quinta-feira, 28 de maio de 2015

MÊS DE MARIA – Sexta-feira da 8ª semana do Tempo Comum


Evangelho (Mc 11,11-25): Jesus entrou em Jerusalém e foi ao templo. Lá observou todas as coisas. Mas, como já era tarde, ele e os Doze foram para Betânia.  No dia seguinte, ao saírem de Betânia, Jesus sentiu fome. Avistando de longe uma figueira coberta de folhas, foi lá ver se encontrava algum fruto. Chegando perto, só encontrou folhas, pois não era tempo de figos. Então reagiu dizendo à figueira: «Nunca mais ninguém coma do teu fruto». Os discípulos ouviram isso.  Foram então a Jerusalém. Entrando no templo, Jesus começou a expulsar os que ali estavam vendendo e comprando. Derrubou as mesas dos que trocavam moedas e as bancas dos vendedores de pombas. Também não permitia que se carregassem objetos passando pelo templo. Pôs-se a ensinar e dizia-lhes: «Não está escrito que a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? Vós, porém, fizestes dela um antro de ladrões». Os sumos sacerdotes e os escribas ouviram isso e procuravam um modo de matá-lo. Mas tinham medo de Jesus, pois a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele. E quando anoiteceu, Jesus e os discípulos foram saindo da cidade. De manhã cedo, ao passarem, verificaram que a figueira tinha secado desde a raiz. Pedro lembrou-se e disse: «Rabi, olha, a figueira que amaldiçoaste secou”». Jesus lhes observou: «Tende fé em Deus. Em verdade, vos digo: se alguém disser a esta montanha: ‘Arranca-te e joga-te no mar’, sem duvidar no coração, mas acreditando que vai acontecer, então acontecerá. Por isso, vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que já o recebestes, e vos será concedido. E, quando estiverdes de pé para a oração, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados».

Comentário: Fra. Agustí BOADAS Llavat OFM (Barcelona, Espanha)

Tudo o que pedirdes na oração, crede que já o recebestes.

V Centenário do Nascimento (1515-2015)
Hoje fruto e petição são palavras chave no Evangelho. O Senhor aproxima-se a uma figueira e não encontrou frutos: somente folharada, reagiu maldizendo-a. Segundo Santo Isidoro de Sevilha, "Figo" e "fruto" têm a mesma raiz. Ao dia seguinte, os Apóstolos surpresos, lhe dizem: «Rabi, olha, a figueira que amaldiçoaste secou» (Mc 11,21). Em resposta, Jesus Cristo lhes fala de fé e de oração: «Tende fé em Deus» (Mc 11,22).

Há pessoas que quase não rezam, e quando o fazem, procuram que Deus lhes resolva um problema complicado no qual já não veem a solução. E o justificam com as palavras de Jesus que acabamos de ouvir: «Tudo o que pedirdes na oração, crede que já o recebestes, e vos será concedido» (Mc 11,24). Têm ração e é humano, compreensível, e lícito que, ante os problemas que nos superam, confiemos em Deus, em alguma força superior a nós.

Mas tenho que acrescentar que toda oração é "inútil" («vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais»: Mt 6,8), na medida em que não tem uma utilidade prática direta, como —por exemplo— acender uma luz. Não recebemos nada em troca por rezar, porque todo o que recebemos de Deus é graça sobre graça.

Então, não é preciso rezar? Ao contrário: já que agora sabemos que é graça, a oração tem mais valor: porque é "inútil" e é "gratuita". Ainda com tudo, existem três benefícios que nos dá a oração de petição: paz interior (encontrar ao amigo Jesus e confiar em Deus relaxa); pensar sobre um problema, racionalizá-lo, e saber traçá-lo é já tê-lo quase resolvido; e em terceiro lugar ajuda-nos a discernir entre aquilo que é bom e aquilo que tal vez por causa do nosso capricho queremos em nossas intenções da oração. Então, a posteriori, entendemos com os olhos da fé o que Jesus diz: «Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho» (Jo 14,13).

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