas obras, mas do seu próprio desígnio e da sua graça. Esta graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, desde toda a eternidade, manifestou-se agora pelo aparecimento de Cristo Jesus, nosso Salvador, que destruiu a morte e fez brilhar a vida e a imortalidade, por meio do Evangelho.

No meio da nuvem luminosa, ouviu-se a voz do Pai: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».

Evangelho (Mt 17,1-9): Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os fez subir a um lugar retirado, numa alta montanha. E foi transfigurado diante deles: seu rosto brilhou como o sol e suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Pedro, então, tomou a palavra e lhe disse: «Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias». Ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra. E, da nuvem, uma voz dizia: «Este é o meu filho amado, nele está meu pleno agrado: escutai-o!». Ouvindo isto, os discípulos caíram com o rosto em terra e ficaram muito assustados. Jesus se aproximou, tocou neles e disse: «Levantai-vos, não tenhais medo». Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser Jesus. Ao descerem da montanha, Jesus recomendou-lhes: «Não faleis a ninguém desta visão, até que o Filho do Homem tenha sido ressuscitado dos mortos».

«E foi transfigurado diante deles»

Rev. D. Jaume GONZÁLEZ i Padrós (Barcelona, Espanha)

Hoje, a caminho da Semana Santa, a liturgia da Palavra mostra-nos a Transfiguração de Jesus Cristo. Apesar de termos no nosso calendário litúrgico festivo um dia reservado a este acontecimento (6 de Agosto), agora somos convidados a contemplar a mesma cena na sua íntima relação com o sucedido na Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.

Efetivamente, aproximava-se a Paixão de Jesus e seis dias antes de subir ao Tabor anunciou-o com toda a clareza: tinha-lhes dito que «era necessário Ele ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar» (Mt 16,21).

Mas, os discípulos não estavam preparados para ver sofrer o seu Senhor. Ele, que sempre se tinha mostrado compreensivo com os desamparados, que devolvera a brancura à pele danificada pela lepra, que tinha iluminado os olhos de tantos cegos, e que tinha feito mover os membros inertes, agora não podia ser que o seu corpo se se desfigura por causa de golpes e flagelações. E, contudo, Ele afirma sem condescendências: «Devia sofrer muito». Incompreensível! Impossível!

Apesar de todas as incompreensões, porém, Jesus sabe para que veio ao mundo. Sabe que deve assumir toda a fraqueza humana e a dor que ensombra a humanidade, para poder divinizá-la e, assim, resgatá-la do círculo vicioso do pecado e da morte, de tal forma que esta —a morte— uma vez vencida, já não mantenha escravizados os homens, criados à imagem e semelhança de Deus.

Por isso a Transfiguração é um esplêndido ícone da nossa redenção, onde a carne do Senhor se apresenta no esplendor da ressurreição. Assim, se com o anúncio da Paixão provocou angustia nos Apóstolos, com o fulgor da sua divindade confirma-os na esperança e antecipa-lhes o gozo pascal, apesar de, nem Pedro, nem Santiago, nem João saberem exatamente que significa isso de… Ressuscitar de entre os mortos (cf. Mt 17,9). Em breve o saberão!

Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Nessa transfiguração era sobretudo uma questão de afastar do coração dos discípulos o escândalo da cruz, e desta forma evitar que a humilhação da paixão voluntária perturbasse a fé deles» (S. Leão Magno)

«Escutai-O. Este convite do Pai é muito importante. Nós, os discípulos de Jesus, somos chamados a ser pessoas que ouvem a sua voz e levam a sério as suas palavras» (Francisco)

«Os evangelhos referem, em dois momentos solenes, no batismo e na transfiguração de Cristo, a voz do Pai, que O designa como seu Filho muito-amado´. Jesus designa-Se a Si próprio como o Filho único de Deus´ (Jo 3, 16), afirmando por este título a sua preexistência eterna. E exige a fé «no nome do Filho único de Deus» (Jo 3, 18) (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 444)

“O seu rosto brilhou como o sol” 

José Tolentino Mendonça

Hoje celebramos o episódio da Transfiguração. O que é a Transfiguração? É Jesus tentar passar aos discípulos uma imagem que os console, que arranque do seu coração acobardado o medo da cruz, o medo do que vai acontecer. Porque, nesta altura do campeonato, os discípulos já estão a ver que aquilo não vai dar certo e que vai acabar sobrando para eles. Eles já perceberam que os sonhos que tinham de um ser coronel, o outro ser general, herdar isto, herdar aquilo dum reino muito terreno nada disso vai acontecer. Eles estão a perceber que as autoridades vão liquidar Jesus e estão completamente apavorados, não sabem o que vão fazer, querem abandoná-Lo, mas ao mesmo tempo também não conseguem. Ficam com os pés pesados quando se trata de acompanhar Jesus. O episódio da Transfiguração é para lhes dizer: “Podem confiar, Eu Sou Aquele que o vosso coração sabe, mas o vosso pensamento ainda não chegou lá, Eu Sou Esse, podeis confiar.”

É muito bela esta narrativa de S. Mateus, quase que a pedagogia de cura, de transformação que Jesus faz com os discípulos. É uma pedagogia em três passos. Jesus aproximou-se deles quando eles estavam caídos por terra cheios de medo. Jesus aproximou-se deles, passo um; tocou-os, passo dois; e falou-lhes, passo três. “Levantai-vos e não temais.” E são, no fundo, estes três passos que Jesus faz com a vida de cada um de nós, com a vida caída, a vida sucumbida, a vida assustada, a vida que não sabe se caminha para a Páscoa ou se volta para trás, a vida que não sabe se consegue chegar à cruz ou não, a vida que se acobarda, a vida que fica a meio caminho, suspensa entre tantas questões, a vida de todos nós.

Jesus aproxima-se, sintamos a proximidade de Jesus. Jesus não nos enjeita, Jesus não nos recusa porque não temos a força, não temos a graça, não temos a luz que devíamos ter, não temos a verdade que se espera, não temos isto. Não, isso não é um impedimento, Ele aproxima-Se de nós tal como somos. Tal como estamos, Ele aproxima-Se de nós.

E depois toca-nos, toca-nos. Isto é, toca o nosso coração. Sintamo-nos tocados pelo amor de Jesus, e tocar é assumir, e tocar é incorporar, e tocar é levar aos ombros, e tocar é levar ao colo, e tocar é carregar o peso da nossa vida. Jesus toca-nos, toca-nos. Isto é, abençoa-nos, trata-nos com amor, cuida das nossas feridas como o Bom Samaritano cuidou das feridas do homem caído. Ele cuida de nós, Ele toca-nos, não nos repele, Ele vem ao nosso encontro, e um encontro de verdade, um encontro profundo.

E depois, fala-nos. A palavra é muito importante porque é esta experiência que nós fazemos aqui, dominicalmente, que é cada um de nós é recriado por esta Palavra. A Palavra que vem da Sagrada Escritura, a Palavra de Deus é uma palavra que nos transforma. Nós experimentamos a força performativa desta Palavra que nos faz outros, que nos renova, que nos abre horizontes. Então, Jesus diz: “Levanta-te”. É muito importante este verbo “levantar-se” porque em grego diz-se ‘egeiren‘, que é a mesma palavra para dizer ressurreição. Aquilo que Mateus vai contar no Domingo de Páscoa é que Jesus Se levantou do túmulo. ‘Egeiren‘ é a mesma palavra que Jesus diz aos discípulos, “Levanta-te”, e é a mesma palavra que Ele diz hoje a cada um de nós: “Levanta-te, ressuscita, vive como um ressuscitado, levanta-te!” É essa palavra que Ele nos diz: “Levanta-te.” Tem de haver um levantamento na nossa vida, tem de haver um acordar, tem de haver um pôr-se de pé.

Cada um saberá o que é que isso significa, o que é que isso representa, mas Ele vem dizer-nos isso, mas diz-nos isso e possibilita isso. ‘Egeiren‘, levanta-te. E cura o medo do nosso coração. Levanta-te e não tenhas medo.

Queridos irmãs e irmãos, é este encontro que transforma a nossa vida. É natural o que nós sentimos, o que nós vivemos muitas vezes é o que temos para viver, é o que nos calhou em sorte, é o que está no nosso caminho. Não vamos julgar, não se trata disso, mas trata-se agora de saber o que é que eu vou fazer com isto. O que é que eu vou construir? Qual vai ser agora o meu caminho? É muito importante estes três passos que Jesus celebra com cada um de nós. Por isso, cada um de nós sinta que cada um destes passos acontece com o tempo e com a percepção necessária ao seu coração. Cada um de nós sinta que Jesus Se avizinha da sua vida, da sua história, que Jesus toca o corpo das nossas feridas e que Jesus nos oferece a Palavra restauradora, recriadora: “Levanta-te, não temas.”
 
ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.

LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.

V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.

ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

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