sábado, 31 de janeiro de 2015

IV domingo do Tempo Ordinário

Textos: Dt 18, 15-20; 1 Cor 7, 32-35; Mc 1, 21-28

Evangelho (Mc 1, 21-28) - Foram à cidade de Cafarnaum e, no sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da Lei. Nesse momento, estava na sinagoga um homem possuído por um espírito mau, que começou a gritar: «Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus! ». Jesus ameaçou o espírito mau: «Cale-se, e saia dele! ».  Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu dele. Todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: «O que é isso? Um ensinamento novo, dado com autoridade... Ele manda até nos espíritos maus e eles obedecem! ». E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a redondeza da Galileia.

O profeta só tem que dizer as palavras de quem o manda, embora sejam duras de ouvir e difíceis de colocar em prática.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

Desde o Batismo, todo cristão é profeta. Da parte de Deus, o profeta anuncia a Boa Nova e denuncia o mal, em ordem à salvação dos homens. Quem escutar e prestar atenção se salvará. E, ai do profeta que não anunciar o que Deus lhe mandou! (primeira leitura).

Em primeiro lugar, ser profeta não significa preanunciar fatos futuros. Profeta não é só o que prediz de antemão o que vai acontecer, mas antes de tudo o que fala em lugar de outro. Não o que fala “antes”, mas “no lugar de”. O profeta judeu era propriamente o que falava em nome de Javé ou na sua honra, o que proclamava os seus louvores, o que pregava a sua doutrina e anunciava os seus decretos. Era o arauto, o interprete do Senhor. É certo que normalmente o Senhor governava o povo de Israel através dos seus legisladores. Mas às vezes queria manifestar vontades expressas, e para isso recorria ao profeta, não pedindo para ele um serviço, mas intimidando-o a cumprir uma ordem. Com frequência, como hoje com Moises (primeira leitura), enviava-o para falar diante de uma assembleia, sem que tivesse sido previamente convidado, e o profeta se via obrigado a ir das praças ao templo, e do templo aos palácios dos grandes, como um inoportuno, às vezes, como um estraga prazeres. Também o Senhor se valeu deles para anunciar o futuro. Assim predisseram muitos detalhes sobre o Messias que tinha que vir, e anunciaram que os grandes fatos do Antigo Testamento eram uma imagem do que aconteceria depois em Cristo e na Igreja. Fatos e palavras. Os profetas, com as suas palavras explicavam o sentido dos fatos, e anunciavam que no futuro esses fatos se repetiriam, mas num nível infinitamente superior. E chegou Cristo, o Grande Profeta definitivo.

Em segundo lugar, sim, Jesus é o Profeta definitivo que fala e age com autoridade. Não somente falaria em nome de Deus, mas que Ele mesmo seria a Fala de Deus, a Palavra de Deus, o Verbo de Deus. O Verbo feito carne. E veio para falar com todo o poder da majestade divina. Não só o que ensina a verdade, mas o que é a Verdade mesma. Não só o que marca o caminho da vida, mas que Ele mesmo é o Caminho e a Vida. Jesus falava com autoridade. Falar com autoridade é convencer e impulsionar. Para isso, se necessita uma coisa que todos têm; outra que poucos têm e outra que quase ninguém têm, e são: palavras prometedoras, que já saem sobrando; vida consequente com as palavras, que escasseia, e fatos que falem a vida e as palavras, que já faltam. Jesus com a sua palavra, a sua vida e os seus milagres assustava até os demônios e terminou com as suas interferências nas vidas dos homens; eis aqui o caso do possuído do evangelho de hoje. Só o poder de Jesus é capaz de exorcizar os homens, isto é, de tirar do corpo deles os demônios pós-modernos; o conforto materialista da vida, o hedonismo do prazer pelo prazer, o culto ao dinheiro, o culto ao êxito pessoal, o laicismo sem espírito, sem alma e sem Deus, a filosofia do descarto e da indiferença diante da pobreza humana. Estes são os únicos demônios que até agora eu conheço, a única autoridade em que creio e o único exorcismo que pratico, em nome de Jesus.

Finalmente, todo batizado também participa do profetismo de Jesus. Não só os sacerdotes são profetas. Também todo leigo batizado. Devemos oferecer a Deus os nossos lábios de modo que o Senhor possa continuar pregando através de nós durante todo o transcurso da história, expulsando esses demônios que continuam estragando os corpos e as almas de tantos que se deixam levar pelos feitiços prometendo a eterna juventude, como narra o escritor irlandês Oscar Wilde na sua obra “O retrato de Dorian Gray”, em troca de vender a sua alma ao Mefistófeles de bate a porta de nossa casa, parafraseando o Fausto do escritor e poeta alemão Goethe. E temos que pregar a boa nova em cima dos telhados: casa, fábrica, local de trabalho, escola, hospital, casa de anciãos... Até chegar a todas as periferias existenciais, físicas, morais e espirituais. Profetas que também saibamos denunciar com respeito todos os desvarios e injustiças de tantos - o pecado-, como fazia Cristo. E isto desde todos os meios lícitos e bons: meios de comunicação, púlpito, cátedras, mesa familiar. E não só com a palavra, mas, sobretudo com o exemplo de vida. Tomemos cuidado com os falsos profetas! Rapidamente se manifestam prometendo a teologia da prosperidade ou uma vida sem normas morais. Cristo já nos alertou.

Para refletir:
1. Sou consciente de ser profeta desde o batismo?
2. Anuncio com alegria e convencimento a Boa Nova do Evangelho, sem medo e sem temor?
3. Denuncio o mal, sem colocar tempero no que diz Deus sobre os critérios mundanos?
4. A quem não quis anunciar a mensagem de Cristo e denunciar com caridade o mal?

Para rezar: Medite estas palavras da primeira leitura: “Colocarei as minhas palavras na sua boca, e ele dirá tudo o que lhe ordenar”.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org

Beata Candelária de São José,
Virgem de nossa Ordem
Neste Domingo meditamos a descrição que o Evangelho de Marcos faz do primeiro milagre de Jesus.

O texto que agora meditaremos indica o impacto que a Boa Nova de Jesus teve sobre o povo do seu tempo. Durante a sua leitura procuremos ter em atenção o seguinte: Qual é a ação de Jesus que causava mais admiração às pessoas?

Marcos 1,21-22: Admiradas pelos ensinamentos de Jesus, as pessoas desenvolvem uma consciência crítica. A primeira coisa que Jesus fez no começo da sua atividade missionária foi chamar quatro pessoas para formar uma comunidade com Ele (Mc 1,16-20). A primeira coisa que as pessoas percebem em Jesus é a sua forma diferente de ensinar e falar do Reino de Deus. Não é tanto o conteúdo mas sim o seu modo de ensinar que desperta a atenção. O efeito deste ensinamento diferente era uma consciência crítica nas pessoas em relação às autoridades religiosas da época. As pessoas percebiam, comparavam, diziam: Ele ensina com autoridade, diferente dos escribas. Os escribas ensinavam as pessoas citando doutores, as autoridades. Jesus não citava nenhum doutor mas falava partindo da sua experiência de Deus e da vida. A sua autoridade nascia de dentro. A sua palavra tinha raízes no coração e no testemunho da sua vida.

Marcos 1,23-26: Jesus combate o poder do mal. Em Marcos, o primeiro milagre é a expulsão do demônio. O poder do mal lançava raízes nas pessoas e alienava-as de si mesmas. As pessoas viviam destroçadas pelo medo dos demônios e da ação dos espíritos impuros. Basta ver o interesse causado pelo “espetáculo” sobre o exorcismo dos demônios, mas não somente. Como nos tempos do império romano, também hoje muitas pessoas vivem alienadas de si mesmas por causa do poder dos meios de comunicação, da propaganda, do comércio. As pessoas vivem escravas do consumismo, oprimidas pelas facturas que têm que pagar numa data determinada pelos credores. Muitos pensam que não vivem como pessoas dignas de respeito se não compram o que a publicidade anuncia na televisão. Em Marcos, o primeiro gesto de Jesus é precisamente o de expulsar e combater o poder do mal. Jesus restitui as pessoas a si mesmas. Restitui a sua consciência e a sua liberdade. Será que a nossa fé em Jesus consegue combater contra estes demônios que nos tornam estranhos a nós próprios, da realidade e de Deus?

Marcos 1,27-28: A reação das pessoas: o primeiro impacto. Os dois primeiros sinais da Boa Nova de Deus que as pessoas percebem em Jesus são estas: o seu modo diverso de ensinar as coisas de Deus e o seu poder sobre os espíritos imundos. Jesus abre um novo caminho de pureza para as pessoas. Naquele tempo, quem era declarado impuro não podia pôr-se diante de Deus para rezar ou receber a bênção prometida por Deus a Abraão. Primeiro devia purificar-se. Quanto à purificação das pessoas, existiam muitas leis e normas rituais que tornavam difícil a vida das pessoas e afastavam-nas, considerando-as impuras. Por exemplo, lavar o braço até ao cotovelo, lavar o rosto, lavar as taças de metal, jarros, vasilhas e bandejas, etc. (cfr. Mc 7,1-5). Agora purificadas pela fé em Jesus, as pessoas impuras podiam de novo prostrar-se na presença de Deus e não tinham necessidade de observar todas as normas rituais. A Boa Nova do Reino, anunciada por Jesus, seria para aquela gente um suspiro de alívio e um motivo de grande alegria e tranquilidade.

NOVENA DE NOSSA SENHORA DAS CANDEIAS - 9º dia
Ó Maria, por quem nos é dado Jesus Cristo, a Luz do mundo:
- abri-nos os olhos da fé para que não caiamos na escuridão do pecado e do erro;
- aconselhai-nos nos momentos difíceis, para que não nos desviemos do caminho que nos leva à Luz eterna;
- iluminai-nos nas dúvidas e incertezas com a luz da Verdade, para que possamos ser sempre fiéis ao Evangelho;
- inflamai o nosso coração com o fogo do vosso amor, para sempre amarmos Jesus e torná-lo amado por todos.
Nós vos pedimos também por aqueles que perderam a luz da fé e pelos que ainda não foram iluminados pela luz do vosso Filho, a quem buscam sinceramente em meio às trevas da ignorância.
Mãe de Deus das Candeias livrai-nos de toda cegueira espiritual e corporal, para que nos tornemos, e de fato sejamos, luz para o mundo, conforme o desejo de vosso Filho Jesus. Amém


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