quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

1º de janeiro Santa Maria, Mãe de Deus


1ª Leitura (Num 6,22-27): O Senhor disse a Moisés: «Fala a Aarão e aos seus filhos e diz-lhes: Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo: ‘O Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz’. Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e Eu os abençoarei».

Salmo Responsorial: 66

R. Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção.

Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção, resplandeça sobre nós a luz do seu rosto. Na terra se conhecerão os seus caminhos e entre os povos a sua salvação.

Alegrem-se e exultem as nações, porque julgais os povos com justiça e governais as nações sobre a terra.

Os povos Vos louvem, ó Deus, todos os povos Vos louvem. Deus nos dê a sua bênção e chegue o seu temor aos confins da terra.

2ª Leitura (Gal 4,4-7): Irmãos: Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus filhos adoptivos. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: «Abá! Pai!». Assim, já não és escravo, mas filho. E, se és filho, também és herdeiro, por graça de Deus.

Aleluia. Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por seu Filho. Aleluia.

Evangelho (Lc 2,16-21): Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. Quando o viram, contaram as palavras que lhes tinham sido ditas a respeito do menino. Todos os que ouviram os pastores ficavam admirados com aquilo que contavam. Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. Os pastores retiraram-se, louvando e glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, de acordo com o que lhes tinha sido dito. No oitavo dia, quando o menino devia ser circuncidado, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido no ventre da mãe.

«Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura»

Rev. D. Manel VALLS i Serra (Barcelona, Espanha)

Hoje, a Igreja contempla agradecida a maternidade da Mãe de Deus, modelo de sua própria maternidade para com todos nós. Lucas nos apresenta o “encontro” dos pastores “com o Menino”, o qual está acompanhado de Maria, sua Mãe, e de José. A discreta presença de José sugere a importante missão de ser custódio do grande mistério do Filho de Deus. Todos juntos, pastores, Maria e José, «Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura» (Lc 2,16) é como uma imagem preciosa da Igreja em adoração.

“A Manjedoura”: Jesus já está na manjedoura, numa noite alusiva à Eucaristia. Foi Maria quem o colocou lá! Lucas fala de um “encontro”, de um encontro dos pastores com Jesus. Em efeito, sem a experiência de um “encontro” pessoal com o Senhor, a fé não acontece. Somente este “encontro”, o qual se entende um “ver com os próprios olhos”, e em certa maneira um “tocar”, faz com que os pastores sejam capazes de chegar a ser testemunhas da Boa Nova, verdadeiros evangelizadores que podem dar a conhecer o que lhes haviam dito sobre aquela Criança. «Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino» (Lc 2,17).

Aqui vemos o primeiro fruto do “encontro” com Cristo: «Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores» (Lc 2,18). Devemos pedir a graça de saber suscitar este “maravilhamento”, esta admiração naqueles a quem anunciamos o Evangelho.

Ainda há um segundo fruto deste encontro: «Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito» (Lc 2,20). A adoração do Menino lhes enche o coração de entusiasmo por comunicar o que viram e ouviram, e a comunicação do que viram e ouviram os conduz até a pregaria de louvor e de ação de graças, à glorificação do Senhor.

Maria, mestra de contemplação —«Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração» (Lc 2,19) — nos dá Jesus, cujo nome significa “Deus salva”. Seu nome é também nossa Paz. Acolhamos coração este sagrado e doce Nome e tenhamo-lo frequentemente nos nossos lábios!

Maria é Mãe de Deus e Mãe nossa.

P. Antonio Rivero, L.C.

Como nossos irmãos orientais de rito sírio, demos hoje os augúrios e felicitações a Maria Santíssima, por ser a Mãe de Deus. Aproximemo-nos dela com esses sentimentos, pois também é nossa Mãe no plano da graça.

Em primeiro lugar, esta verdade de que Maria é verdadeira Mãe de Deus, a Theotokos, a Igreja a definiu no concílio de Éfeso por volta do ano 431. São Cirilo de Alexandria, que presidiu o Concílio, escrevia a continuação a seus fiéis: “Sabeis que se reuniu o santo sínodo na grande igreja de Maria, Mãe de Deus. Passamos ali o dia todo… Havia ali uns duzentos bispos reunidos. Todo o povo esperava com ansiedade, aguardando desde o amanhecer até o crepúsculo a decisão do santo Sínodo… Quando saímos da igreja, acompanharam-nos com tochas até nossos domicílios, porque era de noite. Respirava-se alegria no ambiente; a cidade estava salpicada de luzes; inclusive as mulheres nos precediam com incensários e abriam a marcha” (Epístola 24). Santo Inácio de Antioquia chama Jesus “o filho de Deus e de Maria”. Isto coloca a Maria a uma altura que da vertigem, ao lado do Padre. Mas também, por ser de nossa raça “nascido duma mulher”, está perto de nós e se faz também nossa mãe, mãe da Igreja. De escravos que éramos passamos a ser filhos no Filho (segunda leitura). Maravilhoso intercambio este como para felicitar a Maria y felicitarmos entre nós.

Em segundo lugar, vejamos a missão que esta Mãe tem, como toda mãe. Uma mãe da a luz seu filho com amor e acompanha seu filho até o final. Assim fez Maria com seu Filho Jesus. Uma mãe amamenta seu filho. Uma mãe cuida seu filho. Uma mãe respeita a liberdade de seu filho. Uma mãe acompanha seu filho nos momentos alegres e também nos momentos difíceis. Maria é mãe de todos os homens na ordem da graça. Ao dar à luz a seu primogénito, deu a luz também espiritualmente a aqueles que pertenceriam a Ele, aos que seriam incorporados a Ele e se converteriam assim em membros seus. Ella desde o céu intercede por nós, consola-nos, anima-nos e nos aponta o seu Filho dizendo-nos: “Fazei o que Ele vos disser”.

Finalmente, preguntemos o que podemos imitar de Maria, nossa Mãe. O evangelho nos dá dois segredos: “Ela conservava estas coisas e as meditava no seu coração”. Sejamos homens que saibamos ruminar as coisas de Deus na nossa vida, e como dizia santo Agostinho, dado que não podemos imitá-la na primeira Encarnação física, imitemos Maria na segunda encarnação espiritual “concebendo o Verbo com a mente”. E segundo, saiamos do Natal como os pastores que “dando glória e louvor a Deus por todo quanto ouviram e viram”, ou seja, sejamos testemunhas desta Encarnação do Filho de Deus e desta Maternidade divina de Maria.

Para refletir: Tenho a Maria como mãe da minha fé, esperança e amor? Rezo continuamente a Maria? Posso, como Maria, receber a palavra, custodiá-la no meu coração, fazer dela a luz para meus passos, alimento da minha vida espiritual.

Quaisquer sugestões ou dúvidas podem se comunicar com o padre Antonio a este e-mail: arivero@legionaries.org

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