sábado, 17 de janeiro de 2015

II domingo do Tempo Comum

«Eis o Cordeiro de Deus»

Textos: 1 Sam 3, 3-10.19; 1 Cor 6, 13-15.17-20; Jo 1, 35-42

Um novo tempo se inicia. Encontrar o Messias é a maior descoberta que também nós poderemos fazer. Um encontro que se torna vocação, partilha de vida, solidez renovada. Pedra nova de um edifício que é a Igreja que tem o seu fundamento em Cristo. E em Cristo, os Apóstolos. Quem se deixa encontrar por Cristo inicia uma história nova. “Vinde ver” e vendo-o descubramos a riqueza do seu amor.

EVANGELHO (Jo 1,35-42) - Naquele tempo, estava João Batista com dois dos seus discípulos e, vendo Jesus que passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus». Os dois discípulos ouviram-no dizer aquelas palavras e seguiram Jesus. Entretanto, Jesus voltou-Se; e, ao ver que O seguiam, disse-lhes: «Que procurais?» Eles responderam: «Rabi – que quer dizer ‘Mestre’ – onde moras?» Disse-lhes Jesus: «Vinde ver». Eles foram ver onde morava e permaneceram com Ele nesse dia. Era por volta das quatro horas da tarde. André, irmão de Simão Pedro, foi um dos que ouviram João e seguiram Jesus. Foi procurar primeiro seu irmão Simão e disse-lhe: «Encontrámos o Messias» - que quer dizer ‘Cristo’ –; e levou-o a Jesus. Fitando os olhos nele, Jesus disse-lhe: «Tu és Simão, filho de João. Chamar-te-ás Cefas» – que quer dizer ‘Pedro’.

“Quem buscais?” É a pergunta fundamental da nossa vida que Cristo nos faz. E até não respondermos, não seremos plenamente felizes nem convenceremos os outros.

Comentário sobre a liturgia do Pe. Antonio Rivero, L.C.

“Quem buscais?” São as primeiras palavras de Cristo no evangelho de são João; quer averiguar a reta intenção destes primeiros seguidores. O jovem Samuel na primeira leitura também buscava Deus, por isso o servia feliz no templo dia e noite às ordens do sacerdote Eli. São Paulo nos lembra na segunda leitura de que quem busca e encontra o Senhor tem que levar uma vida digna, porque somos do Senhor e o nosso corpo se converte em templo do Espírito.

Em primeiro lugar, três vezes na sua vida Jesus fez a mesma pergunta: “Quem buscais?”. A de hoje, no início do seu ministério apostólico, a estes dois que seriam os seus primeiros discípulos. Na última noite da sua vida mortal fez a mesma pergunta ao policial que o deteve no horto de Getsêmani (Jo 18, 4-5). E a Maria Madalena, na manhã da Páscoa (Jn 20, 15-16). E quando Jesus faz essa pergunta é porque nos vê famintos de felicidade, de sentido, de orientação, de harmonia interior. E quando Jesus faz essa pergunta é para nos dizer que a iniciativa sempre vem Dele e que espera uma resposta livre, consciente, amorosa e sincera. E Jesus faz essa pergunta quando e onde Ele quiser: no nosso trabalho, na faculdade, no namoro, no meio da tormenta de uma crise ou da calma, num momento de oração ou de retiro, na infância, na adolescência, na juventude ou na idade adulta ou na velhice. E Jesus faz essa pergunta com grande esperança, sim, mas também com sumo respeito, sem forçar ninguém, sem obrigar ninguém.

Em segundo lugar, esta pergunta “Quem buscais?”, pede e exige uma resposta como a dos primeiros apóstolos. Resposta que é seguimento de Jesus: já seja para uma vida cristã comprometida no matrimonio e na educação dos filhos; já seja também numa vida totalmente entregue com alegria no corpo e na alma a Cristo na Igreja como consagrada, missionário ou sacerdote. Estes primeiros seguidores de Cristo buscavam primeiro um Jesus mestre (Rabi) para que lhes ensinasse o caminho reto; e depois descobriram também o Jesus Senhor e Salvador. É o momento de nos perguntar: já escutamos também nós esta pergunta “Quem buscais?” Nos momentos de oração, de silencio contemplativo, de deserto da alma, de fracassos aparentes, de êxitos retumbantes, de doença incurável? Se ainda não escutamos é porque talvez estamos muito absortos e atarefados nas nossas redes e na nossa pesca, ou estamos atordoados pelo barulho das moedas nas nossas bolsas de valores e no nosso talão de cheque, ou cochilando preguiçosamente debaixo da figueira, com os olhos fechados pela soberba e pelos ouvidos obstruídos pela sensualidade, ou talvez, construindo castelos no ar com sonhos de grandeza, ambição, fazer carreira.

Finalmente, e depois de termos nos encontrado com Cristo, temos que transmitir essa experiência aos demais, como fizeram os primeiros discípulos: “encontramos o Messias”. Não esqueçamos, o cristianismo cresce não por proselitismo, mas por atração e pelo testemunho da própria vida. Que todos nos vejam alegres, felizes, contentes, porque seguimos Cristo. Se o papa Francisco disse aos religiosos na carta apostólica com a que inaugurava o ano da vida consagrada- primeiro domingo do Advento 2014-: “Onde estão os religiosos há alegria”, eu me atrevo a parafraseá-lo dizendo: “onde há um cristão que se encontrou com Cristo, há alegria e contagio”. 

Para refletir:
1. Sigo Cristo por Ele mesmo ou por vantagens temporais?
2. O que espero de Jesus: felicidade terrena ou vida eterna?
3. A minha vida como seguidor de Cristo é coerente e alegre, e por isso atraio outras pessoas para Cristo?

Para rezar: Que todos os dias na nossa oração, Senhor, possamos escutar a vossa pergunta: “Quem buscais?”. E que a nossa resposta seja: Senhor e Mestre, mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos. Senhor, o que realmente buscamos é contemplar o vosso rosto cara a cara no céu, pois enquanto estivermos neste mundo vos vemos de costas, pela fé, na escuridão.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

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