sábado, 3 de fevereiro de 2018

V Domingo do Tempo Comum

Textos: Jó 7, 1-4.6-7; 1 Cor 9, 16-19.22-23; Mc 1, 29-39

Evangelho (Mc 1,29-39): Logo que saíram da sinagoga, foram com Tiago e João para a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e logo falaram dela a Jesus. Ele aproximou-se e, tomando-a pela mão, levantou-a; a febre a deixou, e ela se pôs a servi-los. Ao anoitecer, depois do pôr do sol, levavam a Jesus todos os doentes e os que tinham demônios. A cidade inteira se ajuntou à porta da casa. Ele curou muitos que sofriam de diversas enfermidades; expulsou também muitos demônios, e não lhes permitia falar, porque sabiam quem ele era. De madrugada, quando ainda estava bem escuro, Jesus se levantou e saiu rumo a um lugar deserto. Lá, ele orava. Simão e os que estavam com ele se puseram a procurá-lo. E quando o encontraram, disseram-lhe: «Todos te procuram». Jesus respondeu: «Vamos a outros lugares, nas aldeias da redondeza, a fim de que, lá também, eu proclame a Boa Nova. Pois foi para isso que eu saí». E foi proclamando nas sinagogas por toda a Galileia, e expulsava os demônios.

«Todos te procuram»

Rev. D. Francesc CATARINEU i Vilageliu (Sabadell, Barcelona, Espanha)

Hoje contemplamos a Jesus em Cafarnaúm, centro do seu ministério, e concretamente em casa de Simão Pedro: «Logo que saíram da sinagoga, foram (...) para a casa de Simão i André» (Mc 1,29). Lá encontra a sua família, a de aqueles que escutam a Palavra e a cumprem (cf. Lc 8,21). A sogra de Pedro está doente em cama e Ele, com um gesto que ultrapassa a anedota, lhe dá a mão, levanta-a da sua prostração e a devolve ao serviço.

Aproxima-se aos pobres-doentes que lhe levam e os cura apenas alargando a mão; somente com um breve contato com Ele, que é fonte de vida, são salvados – liberados.

Todos procuram a Cristo, alguns de uma maneira expressa e esforçada, outros não são conscientes disso, já que «nosso coração está inquieto e não encontra descanso até que descansa Nele» (São Agostinho).

Mas, assim como nós o procuramos porque necessitamos que nos livre do mal e do Maligno, Ele se nos acerca para fazer possível aquilo que nunca poderíamos conseguir sozinhos. Ele fez-nos frágeis para ganhar-nos a nós, «fez-se todo para todos para ganhar ao menos alguns» (1Cor 9,22).

Há uma mão aberta que nos espera quando nos sentimos cansados por tantos males; temos bastante com abrir a nossa e nos encontraremos de pé e renovados para o serviço. Podemos “abrir” a mão mediante a oração, tomando o exemplo do Senhor: «De madrugada, quando ainda estava bem escuro, Jesus se levantou e saiu rumo a um lugar deserto. Lá ele orava» (Mc 1,35).

Além disso, a Eucaristia de cada domingo é o encontro com o Senhor que vem a levantar-nos do pecado da rotina e do desânimo para fazer de nós testemunhos vivos de um encontro que nos renova constantemente e que nos faz livres de verdade com Jesus Cristo.

Um dia na vida de Jesus de Nazaré profeta, missionário e apóstolo.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

S. João de Brito, presbítero e mártir
Cristo diante de todas as misérias materiais e espirituais do homem se compadece, aproxima-se e trata de solucioná-las, se assim for a vontade do seu Pai. Em vez de se deprimir por tanta dor e lágrima, Ele se refugia na oração, de onde tira a força para sair adiante de todo sofrimento humano (primeira leitura e evangelho) e dar-lhe sentido com a sua pregação (segunda leitura).

Em primeiro lugar, de manhã rezava. Homem de oração. Prioridade na sua vida: Deus seu Pai. O que fazia na oração? Por que rezava e para que rezava? A quem rezava? Como rezava? A sua intimidade com Deus, a sua amante identificação com o seu Pai é a fonte da compaixão e compromisso com os demais. Por ser uma pessoa contemplativa também é uma pessoa compassiva e missionaria. Na oração Jesus abria o seu coração ao seu Pai, contava-lhe os avanços do Reino, pedia força e ternura para depois derramá-la por todos os lados. Ali na oração solapava o seu coração ferido por tantas ingratidões de tantos homens, fechados à sua Palavra e obstinados no mal. Às vezes a sua oração era delícia, outras vezes era amargura, também desolação; mas sempre terminava em luz e força para o cumprimento da sua missão redentora.

Bto Maria-Eugênio do Menino Jesus
Presbítero e nossa Ordem
Em segundo lugar, depois descansava e crescia nos seus laços humanos e afetivos na casa de Pedro, que também era casa de Jesus. Homem muito humano. Antes de sair para pregar, comia e alimentava os seus afetos na casa dos seus amigos íntimos. Com que carinho e ternura Cristo trataria a sogra de Pedro, que nesse dia estava doente com febre. Como abriria o seu coração aos seus amigos, como fazia na casa de Betânia. Ali repunha as suas forças físicas e psicológicas, pois era homem no final das contas. Que longe de Jesus está esse comportamento reservado, antissocial, envinagrado, esquivo. Jesus era rico em afetos humanos, mas ao mesmo tempo se sentia livre no seu coração e ao seu redor, e não atado às criaturas que tanta paz nos tiram, quando nos apegamos a elas.

Finalmente, de tarde, pregava na sinagoga, curava e expulsava demônios, pois todos o buscavam. Homem de Deus, apóstolo e médico. Jesus aparece como a resposta de Deus aos males deste mundo, à dor destes corações destroçados. Hoje cura a sogra de Pedro e outros vários enfermos, e liberta dos seus espíritos malignos os possuídos. Quanto tempo emprega Jesus, ao longo do evangelho, atendendo as pessoas que procuram, que sofrem, que estão desesperadas! Quer uma libertação integral e total, que inclui a cura dos males físicos, psíquicos e espirituais. É Mestre e Missionário, mas também Médico. Agora bem, não aceita ser monopolizado por um grupo de pessoas, um povo, uma área. A sua missão é pregar o Reino além dali. “Vamos aos vilarejos vizinhos para que eu possa proclamar a Boa Nova também ali”.

Para refletir: De qual destas facetas da personalidade de Jesus gosto mais? A minha vida parece em algo com a vida de Jesus? Em que? Tenho compaixão para me aproximar do irmão que sofre e trato de curá-lo? Ou passo direto, insensível e indiferente?

Para rezar: Senhor, que eu saiba dar prioridade na minha vida à oração, e dali, saia para remediar os males dos meus irmãos. Que seja próximo do irmão, próximo com afeto sincero, com a ajuda desinteressada, com uma mão estendida, com uma cara acolhedora, com uma palavra oportuna. Que eu seja solidário com todos e que saiba acompanhá-los na sua Via Sacra, seja ela qual for.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

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