quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Sexta-Feira da 3ª semana do Advento

Evangelho (Jo 5,33-36): Naquele tempo disse Jesus aos judeus: «Vós mandastes perguntar a João, e ele deu testemunho da verdade. Ora, eu não recebo testemunho da parte de um ser humano, mas digo isso para a vossa salvação. João era a lâmpada que iluminava com sua chama ardente, e vós gostastes, por um tempo, de alegrar-vos com a sua luz. Mas eu tenho um testemunho maior que o de João: as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, pois mostram que o Pai me enviou».

«João era a lâmpada que iluminava com sua chama ardente»

Rev. D. Rafel FELIPE i Freije (Girona, Espanha)

Hoje, nós cristãos temos muito que aprender de João Batista. Jesus compara-o com o fogo que queima e dá luz: «João era a lâmpada que iluminava com sua chama ardente» (Jo 5,35). A sua missão, como a nossa, foi a de preparar o caminho do mestre: aplanar os corações para que só Cristo brilhe, anunciar que a Vida plena é possível, se seguirmos Jesus Cristo com fidelidade. João é a voz que clama no deserto: «Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas» (Mt 3,3). O Filho de Deus vem à terra para descansar em nossos corações. – Mas… no meu coração manda a minha liberdade e, Ele pede-me “permissão” para entrar aí: por isso há que “aplanar” o difícil caminho que leva ao coração humano. «Que o nosso pensamento se disponha para a vinda de Cristo com uma preparação não inferior à que faríamos se Ele ainda tivesse que vir ao mundo» (São Carlos Borromeu).

Hoje se nos pede que aprendamos de São João. Não é fácil. A renúncia, o sacrifício, o compromisso, a verdade… não estão na moda atualmente. Quantos só se movem pelo dinheiro, pelos prazeres, pela comodidade, pela mentira…? Há que ter o coração limpo e desalojado das coisas. Se não, aí não podem encontrar espaço nem Jesus nem as outras pessoas.

Mas o Evangelho é caminho de Vida e de felicidade. Só a Verdade nos pode fazer livres, ainda que isto nos traga a perseguição ou a morte. João Batista já o tinha percebido, mas aceita porque esta é a sua missão. O seu batismo era libertador e as suas palavras – convidando à conversão – o caminho para lá chegar.

Jesus encontra o caminho aplanado, preparado, temperado pela penitência do Batista. Suas obras dão testemunho de que Ele é o enviado. Encontra já os corações arrependidos e humilhados graças ao testemunho de João. Para ele, o Mestre não encontra mais que palavras de elogio.

Tomara sejam as mesmas palavras para cada um de nós. Sobretudo, se tivermos sido capazes de apontar o Mestre, apresentando-o e, por sua vez, desaparecendo nós mesmos.

João é a lâmpada que arde e brilha

José Salviano

Bta Maria dos Anjos, Virgem de nossa Ordem
João não é o Messias, ele veio para dar testemunho do Messias, ele é a lâmpada que vem para anunciar a verdadeira luz que vem a esse mundo. E João foi fiel à sua missão, ele deu testemunho da verdade, mostrando a presença do Filho de Deus no meio dos homens. Porém, nem todos estavam atentos à mensagem de João e abriram seus corações para a mensagem de Jesus. Por isso é que Jesus realiza as suas obras: para que, por meio delas, aqueles que não o reconheceram pelo testemunho de João pudessem reconhecê-lo. É por isso que as obras de Jesus são um grande sinal de que ele é o Messias, o Filho de Deus. (C.N.B.B.)

João está pregando na borda do deserto, nas proximidades do rio Jordão. Está anunciando a vinda do Menino Jesus. Ele prepara "o caminho do Senhor" para uma nova terra, a terra prometida, uma terra onde o Judaísmo foi desfigurado, o povo descriminado, oprimido e até escravizado, pelo governo teocrático do Saduceus e outros privilegiados. João Batista é aquele que anuncia a solução definitiva para tudo isso desde que façamos a nossa parte. Desde que endireitemos os nossos caminhos e trabalhemos na construção de um mundo novo de justiça e paz, a qual encontra sua plenitude em Jesus, o Filho de Deus.
       
A sua missão local é discernir e libertar o povo das falsas ideologias emanadas do poder econômico, associado ao poder político-religioso centralizado em Jerusalém pela aristocracia dominante.
       
João Batista na esperança de que o Messias vai realizar isso e muito mais, sugere que devemos mudar totalmente a nossa perspectiva de vida.
       
Colinas ou montes e vales representam hoje os altos e baixos da nossa personalidade. Um dia estamos com Deus, e no outro dia o expulsamos de nós pelo pecado cometido. João nos exorta a parar com essa vida de aproximação e afastamento de Deus.
       
Caminhos esburacados são os pequenos pecados veniais, que vão esburacando e enfraquecendo o nosso estado de graça, até se transformar em uma cratera que só uma confissão pode aterrar.
       
Caminhos tortuosos são os nossos vacilos de fé. Uma guinada para a direita, quando estamos em alta com a nossa fé. Uma virada para a esquerda é quando surge uma dúvida, um questionamento, que é digno daquele puxão de orelha que Jesus deu a Pedro. "Porque duvidaste?  Homem de pouca fé". 
       
João nos convida a endireitar a nossa vida espiritual para que nos tornemos menos indignos de receber o Filho de Deus. Assim como precisamos hoje nos tornar menos indignos de receber Jesus nas aparências de pão e de vinho.
       
E faremos isso quando precisamos. Quando ao pecar gravemente, voltemos a amizade com Deus através de uma boa confissão. E é bom que façamos uma boa limpeza em nossa alma procurando o sacerdote para receber Jesus Menino. Para que a nossa alegria na noite de Natal não seja uma alegria meramente social, mais sim uma alegria celestial. Uma alegria que brota de nosso interior modificado pela presença de Cristo. Uma alegria que não é apenas pelo presente que ganhamos ou pela embriaguez da bebida que tomamos. Mas sim, uma alegria de quem está comemorando o aniversário de Cristo, aquele que quis ser o alimento da nossa alma e que recebemos através da Hóstia Consagrada.
       
A satisfação de fazer as pazes com o irmão, de perdoá-lo, e de voltar a desejar a ele um feliz natal do fundo da alma, não só a ele, mas a todos os irmãos e irmãs do nosso convívio.
       
Advento é a espera desse momento maravilhoso! Cristo não vai nascer no próximo dia 25 de dezembro. Vamos comemorar o seu aniversário. Mas Ele pode e deve nascer ou renascer em cada um de nós.

Siga você também o exemplo de João.

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