sexta-feira, 18 de março de 2022

Mês de São José - Domingo III da Quaresma


ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

LECTIO DIVINA

1ª Leitura (Ex 3,1-8a.13-15): Naqueles dias, Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Ao levar o rebanho para além do deserto, chegou ao monte de Deus, o Horeb. Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor numa chama ardente, do meio de uma sarça. Moisés olhou para a sarça, que estava a arder, e viu que a sarça não se consumia. Então disse Moisés: «Vou aproximar-me, para ver tão assombroso espetáculo: por que motivo não se consome a sarça?». O Senhor viu que ele se aproximava para ver. Então Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés, Moisés!». Ele respondeu: «Aqui estou!» Continuou o Senhor: «Não te aproximes. Tira as sandálias dos pés, porque o lugar que pisas é terra sagrada». E acrescentou: «Eu sou o Deus de teus pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob». Então Moisés cobriu o rosto, com receio de olhar para Deus. Disse-lhe o Senhor: «Eu vi a situação miserável do meu povo no Egito; escutei o seu clamor provocado pelos opressores. Conheço, pois, as suas angústias. Desci para o libertar das mãos dos egípcios e o levar deste país para uma terra boa e espaçosa, onde corre leite e mel». Moisés disse a Deus: «Vou procurar os filhos de Israel e dizer-lhes: ‘O Deus de vossos pais enviou-me a vós’. Mas se me perguntarem qual é o seu nome, que hei de responder-lhes?». Disse Deus a Moisés: «Eu sou ‘Aquele que sou’». E prosseguiu: «Assim falarás aos filhos de Israel: O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós». Deus disse ainda a Moisés: «Assim falarás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob, enviou-me a vós. Este é o meu nome para sempre, assim Me invocareis de geração em geração’».

Salmo Responsorial: 102

R. O Senhor é clemente e cheio de compaixão.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo. Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.

Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades. Salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia.

O Senhor faz justiça e defende o direito de todos os oprimidos. Revelou a Moisés os seus caminhos e aos filhos de Israel os seus prodígios.

O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade. Como a distância da terra aos céus, assim é grande a sua misericórdia para os que O temem.

2ª Leitura (1Cor 10,1-6.10-12): Irmãos: Não quero que ignoreis que os nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, passaram todos através do mar e na nuvem e no mar, receberam todos o baptismo de Moisés. Todos comeram o mesmo alimento espiritual e todos beberam a mesma bebida espiritual. Bebiam de um rochedo espiritual que os acompanhava: esse rochedo era Cristo. Mas a maioria deles não agradou a Deus, pois caíram mortos no deserto. Esses fatos aconteceram para nos servir de exemplo, a fim de não cobiçarmos o mal, como eles cobiçaram. Não murmureis, como alguns deles murmuraram, tendo perecido às mãos do Anjo exterminador. Tudo isto lhes sucedia para servir de exemplo e foi escrito para nos advertir, a nós que chegámos ao fim dos tempos. Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair.

Arrependei-vos, diz o Senhor; está próximo o reino dos Céus.

Evangelho (Lc 13,1-9): Nesse momento, chegaram algumas pessoas trazendo a Jesus notícias a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando o sangue deles com o dos sacrifícios que ofereciam. Ele lhes respondeu: «Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu, por terem sofrido tal coisa? Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo». E Jesus contou esta parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi lá procurar figos e não encontrou. Então disse ao agricultor: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Para que está ocupando inutilmente a terra? ’ Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano. Vou cavar em volta e pôr adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então a cortarás».

«Se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo»

+ Cardeal Jorge MEJÍA Arquivista e Bibliotecário de la S.R.I. (Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, terceiro domingo de Quaresma, a leitura evangélica contém uma chamada à penitência e à conversão. Ou, melhor, uma exigência de mudar de vida.

“Converter-se” significa, na linguagem do Evangelho, mudar de atitude interior, e de estilo externo. É uma das palavras mais utilizada no Evangelho. Lembremos que, antes da vinda do Senhor Jesus, São Batista resumia sua predicação com a mesma expressão: «Pregando um batismo de conversão» (Mc 1,4). E, logo depois, a predicação de Jesus se resume com estas palavras: «Convertei-vos e crede na Boa Nova» (Mc 1,15).

Esta leitura de hoje tem, contudo, características próprias, que pedem atenção fiel e resposta consequente. Pode-se dizer que a primeira parte, com ambas as referências históricas (o sangue derramado por Pilatos e a torre derribada), contém uma ameaça. Impossível chamá-la de outro jeito: lamentamos as duas desgraças –então sentidas e choradas- mas Jesus Cristo, com muita seriedade, nos diz a todos: «Se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo» (Lc 13,5).

Isto mostra-nos duas coisas. Primeiro, a absoluta seriedade do compromisso cristão. E segundo: de não respeitá-lo como Deus quer, a possibilidade de uma morte, não neste mundo, mas muito pior, no outro: a eterna perdição. As duas mortes do nosso texto não são mais que figuras de outra morte, sem comparação com a primeira.

Cada qual, saberá como esta exigência de mudança se lhe apresenta. Ninguém fica excluído. Se isto causa-nos inquietação, a segunda parte nos consola. O “vinhateiro”, que é Jesus, pede ao dono da vinha, seu Pai, que espere um ano ainda. E, entretanto, Ele fará todo o possível (e o impossível, morrendo por nós) para que a vinha dê fruto. Que dizer, mudemos de vida! Esta é a mensagem da Quaresma. Levemo-lo, então a sério. Os santos –São Inácio, por exemplo, embora tarde em sua vida- por graça de Deus mudam e nos animam a mudar.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Um segredo. —Um segredo em voz alta: estas crises mundiais são crises de santos» (São Josemaria)

«É preciso reconhecer que o próprio desenvolvimento econômico tem sido atormentado por desvios e problemas dramáticos. Tudo isso nos coloca sem extensão diante de decisões que afetam cada vez mais o próprio destino do homem, que, aliás, não pode prescindir de sua natureza» (Bento XVI).

«A inversão dos meios e dos fins, que chega a dar valor de fim último ao que não passa de meio para alcançá-lo, ou a considerar as pessoas como puros meios com vista a um fim, gera estruturas injustas (…). É necessário apelar para as capacidades espirituais e morais da pessoa e para a exigência permanente da sua conversação interior, para realizar mudanças sociais que estejam realmente ao seu serviço» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1887-1.888)

A dor e a doença não são castigo do pecado ou do mal.

Do site Domus Iesu

Quem não se converte sujeita-se a perecer. - Jesus aproveita alguns «factos de crónica» (casos dos assassínios de Pilatos e as vítimas da torre de Siloé) daquele tempo fundamentalmente para realçar duas coisas: que as desgraças ou situações desagradáveis não são nem sinal nem consequência de castigo por algo que se tenha feito ou deixado de fazer. Por outro lado - e Jesus faz assim com muita frequência - o mais importante é descobrir que até das coisas desagradáveis nos devemos servir para convertermos a nossa mente ao Deus que não se contenta, digamos assim, apenas com que as pessoas tenham bem-estar e gozem a vida terrestre, mas lhes deseja o bem-estar e a vida na sua vertente de realidade total. Se porventura a desgraça fosse um castigo pelos pecados, então tudo na vida seria castigo, porque todos somos (sempre) pecadores. Mas a verdade é que, como indica o próprio texto supra, Deus espera sempre de nós frutos que sejam o resultado duma verdadeira penitência e conversão a Ele. Como se sabe, a figueira é um dos símbolos de Israel e, por isso mesmo, é facilmente compreendida quando é utilizada para construir uma parábola. Ora, segundo a parábola, mesmo a Israel é concedida mais uma oportunidade para produzir os frutos adequados; como é concedida a cada um de nós.

Deus não nos salva sem nós. - Dois fatos de crónica (alguns mortos numa revolta contra os romanos e a queda imprevista duma torre que sepulta alguns cidadãos) dão ocasião a Jesus de falar da imprevisibilidade do juízo divino. Este acontecerá de imprevisto e cairá sobre quem menos o espera. Por vezes, admiramo-nos do lugar que a morte ocupa no anúncio do Reino. Muitos ateus, e até alguns cristãos, reprovam à Igreja esta espécie de complacência em manejar o espantalho da morte para levar os homens à conversão. E, no entanto, a morte não é um espantalho. Ela constitui, ao contrário, um "sinal" que cada homem deve forçosamente interpretar. O convite de Cristo a fazer penitência não é o convite a preparar como que uma espécie de "toilette" válida para a gente se preparar para entrar no além. A penitência constitui, mais exatamente, um consentimento à ideia da morte. E isto é, para cada homem, a prova mais decisiva da sua condição de criatura».

A conversão: ato livre do homem. - A urgência da conversão para a proximidade do juízo de Deus que os sinais dos tempos nos revelam continuamente é nossa resposta à experiência de um Deus que vem para nos fazer sair do Egito; de um Deus que vem ajudar-nos a reencontrar a nossa identidade de homens». Deus ouve o grito do seu povo e manda Moisés a "libertá-lo da mão do Egito e fazer com que saia deste país rumo a um país belo e espaçoso" (cf. 1ª leitura). Um povo que é libertado é um povo em conversão; uma conversão contínua. Assim como ao povo de Israel não bastou passar o Mar Vermelho, alimentar-se com o maná e matar a sede com a água saída da rocha para ser fiel a Deus (de facto, revoltaram-se contra Ele e foram castigados), assim também ao novo povo de Deus, a nós, não basta ser batizados e ter participado na mesa do corpo e sangue de Cristo para entrar no reino da promessa (2ª leitura). A vida do povo no deserto no tempo de Moisés - avisa Paulo - foi escrita para nossa correção. A palavra de Deus quer provocar-nos, pois, à conversão e à urgência deste apelo e assume em Cristo uma tonalidade particular: Ele é a misericórdia do Pai; mais uma ocasião oferecida ao homem para fazer penitência. O tempo de Cristo é o tempo da paciência do Pai. Deus não impõe datas fixas. Um longo passado de esterilidade não impede, portanto, a Deus de dar possibilidade de frutificar à figueira. Não se trata de fraqueza, mas sim de amor».

A conversão: um ato de empenho - O risco que se corre é o de subavaliar as exigências de tal ato e de o confinar a gestos que nos tocam apenas superficialmente, mas que na realidade deixam intacto o mais profundo da nossa vida. Conversão é um profundo exame de si e da direção que assumiu a própria vida. Implica, portanto, uma mudança de direção. Conversão é a passagem de uma fé aceite de forma passiva, de uma fé herdada, para uma fé ativamente conquistada, como resposta ao dom de Deus e à intervenção do Espírito na nossa vida. Conversão é a rotura com uma mentalidade orientada para o pecado e para valores puramente humanos, para a autossuficiência e o orgulho, para aderir aos sinais de penitência que não sejam só rituais. Conversão é sobretudo adesão ao Reino que vem e empenho por ele. É atitude de pobre, de pequeno, de servo, de filho. É autenticidade de comportamento contra a dissociação entre fé e vida. Deus atende-nos neste instante decisivo. Espera da nossa fé um ato viril, a plena e consciente aceitação do nosso destino. Pede-nos para assumir livremente esse destino. Mais ninguém pode fazê-lo em nosso lugar; nem sequer Deus.

A conversão: um ato que custa. - O caminho da conversão pode levar a escolhas que ferem e confundem. Há situações em que não é fácil agir ou em que já não é mais possível voltar atrás: por exemplo, escolhas como a de quem se divorciou, de quem rompeu com a Igreja, com a vida religiosa. Não se podem modificar facilmente. Uma vida de concubinato (em que haja filhos) que não se pode resolver com o matrimónio. Uma imprevista e não desejada maternidade. Uma impreparação psicológica para aceitar um filho. A situação dum drogado já habituado. Uma forte injustiça sofrida. Um comportamento habitual de desconfiança entre marido e mulher, entre pais e filhos. A luta que envolve famílias, uma vingança que foi muito para além do que estava previsto... E, no entanto, para tudo isto é sempre válido o apelo à conversão. É um caminho longo e difícil. Um caminho que martiriza a carne e que exige o respeito e a ajuda de toda a comunidade. Exige a compreensão de quem sabe que certas escolhas nem sempre dependem das pessoas, de quem sabe que certas situações podem verificar-se em qualquer um de nós. Cristo não permitiu que se arrancasse uma árvore à primeira vista improdutiva. Um germe de vida nova é possível em cada primavera».

ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.

LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.

Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...

Santa Maria, rogai por nós.

São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.

V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.

ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

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