sexta-feira, 14 de abril de 2017

VIA SACRA DO CENTENÁRIO DE FÁTIMA

Percorrer os passos da Via Sacra com Jesus é uma graça que nos possibilita entrar, conhecer e amar mais intensamente o seu Sacratíssimo Coração. Esta caminhada começa hoje e levar-nos-á até ao Domingo da Ressurreição, e fá-la-emos em união com os Pastorinhos de Fátima a quem Nossa Senhora apareceu há um século atrás.

Ao acompanharmos Jesus, somos desafiados a acolher a graça da conversão, passando de um coração de pedra a um coração de carne, para termos os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus e anunciarmos que “Ele me amou e se entregou por mim”.

A Virgem Maria, que foi crucificada no seu coração, caminha também conosco nesta Via Sacra. Peçamos-lhe que nos alcance a graça do que rezamos na Salve Rainha: “Mostrai-nos, Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria”.

1ª ESTAÇÃO – Jesus é condenado à morte

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo S. João (Jo 19, 12-16): A partir daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: “Se libertas este homem, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei declara-se contra César.” Disse-lhes Pilatos: “Então, hei de crucificar o vosso Rei?” Replicaram os sumos sacerdotes: “Não temos outro rei, senão César.” Então, entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus.

Leitor 1 - A condenação de Jesus remete-nos para todo o tipo de injustiças que se repetem nos nossos dias. Elas acontecem não somente longe, mas também dentro das portas das nossas casas e das nossas comunidades cristãs. Infelizmente também aí se encontram, e quem sabe se eu não sou responsável por muitas que acontecem no ambiente em que vivo e com quem vivo?

Leitor 2 - Os pastorinhos de Fátima também foram levados injustamente a tribunal, foram condenados e presos por anunciarem a mensagem que a Mãe do Céus lhes comunicou.

Todos - Senhor concedei-nos um amor incondicional à verdade e à justiça.

2ª ESTAÇÃO – Jesus recebe a cruz

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo S. João (Jo 19, 16-17): Então, entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus. Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota.

Leitor 1 - A linguagem da cruz é motivo de escândalo e loucura para uns, mas também sabedoria e poder para outros; a cruz recorda-nos o sofrimento, mas também o amor de uma vida carregada de sentido. Jesus recordou-nos: «Quem quiser seguir-me renuncie a si mesmo tome a sua cruz e siga-Me». Para nós, discípulos e seguidores de Jesus, a Cruz revela o Seu amor incondicional ao Pai e à humanidade inteira oprimida nas teias do pecado.

Leitor 2 - Os pastorinhos de Fátima souberam abraçar a cruz de Jesus em todas as ameaças e adversidades. Mais, alegravam-se por sofrer pelo nome de Deus.
Logo desde a primeira aparição, com uma fortaleza admirável, se abriram inteiramente a abraçar a cruz, quando a Virgem Maria lhes perguntou: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?
– Sim, queremos.
– Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto» (Quarta Memória, II, 3, p. 158).

Todos - Senhor, que eu abrace as pequenas e grandes cruzes de todos os dias, unindo-me a Vós e que eu nunca busque um cristianismo fácil e à minha medida de conveniência.

3ª ESTAÇÃO – Jesus cai pela primeira vez

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o mundo.

Do Profeta Isaías (Is 50, 5-7): O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei. Apresentei as costas aos que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.

Leitor 1 - Jesus é o novo Servo Sofredor, o Filho de Deus, que carrega sobre Si as maldades dos homens. Sucumbe pela primeira vez ao peso da cruz, mas não vai recuar nem desistir. Sabe que Deus Pai é fiel, que não O abandonará, que virá em Seu auxílio. Jesus revela a Sua fragilidade, a Sua condição humana que assumiu inteiramente os pecados da humanidade. É na fragilidade que se vai revelar o poder e a força de Deus.

Leitor 2 - A Virgem Maria, em Fátima, pediu aos pastorinhos que rezassem todos os dias o terço em reparação pelas ofensas aos Sagrados Corações de Maria e Jesus e fizessem sacrifícios: «Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: ‘Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria’» (Quarta Memória, II, 5, p. 163).

Todos - Senhor, ao percorrer estes passos da Via Sacra convosco, quero, como os pastorinhos, rezar por mim e por «todos os pobres pecadores», por todos aqueles que tornam mais pesada a vossa cruz e que mais entristecem o vosso coração e o coração da vossa Mãe. Convertei-nos, Senhor Jesus, ao vosso Evangelho e dai-nos um coração «manso e humilde» como o vosso.

4ª ESTAÇÃO – Jesus encontra-se com sua Mãe

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho segundo S. Lucas (Lc 11, 34-35): A candeia do teu corpo são os teus olhos. Se os teus estiverem sãos, todo o teu corpo estará iluminado; mas se estiverem em mau estado, o teu corpo estará em trevas. Examina, pois, se a luz que há em ti não é escuridão.

Leitor 1 - O encontro de Jesus com Sua Mãe, o cruzar de olhares puros e transparentes, diz-nos que no meio das dificuldades da vida, há sempre uma mãe para dar amor e ternura, para infundir coragem e entusiasmo deixando entrever e experimentar a consolação que o próprio Pai traz ao Seu Filho muito amado. O nosso amor a Maria ajuda-nos a experimentar o quanto Deus nos ama em Seu Filho Jesus.

Leitor 2 -  A Virgem Nossa Senhora, ao visitar-nos em Fátima, veio convidar-nos à conversão do coração que permite lançar um olhar de fé para tudo quanto se passa à nossa volta: «É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados. E tomando um aspecto mais triste, disse ainda: ‘Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido’» (Quarta Memória, II, 8, p. 172).

Todos - Maria, imagem viva da ternura de Deus, ensina-nos a viver da fé que purifica o nosso olhar e nos leva a reconhecer e servir Jesus nas pessoas com quem vivemos e que se cruzam conosco todos os dias.

5ª ESTAÇÃO – Jesus é ajudado pelo Cireneu

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho segundo S. Lucas (Lc 23, 26): Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus.

Leitor 1 - Deus diz-nos neste alívio que o Cireneu dá a Jesus o quanto precisa de nós; sim, Deus precisa de nós para aliviar as dores da humanidade inteira. Jesus disse-nos: «Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos a Mim o fizestes» (Mt 25, 40).

Leitor 2 - Os pastorinhos de Fátima exercitavam-se todos os dias nas obras da caridade; estavam tão atentos que nada lhes passava desapercebido. A Irmã Lúcia, exclamou um certo dia: «Que bom é, quando, nas horas más da vida, Deus nos dá um anjo que nos ajuda a vencer as tentações, a fugir dos perigos e a resolver os problemas!» (Sexta Memória, II, 4, p. 57).

Todos - Senhor, como os Pastorinhos de Fátima, que queriam amar e consolar Jesus, também quero que a minha fé dê muito fruto de boas obras.

6ª ESTAÇÃO – A Verónica enxuga o rosto de Jesus

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o mundo.

Do Profeta Isaías (Is 53, 3): Desprezado e abandonado pelos homens, como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.

Leitor 1 - Conta a tradição que Verónica tenha enxugado o rosto de Jesus, que ficou marcado no pano branco. Este gesto encerra a vocação do cristão: gravar o rosto de Jesus e todo o seu mistério no coração, configurar toda a nossa vida com a d’Ele.

Leitor 2 - O Beato Francisco gostava muito de se esconder com Jesus e falar-Lhe em segredo. Contemplava no Sacrário a Jesus escondido e dizia à Lúcia: «Olha: tu vais à escola. Eu fico aqui na Igreja, junto de Jesus escondido» (Quarta Memória, I, 12 p. 138).

Todos - Senhor Jesus, quero nesta Via Sacra cruzar o meu olhar com o teu, não desviar os olhos, mas deixar-me impressionar pelo teu rosto sofrido e desprezado e descobrir que os teus sofrimentos são por mim e para minha salvação.

7ª ESTAÇÃO – Jesus cai pela segunda vez

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o mundo.

Do Profeta Isaías (Is 53, 4-5): Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado. Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.

Leitor 1 - A força do pecado dos homens faz Jesus cair mais uma vez. Nas quedas de Jesus a caminho do Calvário, nós revemos os homens e mulheres do nosso tempo que vivem esmagados pelas injustiças, pelas doenças, pelas dores. Recordamos as vítimas dos vícios, das drogas, das dependências que escravizam tantos jovens e adultos e os fazem vergar ao peso da armadilha em que caíram. Acreditamos que a fé em Jesus e o nosso amor solidário podem vencer a vontade debilitada de tantos jovens perdidos nos enredos que humilham e desprezam a dignidade da pessoa humana.

Leitor 2 - Os pastorinhos não se cansavam, de fazer, pelos pecadores, sacrifícios pela sua conversão (Irmã Lúcia, Memórias, Aparição de 13 de Julho) e de rezarem o terço, todos os dias, pela paz no mundo e o fim da guerra.

Todos - Senhor Jesus, ao ver-te caído por terra, sinto-me culpado do mal que vou espalhando à minha volta. Senhor Jesus, dá-me um coração de carne, sensível e atento a quem sofre e precisa de mim.

8ª ESTAÇÃO – Jesus encontra as santas mulheres

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho segundo S. Lucas (Lc 23, 27-28): Seguiam Jesus uma grande multidão do povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”.

Leitor 1 - Estas mulheres que choram recordam-nos o amor compassivo, o chorar com os que choram… mas também nos podem remeter para o amor sentimentalista e ineficaz, que chora e se lamenta mas não se compromete. O amor cristão é um amor feito de decisões concretas e eficazes, um amor efetivo que consola, alivia, liberta, faz despertar para o seguimento incondicional de Jesus.

Leitor 2 - O Anjo na aparição que fez aos pastorinhos ensinou-os a rezar: «Meu Deus, creio, adoro, espero e amo-vos». O cristão sabe que no fim da vida só fica o amor e que segundo o amor é que seremos examinados.

Todos - Senhor Jesus, ensina-me a amar mesmo que não seja reconhecido nem correspondido. Ensina-me a amar por palavras e por obras, mas também pelo silêncio, guardando tudo no coração como a tua e nossa Mãe.

9ª ESTAÇÃO – Jesus cai pela terceira vez

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o mundo.

Do Profeta Isaías (Is 53, 8-9): Sem defesa, nem justiça, levaram-no à força. Quem é que se preocupou com o seu destino? Foi suprimido da terra dos vivos, mas por causa dos pecados do meu povo é que foi ferido. Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios, e uma tumba entre os malfeitores, embora não tenha cometido crime algum, nem praticado qualquer fraude.

Leitor 1 - Perante a terceira queda de Jesus experimentamos a denúncia da nossa tendência para fugirmos aos meus pequenos sofrimentos ou contrariedades que a entrega aos outros, que o amor aos irmãos acarreta. Dizemos facilmente sim ao seguimento, ao serviço aos outros… mas quando aparecem as primeiras dificuldades, aí abandonamos a cruz. Falta-nos a «determinada determinação» de que fala Santa Teresa de Jesus.

Leitor 2 - Os pastorinhos foram presos e questionados brutalmente sobre as aparições, no entanto, por fidelidade a Nossa Senhora preferiam morrer do que ceder às pressões dos seus agressores e dos presos: «Mas vocês – diziam eles – digam ao Senhor Administrador lá esse segredo. Que lhes importa que essa Senhora não queira? Isso, não! – Respondeu a Jacinta com vivacidade. – Antes quero morrer.» (Primeira Memória, I, 12, p. 36).

Todos - Senhor Jesus, chegados a esta etapa da Via Sacra, sinto-me cada vez mais pequeno diante da grandeza do Sim do teu amor.

10ª ESTAÇÃO – Jesus é despojado das suas vestes

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho de S. Marcos (Mc 15, 24): Depois, crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para ver o que cabia a cada um.

Leitor 1 - Jesus ao ser despojado das suas vestes remete-nos para a vulnerabilidade em que o Filho de Deus foi colocado pelo mistério da Encarnação. Ficou sujeito em tudo às vicissitudes dos homens. «Ele que era de condição divina não se valeu da Sua igualdade com Deus». Quantas vezes nos vemos a defender estatutos sociais, a defender a nossa honra, a cultivar imagens de nós próprios, querendo ser grandes aos olhos do mundo. Jesus ensina-nos a viver da verdade, da humildade e da humilhação, se necessário.

Leitor 2 - Na Quarta Memória a Irmã Lúcia escreve: «não preciso de mais: obediência e abandono em Deus que é Quem opera em mim. Na verdade, não sou mais que o pobre e miserável instrumento de que Ele se quer servir» (Quarta Memória, I, p. 135).

Todos - Senhor Jesus, ajudai-me a despojar-me da mentira e das falsas imagens que vou construindo de mim próprio e revesti-me só de Vós.

11ª ESTAÇÃO – Jesus é pregado na cruz

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho de S. Lucas (Lc 23, 33-34): Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.” Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes.

Leitor 1 - Jesus é colocado entre malfeitores, é misturado com eles; afinal Jesus veio para eles, entrou em suas casas, levou-lhes a salvação, reintegrou-os e deu-lhes um novo sentido de vida. Jesus disse: «Eu não vim chamar os justos mas os pecadores» e só baixando ao nível dos pecadores é que os pode resgatar. E do meio dos pecadores profere palavras de perdão e reconciliação, compadecendo-se da sua ignorância e cegueira. Jesus não julga nem condena, mas antes absolve e salva. Nós somos bem mais prontos a condenar do que a desculpar. Precisamos de recordar muitas vezes este gesto de perdão de Jesus.

Leitor 2 - Nossa Senhora pediu muitas vezes aos pastorinhos que rezassem e fizessem sacrifícios pela conversão dos pecadores. E na Segunda Aparição, o Anjo também disse aos pastorinhos: «De tudo o que puderdes, oferecei um sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores» (Quarta Memória, II, 1, p. 153).

Todos - Senhor, deixas-me sem palavras, em silêncio total diante deste quadro: entre malfeitores e a perdoar os que te trouxeram até à cruz. Reconheço-me pecador e peço-te a graça do perdão. Quero aproximar-me mais vezes do sacramento do perdão.

12ª ESTAÇÃO – Jesus morre na cruz

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo S. João (Jo 19, 28): Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: “Tenho sede!”.

Leitor 1 - Em Jesus cumprem-se as Escrituras. Jesus leva à plenitude a obra de salvação que o Pai quer oferecer a toda a humanidade. A constatação que Jesus faz: «Tenho sede» diz tudo. Diz da sua sede de resgatar todos os homens do poder das trevas e do pecado para os reconciliar com o Pai. Jesus tem sede de mim, sede de cada um de nós. Tem sede do nosso amor. Podemos saciá-Lo com a nossa vida alegre, fraterna, serviçal, fiel. A morte de Jesus foi uma morte fecunda, foi penhor de uma nova criação: «Se o grão de trigo caído à terra não morrer não dá fruto mas se morrer dá muito fruto».

Leitor 2 - Diz-nos a Irmã Lúcia: «Já de noite, despedi-me do Francisco.
– Francisco, adeus! Se fores para o Céu esta noite, não te esqueças lá de mim, ouviste?
– Não te esqueço, não. Fica descansada.
E agarrando-me a mão direita apertou-a com força… O Céu aproximava-se. Para lá voou no dia seguinte, nos braços da Mãe Celeste» (Quarta Memória, I, 17, p. 164).

Todos - Senhor Jesus, aumenta a minha fé e ajuda-me a viver a vida na perspectiva da eternidade.

13ª ESTAÇÃO – Jesus é descido da cruz

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo S. João (Jo 19, 38): Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo.

Leitor 1 - Os discípulos de Jesus, como José de Arimateia, foram dispersos, desistiram do seguimento, ficando pelo caminho. Assim somos muitos de nós. Seguimos Jesus até certo ponto mas quando Ele nos desconcerta a vida, quando nos desorganiza os nossos planos então recuamos. Esquecemos facilmente que a vida em fé não se compadece com consolações, com vida fácil, impassível aos sofrimentos próprios e dos demais. A vida espiritual pede-nos purificação, passagem pelo deserto das provas, pede-nos compromisso duro e fiel, aceitando enfrentar adversidades sociais ou políticas, por vezes até mesmo incompreensões de familiares e amigos.

Leitor 2 - Disse a Jacinta à Irmã Lúcia: «Tenho pena de ti. O Francisco e eu vamos para o Céu e vais ficar cá sozinha! Pedi a Nossa Senhora para te levar também para o Céu, mas ela quer que fiques cá mais algum tempo. Quando vier a guerra não tenhas medo. No Céu, eu peço por ti» (Terceira Memória, I, 5, p. 129).

Todos - Senhor Jesus, que eu não ceda ao medo. Dá-me a força e a coragem do Discípulo Amado e de Tua Mãe que estavam junto à tua cruz.

14ª ESTAÇÃO – Jesus é sepultado

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo S. João (Jo 19, 40-42): Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus. No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus.

Leitor 1 - No Gólgota havia um jardim e foi ali que sepultaram Jesus. O jardim remete-nos para o início da criação, para o sonho de Deus ao colocar os nossos primeiros pais no Jardim do Paraíso. Deus não descansa enquanto o homem não abraçar o plano de felicidade que Deus sonhou para ele. Em Jesus, podemos regressar ao Jardim donde o nosso pecado nos retira. Sempre que sou um ouvinte fiel da Sua Palavra, sempre que a ponho em prática, sempre que me sento à mesa da Eucaristia e convido todos os demais para este banquete estou a antecipar nas núpcias de Deus com a humanidade antecipadas neste sacramento. Na eucaristia, «Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição, vinde, Senhor Jesus!»

Leitor 2 - Disse a pequena Beata Jacinta: «Gosto tanto de Jesus escondido! Quem me dera recebê-Lo na Igreja! No Céu não se comunga? Se lá se comungar, eu comungo todos os dias». E quando a Lúcia voltava da Igreja perguntava-lhe: «Comungaste? Se lhe dizia que sim, pedia-me: ‘Chega-te aqui para junto de mim, que tens em teu coração Jesus escondido’» (Terceira Memória, I, 9, p. 131).


Senhor Jesus, que todas as vezes que tomarmos o Teu Corpo e o Teu Sangue formemos o Teu Corpo que é a Igreja guiada pela lei do amor a Deus e ao próximo.

Rezemos um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória nas intenções do Papa, para ganhar as indulgências da oração da Via Sacra.

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