quarta-feira, 15 de abril de 2015

Quinta-feira da 2ª semana da Páscoa

Evangelho (Jo 3,31-36): Aquele que vem do alto está acima de todos. Quem é da terra, pertence à terra e fala coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. Ele dá testemunho do que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois ele dá o espírito sem medida. O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos. Aquele que crê no Filho tem a vida eterna. Aquele, porém, que se recusa a crer no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.

Comentário: Rev. D. Melcior QUEROL i Solà (Ribes de Freser, Girona, Espanha).

Aquele que crê no Filho tem a vida eterna

Hoje, o Evangelho nos convida a deixar de ser “terrenos”, a deixar de ser homens que só falam de coisas mundanas, para falar e mover-nos como «Aquele que vem do alto» (Jo 3,31), que é Jesus. Neste texto vemos — mais uma vê z— que na radicalidade evangélica não há meio termo. É necessário que em todo momento e circunstância nos esforcemos por ter o pensamento de Deus, ambicionemos ter os mesmos sentimentos de Cristo e aspiremos a olhar os homens e às circunstancias da mesma forma que vemos o Verbo feito homem. Se atuarmos como «aquele que vem do alto» descobriremos uma quantidade de coisas positivas que acontecem continuamente ao nosso entorno, porque o amor de Deus é ação contínua em favor do homem. Se viermos do alto amaremos a todo o mundo sem exceção, sendo nossa vida um convite para fazer o mesmo.

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«Aquele que vem do alto está acima de todos» (Jo 3,31), por isso pode servir a cada homem e a cada mulher justamente naquilo que necessita; além disso, «Ele dá testemunho do que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho» (Jo 3,32). E seu serviço tem a marca da gratuidade. Esta atitude de servir sem esperar nada a troco, sem necessitar a resposta do outro, cria um ambiente profundamente humano e de respeito ao livre alvedrio da pessoa; esta atitude se contagia e os outros se sentem livremente movidos a responder e atuar da mesma maneira.

Serviço e testemunho sempre vão juntos, um e outro se identificam. Nosso mundo tem necessidade daquilo que é autêntico: e o que é mais autêntico que as palavras de Deus? Que mais autêntico do que quem dá o Espírito sem medida? «Ele dá o espírito sem medida» (Jo 3,34)

«Acreditar no Filho» quer dizer ter vida eterna, significa que o dia do Juízo não pesa em cima do crente porque já foi julgado e com um juízo favorável; no entanto, «Aquele, porém, que se recusa a crer no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele» (Jo 3,36)..., enquanto não acredite.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* No sábado depois da Epifania, meditamos João 3,22-30, que traz o último testemunho de João Batista a respeito de Jesus. Era a resposta dada por ele aos seus discípulos, e na qual reafirmou que ele, João, não é o Messias, mas apenas o precursor (Jo 3,28). Naquela ocasião, João disse aquela frase tão bonita que resume o seu testemunho: "É necessário que ele cresça e eu diminua!" Esta frase é o programa de todos e de todas que querem seguir Jesus.

* Os versículos do evangelho de hoje são, novamente, um comentário do evangelista para ajudar as comunidades a entender melhor todo o alcance das coisas que Jesus fez e ensinou. Temos aqui outra amostra daqueles três fios de que falamos ontem.

* João 3,31-33: Um refrão que sempre volta. Ao longo do evangelho de João, muitas vezes aparece o conflito entre Jesus e os judeus que contestam as palavras de Jesus. Jesus fala a partir do que ele ouve do Pai. Ele é total transparência. Os seus adversários, por não se abrirem para Deus e por se agarrarem nas suas próprias ideias aqui da terra, não são capazes de entender o significado profundo das coisas que Jesus vive, diz e faz. No fim, é este mal-entendido que vai levar os judeus a prender e condenar Jesus.

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* João 3,34: Jesus nos dá o Espírito sem medida. O evangelho de João usa muitas imagens e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação (Gn 1,1), assim o Espírito desceu sobre Jesus "como uma pomba, vinda do céu" (Jo 1,32). É o começo da nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida (Jo 3,34). Suas palavras são Espírito e vida (Jo 6,63). Quando Jesus se despediu, ele disse que ia enviar outro consolador, outro defensor, para ficar conosco. É o Espírito Santo (Jo 14,16-17). Através da sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós. Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus (Jo 1,33). Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo!" (Jo 20,22). O Espírito é como água que jorra de dentro das pessoas que creem em Jesus (Jo 7,37-39; 4,14). O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: "Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados serão perdoados; aqueles aos quais retiverem, serão retidos" (Jo 20,23). O Espírito nos é dado para que possamos lembrar e entender o significado pleno das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,12-13). Animados pelo Espírito de Jesus podemos adorar a Deus em qualquer lugar (Jo 4,23-24). Aqui se realiza a liberdade do Espírito de que fala São Paulo: "Onde há o Espírito do Senhor, aí está a liberdade" (2Cor 3,17).

* João 3,35-36: O Pai ama o Filho. Reafirma a identidade entre o Pai e Jesus. O Pai ama o filho e entregou tudo em sua mão. São Paulo dirá que em Jesus habita a plenitude da divindade (Col 1,19; 2,9). Por isso, quem aceita Jesus e crê em Jesus ele já tem a vida eterna, pois Deus é vida. Quem recusa crer em Jesus se coloca a si mesmo do lado de fora.

Para um confronto pessoal
1) Jesus nos comunica o Espírito sem medida. Você teve ou tem alguma experiência desta ação do Espírito em sua vida?
2) Quem crê em Jesus tem a vida eterna. Como isto acontece hoje na vida das famílias e das comunidades?

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