segunda-feira, 11 de maio de 2015

MÊS DE MARIA –Terça-feira da 6ª semana da Páscoa


Evangelho (Jo 16,5-11): «Agora, eu vou para aquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: ‘Para onde vais? ’ Mas, porque vos falei assim, os vossos corações se encheram de tristeza. No entanto, eu vos digo a verdade: é bom para vós que eu vá. Se eu não for, o Defensor não virá a vós. Mas, se eu for, eu o enviarei a vós. Quando ele vier, acusará o mundo em relação ao pecado, à justiça e ao julgamento. Quanto ao pecado: eles não acreditaram em mim. Quanto à justiça: eu vou para o Pai, de modo que não mais me vereis. E quanto ao julgamento: o chefe deste mundo já está condenado».

Comentário: Fr. Joseph A. PELLEGRINO (Tarpon Springs, Florida, Estados Unidos)

É bom para vós que eu vá

Hoje, o Evangelho nos apresenta um entendimento mais profundo da realidade da Ascensão do Senhor. Na leitura do Evangelho de João no Domingo de Páscoa, é dito a Maria Madalena que não deve tocar o Senhor porque «ainda não subi para junto do Pai» (Jo 20,17). No Evangelho de hoje, Jesus observa, sobre os discípulos: «porque vos falei assim, os vossos corações se encheram de tristeza», mas que «é bom para vós que eu vá» (Jo 16,6-7). Jesus precisa subir ao Pai. No entanto, Ele ainda permanece conosco.

Como Ele pode ir e, ao mesmo tempo permanecer? Este mistério foi explicado por nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI: «Dado que Deus abraça e ampara toda a criação, a Ascensão do Senhor significa que Cristo não se afastou de nós, mas que agora, graças ao Seu ser com o Pai, está próximo de cada um de nós, para sempre».

Nossa esperança está em Jesus Cristo. Sua vitória sobre a morte nos deu a vida que a morte nunca poderá destruir: Sua Vida. Sua ressurreição é uma confirmação de que o espiritual é real. Nada poderá nos separar do amor de Deus. Nada poderá diminuir nossa esperança. Os negativos do mundo não poderão destruir o positivo de Jesus Cristo.

O mundo imperfeito no qual vivemos, um mundo onde os inocentes sofrem, pode nos levar ao pessimismo. Mas Jesus Cristo nos transforma em eternos otimistas.

A presença viva de Nosso Senhor em nossa comunidade, em nossas famílias, naqueles aspectos de nossa sociedade que podem corretamente ser chamados “cristãos”, nos dá uma razão para ter esperança. A presença viva de Nosso Senhor em cada um de nós nos dá alegria. Não importa quão alta seja a barreira de negatividade que a mídia se deleita em apresentar, os pontos positivos do mundo pesam mais, de longe, do que os pontos negativos, pois Jesus Cristo subiu aos céus.

Ele ascendeu, mas não nos deixou.

Comentário: + Rev. D. Lluís ROQUÉ i Roqué (Manresa, Barcelona, Espanha)

É bom para vós que eu vá

V Centenário do Nascimento (1515-2015)
Hoje contemplamos outra despedida de Jesus, necessária para o estabelecimento de seu Reino. Inclui, porém, uma promessa: «Se eu não for, o Defensor não virá a vós. Mas, se eu for, eu o enviarei a vós» (Jo 16,7).

Promessa feita realidade de maneira impetuosa no dia de Pentecostes, dez dias depois da Ascensão de Jesus ao céu. Aquele dia — além de tirar a tristeza do coração dos Apóstolos e dos que estavam reunidos como Maria, a Mãe de Jesus (cf. At 1,13-14) — os confirma e fortalece na fé, de maneira que, «Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia expressar-se» (At 2,4).

Fato que se “faz presente” ao longo dos séculos através da Igreja, uma, santa, católica e apostólica, já que, por a ação do mesmo Espírito prometido, se anuncia a todos e em todas as partes que Jesus de Nazaré - o Filho de Deus, nascido de Maria Virgem, que foi crucificado, morto e sepultado — verdadeiramente ressuscitou, está sentado à direita de Deus Pai (cf. Credo) e vive entre nós. Seu Espírito está em nós pelo Batismo, constituindo-nos filhos no Filho, reafirmando sua presença em cada um de nós o dia da Confirmação. Tudo isso para levar a termo nossa vocação à santidade e reforçar a missão de chamar a outros a serem santos.

Assim, graças ao querer do Pai, a redenção do Filho e a ação constante do Espírito Santo, todos podemos responder com total fidelidade ao chamado, sendo santos; e, com uma caridade apostólica audaz, sem exclusivismos, realizar a missão, propondo e ajudando a outros a serem.

Como os primeiros — como os fiéis de sempre — com Maria rogamos e, confiando que novamente virá o Defensor e que haverá um novo Pentecostes, digamos: «Vem, Espírito Santo, enche o coração dos teus fiéis e acende neles a chama do teu amor» (Aleluia do Pentecostes).

Reflexão de Frei Carlos Mesters, OCarm.

S. Pancrácio, Mártir
• João 16,5-7: Tristeza dos discípulos.
Jesus, a partir de comunicação artificial de sua separação, provoca que a tristeza que os discípulos guardavam no coração aflore neles: “Agora, eu vou para aquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: ‘Para onde vais?". É evidente se que separar-se do estilo de vida aprendido com Jesus implica para os discípulos um sofrimento. Jesus insiste: "Mas, porque vos falei assim, os vossos corações se encheram de tristeza" (v.6). Santo Agostinho explica assim este sentimento de abandono que invadia os discípulos: "Dava-lhes medo o pensamento de perder a presença visível de Jesus... Seu afeto humano se entristecia ao pensar que seus olhos não iriam mais experimentar o consolo de vê-lo" (Comentário ao Evangelho de João, XCIV, 4). Jesus tenta dissipar essa tristeza, causada pela diminuição da sua presença, ao revelar o propósito de sua partida. Isto é, se ele não partir, o Paráclito não virá a eles, mas se ele morrer para voltar para o Pai, poderá enviá-lo para os discípulos. A partida e a separação são condição para a vinda do Paráclito: “Se eu não for, o Defensor não virá a vós..." (v. 7).

• João 16,8-11: Missão do Paráclito.
Jesus continua a descrever a missão do Paráclito. O termo "Paráclito" significa "advogado", ou seja, assistente de apoio. Aqui, o Paráclito é indicado como o acusador em um processo que se realiza diante de Deus, no qual o acusado é o mundo, culpável por condenar Jesus: “acusará o mundo em relação ao pecado, à justiça e ao julgamento” (v. 8). A tradução da CEI diz: "Ele convencerá o mundo", o verbo grego significa elègkein que investigará, interrogará, colocará à prova: trará à tona a realidade, oferecerá a prova da culpa.

O objeto da demonstração é o pecado: ele oferecerá ao mundo a prova do pecado que cometeu em relação a Jesus e o manifestará. De que pecado se trata? O da incredulidade (Jo 5,44 ss; 6,36; 8,21.24.26; 10,31 ss). Além disso, o ter pensado o mundo que Jesus é um pecador (Jo 9,24; 18,30) resulta ser uma culpa imperdoável (Jo 15,21 ss).

Em segundo lugar, "demonstrará" a culpa do mundo "sobre a justiça."
Em termos jurídicos, a noção de justiça que mais concorda com o texto é o que traz uma declaração de culpa ou inocência no julgamento. Em nosso contexto, é a única vez no Evangelho de João que aparece o termo "justiça", em outros lugares aparece o de "justo". Em Jo 16,8 a justiça está ligada ao que Jesus disse de si mesmo, isto é, o motivo pelo qual vai para o Pai. Com esta exposição explica a sua glorificação: Jesus vai para o Pai, está prestes a ser eclipsado, e, portanto, os discípulos não poderão vê-lo, está prestes a se entregar e mergulhar totalmente na vontade do Pai. A glorificação de Jesus confirma sua filiação divina e a aprovação pelo Pai da missão realizada por Jesus. Portanto, o Espírito demonstrará diretamente a justiça de Cristo (Jo 14,26; 15,26) ao proteger os discípulos e a comunidade eclesial.

O mundo pensava ter julgado Jesus condenando-o, agora é condenado pelo "príncipe deste mundo", porque ele é responsável por sua crucificação (13,2.27). Jesus morrendo na cruz, ressuscitou (12,31) e derrotou Satanás. Agora, o Espírito testemunhará a todos o sentido da morte de Jesus, que coincide com a queda de Satanás (Jo 12,32, 14,30, 16,33).

Para confronto pessoal
1) Temos o mesmo medo e preocupação de perder Jesus como tinham os discípulos?
2) Você se deixa conduzir pelo Espírito Paráclito que leva você a identificar o erro do mundo, o ajuda a aderir a Jesus e leva-o a conhecer a verdade sobre si mesmo?

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