domingo, 8 de janeiro de 2017

O Batismo do Senhor

Textos: Isaías 42, 1-4.6-7; Atos 10,34-38; Mateus 3,13-17

Evangelho (Mt 3,13-17): Então, Jesus veio da Galileia para o rio Jordão, até junto de João, para ser batizado por ele. Mas João queria impedi-lo, dizendo: «Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? ». Jesus, porém, respondeu-lhe: «Por ora, deixa, é assim que devemos cumprir toda a justiça! ». E João deixou. Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água, e o céu se abriu. E ele viu o Espírito de Deus descer, como uma pomba, e vir sobre ele. E do céu veio uma voz que dizia: «Este é o meu Filho amado; nele está meu pleno agrado».

«Jesus veio da Galileia para o rio Jordão, até junto de João, para ser batizado por ele»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje contemplamos o Messias —o Ungido— no Jordão «para ser batizado» (Mt 3,13) por João. E vemos Jesus Cristo como assinalado pela presença na forma visível do Espírito Santo e, na forma audível, do Pai, o qual declara de Jesus: «Este é o meu Filho amado; nele está meu pleno agrado». (Mt 3,17). Temos aqui um motivo maravilhoso e, pela sua vez, motivador para viver uma vida: ser sujeito e objeto do agrado do Pai celestial. Agradar ao Pai!

De alguma maneira já o pedimos na oração coletiva da missa de hoje: «Deus todo-poderoso e eterno (...) concede aos teus filhos adotivos, nascidos da água e do Espírito Santo, levar sempre uma vida que te seja grata». Deus, que é Pai infinitamente bom, sempre nos “quer bem”. Mas, já se o permitimos? Somos dignos desta benevolência divina? Correspondemos a esta benevolência?

Para ser digno da benevolência e do agrado divino, Cristo tem outorgado às águas força regeneradora e purificadora, de maneira que quando somos batizados começamos a ser verdadeiramente filhos de Deus. «Talvez haverá alguém que pergunte: ‘Por que quis batizar-se, se era santo?’ Escute-me! Cristo batiza-se não para que as águas o santifiquem, mas para santificá-las Ele» (São Máximo de Turim).

Tudo isto —desmerecidamente— nos situa como num plano de conaturalidade com a divindade. Mas não nos basta a nós com esta primeira regeneração: precisamos reviver de alguma maneira o Batismo por meio de uma espécie de continuo “segundo batismo” que é a conversão. Paralelamente ao primeiro Mistério da Luz do Rosário —O Batismo do Senhor no Jordão— nos convêm contemplar o exemplo de Maria no quarto dos Mistérios de Gozo: a Purificação, Ela, Imaculada, virgem pura, não tem inconveniente em submeter-se ao processo de purificação. Nós lhe imploramos a simplicidade, a sinceridade e a humildade que nos permitirão viver de maneira constante nossa purificação a modo de “segundo batismo”.

O Batismo do Senhor é um dos mistérios de luz, como ensinou-nos São João Paulo II. Qual luz resplandece desde o rio Jordão? Deixemo-nos envolver por essa luz.

Pe. Antonio Rivero, L.C

Santo André Corsini
Bispo de nossa Ordem
Em primeiro lugar, desde o rio Jordão brota uma primeira luz que aclara a pergunta de por que o Senhor quis eleger este momento para batizar-se, e não antes. Jesus quis fazer coincidir o início de sua vida pública com o seu batismo. Se tivesse deixado para outra ocasião, talvez tivesse passado despercebido aos olhos do povo de Israel. Com o beneplácito do Pai e a força do Espírito Santo, ele começa seu ministério público (evangelho) para fazer o bem, curar os oprimidos pelo diabo (segunda leitura), abrir os olhos dos cegos, liberar os prisioneiros e implantar a justiça (primeira leitura).

Em segundo lugar, desde o rio Jordão brota uma segunda luz que aclara várias posições errôneas com respeito ao batismo. Uma primeira objeção: quando se deve receber o batismo. Alguns dizem que deveria ser quando adulto, porque assim o fez Jesus. Com essa luz do Jordão podemos ver que Jesus não necessitava do batismo, porque é Deus, e como homem não possuía pecados. Nós, porém, necessitamos realmente da purificação, da iluminação, da regeneração e da justificação do batismo. Necessitamos ser lavados o quanto antes possível. Uma segunda objeção: o pequeno não tem consciência do que faz e os pais e os padrinhos estariam obrigando seus filhos a receber algo que não conhecem e, por conseguinte, não estão em condições de aceitar; que eles escolham quando crescer. Com a luz do Jordão podemos aclarar essa objeção: o pequeno certamente não sabe o que faz, mas a Igreja sim o sabe, que como boa mãe pede o melhor para ele a Deus Pai, isto é, que o adote como filho seu e o converta em herdeiro do Reino celeste. Há como uma impaciência da Igreja, que o quer o quanto antes filho de Deus, irmão de Cristo, membro da Igreja. Ela, na pessoa dos pais e dos padrinhos, responde por esse ato. Depois os educará na fé, dando-lhes as razões de sua esperança. Então poderá fazer atos conscientes e meritórios, mas a criança já estará revestida com a graça de Deus. 

Finalmente, resumindo os resplendores dessa luz que emana do Jordão, podemos dizer que Jesus se batizou por nós. Submergiu-se naquelas águas para purificá-las, no contato com sua carne santíssima, e assim conferiu-lhes o poder de purificar. Submergiu-se também para fecundá-las, dando-lhes a capacidade de gerar filhos para Deus. Daqui que os antigos chamassem de “mãe” a pila batismal, pois dá à luz filhos para a eternidade. Submergiu-se, em terceiro lugar, para inaugurar os sacramentos da Nova Aliança, especialmente o batismo, que é a porta para os demais sacramentos.

Reflexão
O dia mais importante e luminoso da minha vida foi o dia do batismo. Lembro-me em que dia fui batizado? Com que me compromete a luz que recebi no dia do meu batismo?

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