sábado, 10 de janeiro de 2015

Batismo do Senhor

«ELE HÁ DE BATIZAR-VOS NO ESPÍRITO SANTO»

Jesus é o Messias esperado. Em Marcos, o Batismo de Jesus inaugura a sua vida pública. João anuncia a presença de alguém maior, mais forte, proveniente de Deus, portador do Espírito Santo, capaz de renovar a vida de quantos hão-  todos devemos escutar. Num tempo como o nosso, feito de mil coisas, mil distâncias, mil destinos, percebemos como é tempo de escutar a Deus que está no meio de nós.

Evangelho (Mc 1, 7-11) - E pregava assim: «Depois de mim vai chegar outro que é mais forte do que eu, diante do qual não sou digno de me inclinar para lhe desatar as correias das sandálias. Eu batizei-vos em água, mas Ele há de batizar-vos no Espírito Santo.» Por aqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no Jordão. Quando saía da água, viu serem rasgados os céus e o Espírito descer sobre Ele como uma pomba. E do céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus todo o meu agrado.»

Textos: Isa 42, 1-4.6-7; At 10, 34-38; Mc 1, 7-11

Cristo purificou no seu Batismo as águas, santificou-as e as fecundou, para que nessas aguas nascêssemos como filhos da Igreja, santos e regenerados, pois estávamos mortos pelo pecado.

Pe. Antonio Rivero,

Celebramos uma nova manifestação de Jesus no rio Jordão. Cristo é o novo Noé que se submerge nesta água, que lembra as águas do dilúvio, para eliminar nelas os nossos pecados; e, como Noé depois do dilúvio, também Ele recebe a pomba divina que anuncia a paz e a salvação para os homens. E com este dia fechamos o ciclo do Natal e abrimos o Tempo Ordinário que precederá à Quaresma.

Em primeiro lugar, neste dia do Batismo, Jesus viu que os céus “se abriam”. Porque os céus à raiz do pecado original estavam fechados para nós. Hoje se abrem para indicar que em Cristo o céu se reconciliou com a terra, que já não existe senão um só rebanho formado pelos anjos e pelos homens, e um só pastor de todos, que as clausuradas portas do Paraíso se abriram para os pecadores arrependidos. Do Menino recém-nascido passamos ao Profeta e Mestre que Deus nos enviou e que vai começar a sua missão. E com o nosso batismo nos incorporamos também nós na sua missão salvífica.

Em segundo lugar, por que Cristo quis ser batizado? Não para ser purificado dos seus pecados, Ele, que era a pureza original. Se Cristo desceu ao Jordão foi para purificar as águas, para comunicar-lhes a sua própria pureza, de tal maneira que daqui a adiante essas águas fossem capazes de purificar os homens mediante o Batismo. O calor do corpo vivo de Cristo posto em contato com as águas fez que estas fossem aptas para limpar não somente o exterior dos corpos-que é a sua virtualidade natural-, mas também o mais recôndito das almas, o pecado. Ao penetrar, pois, Jesus no Jordão, as águas deste rio, e a de todos os rios, todas as águas do mundo, fizeram-se aptas para a ordem sacramental. Já não seriam somente “águas da terra”, serão também “ondas de Cristo”. O Cristo que se submerge no Jordão é o Cordeiro que carrega os pecados e que tira os pecados. Por isso, o Batismo do Jordão antecipa em figura à Cruz, que está no telão de fundo daquele episódio. A partir de hoje começa para Cristo a rude ascensão ao Calvário. E já pregado na cruz, do seu lado brotou sangue e água. O Batismo é fruto da Páscoa.

Finalmente, desde este dia Cristo fecundou as águas, isto é, a água não só ficaria limpa, mas que ademais disso se converteria no seio materno da Igreja feita fecunda. Esposo e Esposa são, no Jordão, “uma só carne”. Cristo, no seu Batismo, purificou, pois, a Igreja, mas para unir-se com Ele em esponsais. É, nada mais e nada menos, o que diz São Paulo na sua epístola aos efésios: “Maridos, amai vossas esposas, como Cristo amou sua Igreja e se entregou por ela para santificá-la. Ele a purificou com o batismo da água e a palavra, porque quis para si uma Igreja resplandecente, sem mancha e sem ruga e sem nenhum defeito, mas santa e imaculada” (Ef 5, 25). O Batismo no Jordão é assim o banho espiritual graças ao qual a Esposa-Igreja recebeu a última preparação antes de ser apresentada ao Esposo. Desposando-se o Senhor com a Igreja no Jordão, deixou na água o germe da sua fecundidade para fazer da água o seio da Igreja-Esposa. Ao longo dos séculos, das águas do Batismo -seio virginal da Mãe Igreja- incessantemente nascerão novos filhos, filhos de Deus.

Para refletir:
1. Medito com frequência no dom do meu batismo?
2. A que altura chegou a mim a água batismal: já chegou até os meus joelhos, até o coração, a cabeça?
3. A água já levou todos os meus pecados?
4. Já renunciei Satanás, as suas obras e as suas pompas?
5. Vivo como membro comprometido da Igreja, filho consciente de Deus, irmão de Cristo, templo aberto do Espírito?

Para rezar: Obrigado, Senhor, pelo dom do Batismo. Senhor, que eu viva ao que me comprometi no dia do Batismo: a ser santo e ser missionário. Convosco quero, Senhor, escutar o meu nome e um chamado “Tu és o meu filho” para que nunca faltem em vossa causa boas testemunhas que propõem a vossa palavra, que pronunciem o vosso nome, que deem testemunho do vosso Reino, que ofereçam o que são e o que têm, e Deus seja conhecido, amado e bendito nas quatro direções do mundo.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

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