quarta-feira, 26 de agosto de 2015

QUINTA-FEIRA DA 21ª SEMANA DO TEMPO COMUM

Sta Mônica
Viúva
Evangelho (Mt 24,42-51): Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: «Vigiai, portanto, pois não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Ficai certos: se o dono de casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós, ficai preparados! Pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem. Quem é o servo fiel e prudente, que o Senhor encarregou do pessoal da casa, para lhes dar alimento na hora certa? Feliz aquele servo que o senhor, ao chegar, encontrar agindo assim. Em verdade vos digo, ele lhe confiará a administração de todos os seus bens. O servo mau, porém, se pensar consigo mesmo: ‘Meu senhor está demorando’, e começar a bater nos companheiros e a comer e a beber com os bêbados, então o senhor desse servo virá num dia inesperado e numa hora imprevista. Ele o excluirá e lhe imporá a sorte dos hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes».

«Estejam preparados»

+ Rev. D. Albert TAULÉ i Viñas (Barcelona, Espanha)

Hoje, o texto evangélico nos fala sobre a incerteza do momento em que virá o Senhor: «Vigiai, portanto, pois não sabeis em que dia virá o vosso Senhor» (Mt 24,42). Se quisermos que nos encontre velando no momento de sua chegada, não podemos nos distrair nem dormir: temos de estar sempre preparados. Jesus dá muitos exemplos desta atenção: o que vigia se vem um ladrão, o servo que deseja comprazer a seu amo... Talvez nos falasse hoje de um goleiro de futebol que não sabe quando nem de que maneira virá a bola...

Porém, talvez, devêssemos antes esclarecer de qual vinda nos fala. Trata-se da hora da morte? Trata-se do fim do mundo? Certamente, são vindas do Senhor que Ele deixou na incerteza exatamente para provocar em nós uma atenção constante. Porém, fazendo um cálculo de probabilidades, talvez ninguém de nossa geração venha a ser testemunha de um cataclismo universal que ponha fim à existência da vida humana neste planeta. E, pelo que se refere à morte, isto só vai acontecer uma vez. Mas, enquanto esta não chega, não haverá nenhuma outra vinda mais próxima ante a qual convenha estar sempre preparados?

«Como passam os anos! Os meses se reduzem a semanas, as semanas a dias, os dias a horas, e as horas a segundos...» (São Francisco de Sales). Cada dia, cada hora, em cada instante, o Senhor está próximo da nossa vida. Através de inspirações internas, através das pessoas que nos rodeiam, dos fatos que se vão sucedendo, o Senhor chama à nossa porta e, como diz o Apocalipse: «Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo» (Ap 3,20). Hoje, se comungamos isto voltará a acontecer. Hoje, se escutamos pacientemente os problemas que outro nos confia ou, damos generosamente nosso dinheiro para ajudar numa necessidade, isto voltará a acontecer. Hoje, se em nossa oração pessoal recebemos — repentinamente — uma inspiração inesperada, isto tornará a acontecer.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

V Centenário do Nascimento (1515-2015)
* O evangelho de hoje fala da vinda do Senhor no fim dos tempos e nos exorta à vigilância. Na época dos primeiros cristãos, muita gente achava que o fim deste mundo estava perto e que Jesus voltaria logo. Hoje, muita gente acha que o fim do mundo está perto. Por isso, é bom refletir sobre o significado da vigilância.

* Mateus 24,42: Vigilância
 “Portanto, fiquem vigiando! Porque vocês não sabem em que dia virá o Senhor de vocês”. A respeito do dia e da hora do fim do mundo, Jesus tinha dito: "Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!" (Mc 13,32). Hoje, muita gente vive preocupado com o fim do mundo. Nas ruas das cidades, você vê escrito nas paredes: Jesus voltará! E como será esta vinda? Depois do ano 1000, apoiados no Apocalipse de João (Ap 20,7), começaram a dizer: “De 1000 passou, mas de 2000 não passará!” Por isso, na medida em que o ano 2000 chegava mais perto, muitos ficavam preocupados. Teve até gente que, angustiada com a proximidade do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Outros, lendo o Apocalipse de João, chegaram a predizer a hora exata do fim. Mas o ano 2000 passou e nada aconteceu. O fim não chegou! Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará” é usada para meter medo nas pessoas e obrigá-las a frequentar uma determinada igreja! Outros ainda, de tanto esperar e especular em torno da vinda de Jesus, já nem percebem mais a presença dele no meio de nós, nas coisas mais comuns da vida, nos fatos do dia-a-dia.

* A mesma problemática havia nas comunidades cristãs dos primeiros séculos. Muita gente das comunidades dizia que o fim deste mundo estava perto e que Jesus voltaria logo. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai voltar logo!” (1 Tes 4,13-18; 2 Tes 2,2). Por isso, havia até pessoas que já não trabalhavam, porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas. “Trabalhar para que, se Jesus vai voltar logo?” (cf. 2Ts 3,11). Paulo responde que não era tão simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisava: “Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer!” Outros ficavam só olhando o céu, aguardando o retorno de Jesus sobre as nuvens (cf. At 1,11). Outros reclamavam da demora (2Pd 3,4-9). Em geral, os cristãos viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para encerrar a história injusta deste mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso no céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Outros, cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca! (2 Pd 3,4).

* Até hoje, a vinda de Jesus ainda não aconteceu! Como entender esta demora? É que já não percebemos que Jesus já voltou, já está no nosso meio: “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. A plenitude ainda não chegou, mas uma amostra ou garantia do Reino já está no meio de nós. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da humanidade e da natureza (Rm 8,22-25). E enquanto esperamos e lutamos, dizemos acertadamente: “Ele já está no meio de nós!” (Mt 25,40).

* Mateus 24,43-51: O exemplo do dono da casa e seus dois empregados
   “Compreendam bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente ficaria vigiando, e não deixaria que a sua casa fosse arrombada”. Jesus deixa bem claro. Ninguém sabe nada a respeito da hora: "Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!" O que importa mesmo não saber a hora do fim deste mundo, mas sim ter um olhar capaz de perceber a vinda de Jesus já presente no meio de nós na pessoa do pobre (cf. Mt 25,40) e em tantos outros modos e acontecimentos da vida de cada dia. O que importa é abrir os olhos e ter presente o exemplo do bom empregado de que Jesus fala na parábola.

Para um confronto pessoal
1. Em que sinais o povo se apoia para dizer que o fim do mundo está perto? Você acha que o fim do mundo está perto?
2. O que responder aos que dizem que o fim do mundo está próximo? Qual a força que anima você a resistir e ter esperança?

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