sábado, 17 de dezembro de 2016

IV Domingo do Advento

Textos: Isaías 7,10-14; Romanos 1,1-7; Mateus 1,18-24

Evangelho (Mt 1,18-24): Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: «José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados». Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: « Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: ‘Deus-conosco’». Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa.

«Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado»

+ Rev. D. Pere GRAU i Andreu (Les Planes, Barcelona, Espanha)

Hoje a liturgia da Palavra convida-nos a considerar e a admirar a figura de são José, um homem verdadeiramente bom. De Maria, a Mãe de Deus se diz que era bendita entre todas as mulheres (cf. Lc 1,42). De José se escreveu que era justo (cf. Mt 1,19).

Todos devemos a Deus Pai Criador a nossa identidade individual como pessoas feitas à sua imagem e semelhança, com real liberdade e radical. Como a resposta a esta liberdade podemos dar glória a Deus, como se merece ou, também podemos fazer de nós mesmos, alguma coisa não agradável aos olhos de Deus.

Não duvidemos de que José, com o seu trabalho, com o seu compromisso familiar e social ganhou o “Coração” do Criador, consideremo-lo como homem de confiança na colaboração da Redenção humana por meio do seu Filho feito homem como nós.

Apreendemos, pois, de são José sua fidelidade — provada já desde o princípio — e o seu bom comportamento durante o resto da sua vida, unida —intimamente—a Jesus e a Maria.

É padroeiro e intercessor para todos os pais, biológicos ou não, que neste mundo ajudaram a seus filhos a dar uma resposta semelhante à de ele. É o padroeiro da Igreja, como identidade ligada estreitamente ao seu Filho e, continuamos a ouvir as palavras de Maria quando encontra o Menino Jesus que se havia “perdido” no Templo: «O teu pai e eu...» (Lc 2,48).

Com Maria, nossa Mãe, encontramos a José como pai. Santa Teresa de Jesus deixou escrito: «Tomei por advogado e senhor ao glorioso são José e encomendei-me muito a ele (...). Não me lembro que lhe haja suplicado alguma coisa que a haja deixado de fazer».

Especialmente é pai para aqueles que tendo escutado a chamada do Senhor a ocupar, pelo ministério sacerdotal, o lugar que nos cede Jesus Cristo para o bem da Igreja. —São José glorioso: protege as nossas famílias, protege as nossas comunidades; protege a todos aqueles que ouviram a chamada à vocação sacerdotal... E que haja muitos.

Esse Deus que nasce é Deus-conosco, Emanuel. Façamos-Lhe um lugar no nosso coração, como Maria.

Pe. Antonio Rivero, L.C

Depois de nos ter convidado a despertar (primeiro domingo do advento), a converter-nos (segundo domingo), e a alegrar-nos (terceiro domingo), hoje Deus nos convida a olhar a Maria, pois através Dela nos veio o Emanuel.

Em primeiro lugar, esse Deus que vem através de Maria não é somente “o Deus que é… o que está… o que vê a dor do seu povo”, mas que é o “Deus conosco que nos salva” (primeira leitura e evangelho). Deus feito homem, da estirpe de Davi (segunda leitura), cujo último elo será José. É Emanu-El. Jesus é “Emanu”, isto é, “conosco”; é um de nós, nosso irmão. Mas Jesus é “El”, isto é, Deus. Se estivesse só “conosco”, mas não fosse “Deus”, não poderia salvar-nos. Se fosse só “Deus”, mas não “conosco”, a sua salvação não nos interessaria; Ele seria como um Deus desconhecido, longe das esperanças do homem. Dom gratuito de Deus à Maria e à humanidade. Isso foi possível “por obra do Espírito Santo”, e isso significa que está em processo uma “nova criação”. Este é o mistério teológico e profundo do Natal: de Deus Altíssimo que se tornou um Deus próximo, um Deus para os homens. Na primeira criação, Deus nos falava de um modo distante, através dos profetas. Agora, na nova criação, é Deus que nos fala ao coração através do seu filho.

Em segundo lugar, fixemos o olhar em Maria, de que nos veio o Emanuel. Deixou-se invadir pelo Espírito e pelo mistério. Engravidada por Deus, sem perder a virgindade. Como é a minha relação com o Espírito Santo?

Finalmente, se Deus está conosco e é o Emanuel, nada nem ninguém pode nos separar Dele. Isso sim, nós podemos dar-lhe as costas, viver como se Ele nunca tivesse vindo, como se nunca tivesse falado. Não nos serve para nada nem sequer que Deus esteja conosco, se não queremos estar com Ele, estar do seu lado. Por isso, o Natal é uma ocasião para sentir de novo a necessidade deste Salvador. E esta Salvação nos oferece em cada Eucaristia.

Para refletir: deixar este Emanuel nascer na nossa alma e estar conosco em casa, no nosso trabalho, nos nossos objetivos, nos nossos projetos. Só nele está a salvação e a autêntica libertação. E com Ele alcançaremos a santidade, a graça e a paz (segunda leitura).

Qualquer recomendação ou pergunta podem comunicar-se com o Pe. Antônio pelo seguinte e-mail: arivero@legionaries.org

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