sábado, 11 de julho de 2015

XV Domingo do Tempo Comum

Textos: Am 7, 12-15; Ef 1, 3-14; Mc 6, 7-13

Evangelho (Mc 6,7-13): Naquele tempo Jesus chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos impuros. Mandou que não levassem nada pelo caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro à cintura, mas que calçassem sandálias e não usassem duas túnicas. Dizia-lhes ainda: «Quando entrardes numa casa, permanecei ali até a vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem vos escutarem, saí de lá e sacudi a poeira dos vossos pés, para que sirva de testemunho contra eles». Eles então saíram para proclamar que o povo se convertesse. Expulsavam muitos demônios, ungiam com óleo numerosos doentes e os curavam.

«Jesus chamou os Doze e começou a enviá-los, dois a dois»

Rev. D. Jordi SOTORRA i Garriga (Sabadell, Barcelona, Espanha)

Hoje, Domingo XV (B) do tempo comum, lemos no Evangelho que Jesus envia os Doze, de dois a dois, a predicar. Até agora haviam acompanhado o Mestre pelos caminhos de Galileia, mas chegou a hora de começar a difusão do Evangelho, a Boa Nova: a notícia que o nosso pai Deus nos ama com um amor infinito e que nos trouxe à vida para fazer-nos por toda a eternidade. Esta notícia é para todos. Ninguém não fica à margem do ensinamento liberador de Jesus. Ninguém não fica excluído do Amor de Deus. Têm que chegar ao último lugar do mundo. Têm que ser anunciada a alegria da salvação plena e universal, por meio de Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem por nós, morto e ressuscitado e presente ativamente na Igreja.

Equipados com «poder sobre os espíritos impuros» (Mc 6,7) e com uma bagagem quase inexistente —«Mandou que não levassem nada pelo caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro à cintura, mas que calçassem sandálias i não usassem duas túnicas» (Mc 6,8) — iniciem a missão da Igreja. A eficácia da sua predicação evangelizadora não veio de influências humanas ou materiais, senão do poder de Deus i da sinceridade, da fé e do testemunho de vida do predicador. «Todo o impulso, a energia e a entrega dos evangelizadores provem da fonte que é o amor de Deus infundido nos nossos corações com o dom do Espírito Santo» (João Paulo II).

Havendo começado o século XXI, a Boa Notícia não a chegado ainda a todos os lugares da terra, nem com a intensidade que merece. Temos que anunciar a conversão, temos que vencer muitos espíritos impuros.

Nós que já recebemos a Boa Notícia, sabemos valorá-la? Somos conscientes? Somos agradecidos? Sentimos enviados, missioneiros, urgidos a predicar com o exemplo e se faz falta com a palavra, para que a Boa Nova não falte aos que Deus põe no nosso caminho.

A missão de profetizar e evangelizar de todo batizado.

Pe. Antonio Rivero, L.C.
Beatos Zélia e Luís Martin, Leigos
Síntese da mensagem: Até este momento Jesus tinha pregado sozinho, embora com a presença dos apóstolos que tudo presenciavam, ouviam e viam. Agora são eles os que são enviados a colaborar com Ele. E parece que tiveram um êxito relativo. Continua sendo verdade o que o beato Paulo VI dizia: “evangelizar é a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda. Ela existe para evangelizar” (Exortação apostólica Evangelii nuntiandi, n.14). Ele mesmo chama a esta missão: “a doce e confortadora alegria de evangelizar” (n.80).

Em primeiro lugar, Deus manda Amós, um leigo, a profetizar (1 leitura). Deus manda sempre profetas, especialmente, nos momentos mais difíceis, quando a fé e a moral estão relaxadas, em tempos de injustiça e pecados públicos. Um profeta sempre é eleito por Deus, apesar dos seus desejos como pessoa, que talvez fossem por outros caminhos. Como responde Amós? A palavra deste profeta Amós é valente, denunciando as injustiças sociais do seu tempo, e a falsidade do culto que realizam no templo nacional de Samaria, Betel. Tanto para o sacerdote Amasias, responsável do templo, como para o rei Jeroboão, Amós resulta incômodo e o intimidam para que deixe a sua terra, Judeia. Amós, com humildade, mas com firmeza, se defende: não está profetizando por próprio gosto, e menos por interesse econômico, como se fosse um profissional: “não sou profeta..., mas pastor e cultivador de figos”. É Deus quem o manda. E ele obedece. 

Em segundo lugar, agora é Jesus quem envia os seus apóstolos para evangelizar (evangelho), e com eles todos os seus sacerdotes, consagrados e consagradas. Quer treiná-los para quando Ele tiver que deixar esta terra e subir ao céu. O jeito no qual Jesus manda os seus discípulos para anunciar o Evangelho e os conselhos que lhes dá, permitem-nos aprender várias características da autêntica evangelização. Primeiro, trabalhar em equipe, pois isto é melhor que um trabalho pessoal; a evangelização é de toda a comunidade cristã. Segundo, os evangelizadores devem estar livres de preocupações pessoais e materiais. Devem estar sempre acessíveis, independentes e sem ataduras de ganâncias pessoais. Terceiro, a fé e conversão não podem ser impostas, porém propostas; os evangelizadores devem ser pacientes e esperar melhores momentos. E quarto, o chamado à conversão é essencial para um anúncio adequado do Evangelho; conversão que supõe libertação das servidões humanas e das opressões. Fruto da missão? Expulsavam demônios, ungiam com óleo os enfermos e os curavam.  

V Centenário do Nascimento (1515-2015)
Finalmente, cada um dos leigos também é profeta e evangelizador desde o dia do batismo. Missão está ratificada conscientemente no dia da confirmação. Bem nos recordou a Igreja no concílio Vaticano II no decreto chamado “Apostolicam actuositatem”, isto é, sobre o apostolado dos leigos com estas palavras: “Os cristãos seculares obtêm o direito e a obrigação do apostolado pela sua união com Cristo cabeça. Já que insertados no batismo no Corpo Místico de Cristo, robustecidos pela Confirmação na fortaleza do Espírito Santo, são destinados ao apostolado pelo mesmo Senhor. São consagrados como sacerdócio real e gente santa (Cf. 1 Pe.2,4-10) para oferecer hóstias espirituais por meio de todas as suas obras, e para dar testemunho de Cristo em todas as partes do mundo” (n.3). Mais tarde, São João Paulo II na sua encíclica “Redemptoris missio” voltou a recordar-nos sobre a permanente validez do mandado missionário: “A necessidade de que todos os fiéis compartilhem tal responsabilidade não é só questão de eficácia apostólica, mas de um dever-direito baseado na dignidade batismal, pela qual “os fiéis leigos participam, segundo o modo que lhes é próprio, no triple oficio-sacerdotal, profético e real-de Jesus Cristo” (n.71).

Para refletir: Sou consciente da dignidade que adquiri desde o dia do batismo: evangelizador, isto é, proclamador da mensagem de Cristo para que todos encontrem a salvação? O que me impede ser apóstolo convicto: medo do que vão dizer, preguiça e comodidade, a sensação de que não estou preparado? A quem está chegando a minha palavra: a minha família, aos meus amigos, no trabalho...?

Para rezar: com a canção bem conhecida
Senhor, toma minha vida nova
Antes que a espera
Desgaste anos em mim.
Estou disposto ao que queiras

Não importa o que seja
Tu chamas-me a servir.
Leva-me aonde os homens
Necessitem tuas palavras,

Necessitem força pra viver
Onde falte a esperança,
Onde tudo seja triste
Simplesmente por não saber de Ti.

Te dou meu coração sincero
Para gritar sem medo
Formoso é teu amor.
Senhor, tenho alma missionaria

Conduza-me à terra
Que tenha sede de ti.
E assim eu partirei cantando
Por terras anunciando

A tua beleza Senhor
Terei meus braços sem cansaço
Tua história em meus lábios
E a força na oração.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

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