domingo, 25 de julho de 2021

S. Joaquim e Santa Ana, pais da Virgem Maria, Protetores secundários da Ordem.

1ª Leitura (Eclo 44,1.10-15): Façamos o elogio dos homens ilustres, que são nossos antepassados, em sua linhagem. Os primeiros, porém, foram homens de misericórdia; nunca foram esquecidas as obras de sua caridade. Na sua posteridade permanecem os seus bens. Os filhos de seus filhos são uma santa linhagem, e seus descendentes mantêm-se fiéis às alianças. Por causa deles seus filhos permanecem para sempre, e sua posteridade, assim como sua glória, não terá fim. Seus corpos foram sepultados em paz, seu nome vive de século em século. Proclamem os povos sua sabedoria, e cante a assembleia os seus louvores!

Salmo 131(132)

R. O Senhor vai dar-lhe o trono de seu pai, o rei Davi.

— O Senhor fez a Davi um juramento, uma promessa que jamais renegará: “um herdeiro que é fruto do teu ventre colocarei sobre o trono em teu lugar!”

— Pois o Senhor quis para si Jerusalém e a desejou para que fosse sua morada: “Eis o lugar do meu repouso para sempre, eu fico aqui: este é o lugar que preferi!”

— “De Davi farei brotar um forte herdeiro, acenderei ao meu ungido uma lâmpada. Cobrirei de confusão seus inimigos, mas sobre ele brilhará minha coroa!”

Aleluia. Esperavam estes pais a redenção de Israel, e o Espírito do Senhor estava sobre eles. Aleluia.

Evangelho (Mt 13,16-17): Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: «Mas, quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque veem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem! Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram».

«Bem-aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem!»

+ Rev. D. Pere CAMPANYÀ i Ribó (Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho fala-nos da felicidade. O desejo de felicidade é, com certeza, universal para todos os seres humanos. Se perguntarmos a qualquer pessoa: «Queres ser feliz?», a resposta será sempre a mesma: «Sim, quero». Mas não há unanimidade na hora de dizer em que consiste a verdadeira felicidade. Jesus fala em diversas ocasiões sobre a autêntica felicidade e sobre onde a podemos encontrar. Repetindo o que o Evangelho diz hoje, Jesus afirma que a felicidade se encontra no facto de O poder ver e de ouvir a sua palavra, porque com Ele chegou o tempo definitivo (cf. Hb 1,1-2), de tal modo que, ao pôr o olhar na sua pessoa, podemos falar de um antes e de um depois.

Assim, Deus serve-se de uns elementos humanos como preparação do novo tempo: para fazer parte da nossa história, o Filho de Deus precisa de uma mãe, e esta será Maria; a Virgem também precisa de uns pais que foram Joaquim e Ana. Eles, sem o saber, serão os avós do Messias. Aplicando as palavras de S. Paulo aos Efésios (1,9-10), podem dizer: Ele nos manifestou o misterioso desígnio de sua vontade, que formara desde sempre, para realizá-lo em Cristo na plenitude dos tempos.

Com razão S. João Damasceno felicita os santos esposos com estas palavras: «Oh, matrimónio feliz de Joaquim e Ana, limpo na verdade de toda a culpa! Sereis conhecidos pelo fruto das vossas entranhas». Que felicidade para os padres que têm a sorte de ter filhos que podem admirar a sua fidelidade e agradecer o seu comportamento generoso, pelo qual receberam a sua existência humana e cristã. Mas também que felicidade para os filhos que têm a sorte de conhecer Jesus Cristo mais e melhor, por terem recebido de seus pais a formação cristã, com o exemplo de vida e de oração familiar.

REFLEXÃO

Hoje é Dia de São Joaquim e Santa Ana, os pais de Maria de Nazaré, a jovem escolhida e predileta diante de Deus, para ser a Mãe do seu Filho, portanto Joaquim e Ana são os avós de Jesus e por isso nesta data é o Dia dos Avós.  Para o Povo de Israel os pais e os avós são fontes de bênção Divina e por isso devem sempre ser honrados. Os evangelhos não fazem nenhuma referência a Joaquim e Ana, tão discretos como a Filha, eles foram importantíssimos no Plano da Salvação pois afinal, geraram e educaram aquela que viria a ser a Mãe de Deus, e se o próprio Deus encontrou nela graça, encanto e beleza, todas essas virtudes que ornavam a Mãe do Redentor, eram frutos de sua vida em família, marcada pela Fé e muita ternura nas relações.  Maria não caiu do Céu, pronta, para ser a Predileta do Pai, mas ela é fruto do amor de Joaquim e Ana, pessoas piedosas e fervorosas, que alimentavam no coração, como todo Povo de Israel, a Esperança Messiânica e mesmo estando dentro da rigorosa estrutura do Judaísmo, esse casal soube olhar além, vislumbrando algo totalmente novo, que somente a Fé genuína pode vislumbrar.

Por isso, com justiça aplica-se a eles as palavras deste evangelho “Mas quanto a vós, bem aventurados os vossos olhos, por que veem! Ditosos os vossos ouvidos porque ouvem!”

Joaquim e Ana são mesmo comparáveis aos grandes e Santos Homens de Israel, que no passado também souberam ver e ouvir o Deus da Aliança que a eles se revelava, e ao cumprirem sua missão contribuíram diretamente para a Vinda do Messias. Joaquim e Ana são os idosos e idosas de nossas comunidades, que trazem a sabedoria acumulada, e um coração repleto da Graça de Deus. Nossos idosos são tesouros inestimáveis nos quais precisamos prestar mais atenção, pois como esteios das comunidades, dão seu testemunho de vida.

Os Idosos sempre são bem destacados no Novo Testamento, basta nos lembrar da apresentação de Jesus no templo onde Simeão e Ana, que representam o Povo de Israel, têm o privilégio de ver o Messias, e portanto, a Salvação.

Em uma sociedade onde nossos idosos, considerados inativos, pouco são lembrados e muito menos valorizados, façamos por todos eles uma prece, principalmente na família e na comunidade, agradecendo a Deus pela sua presença em nosso meio, testemunhas vivas do evangelho, cujos cabelos brancos, marca que o tempo deixou, simbolizam a pureza de coração dos que colocaram toda sua esperança nas mãos de Deus. 

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