quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

FESTA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

Evangelho (Lc 1,39-56):  Naqueles dias, Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido! ».  Maria então disse: «A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz, porque o Poderoso fez para mim coisas grandiosas. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os que tem planos orgulhosos no coração. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos, e mandou embora os ricos de mãos vazias. Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre». Maria ficou três meses com Isabel. Depois, voltou para sua casa.

Comentário: Mons. F. Xavier CIURANETA i Aymí Bispo Emérito de Lleida (Lleida, Espanha)

O menino pulou de alegria no meu ventre

Hoje contemplamos o fato da Visitação da Virgem Maria a sua prima Isabel. Tão rapidamente como lhe foi comunicado que tinha sido escolhida por Deus Pai para ser Mãe do Filho de Deus e que sua prima Isabel tinha recebido também o dom da maternidade, caminha decididamente até a montanha para cumprimentar sua prima, para compartilhar com ela o gozo de terem sido agraciadas com o dom da maternidade e para servi-la.

A saudação da Mãe de Deus provoca que o menino, que Isabel leva no seu ventre, pule de entusiasmo dentro das entranhas de sua mãe. A Mãe de Deus, que leva Jesus no seu ventre é causa de alegria. A maternidade é um dom que gera alegria. As famílias alegram-se quando há um anúncio de uma nova vida. O nascimento de Cristo produz certamente «uma grande alegria» (Lc 2,10).

Apesar de tudo, hoje em dia, a maternidade não é devidamente valorizada. Frequentemente colocam-se em primeiro lugar outros interesses superficiais, que são manifestação de comodidade e de egoísmo. As possíveis renúncias que comporta o amor paternal e maternal, assustam a muitos matrimônios que, talvez pelos meios que receberam de Deus, devessem ser mais generosos e dizer “sim” mais responsavelmente a novas vidas. Muitas famílias deixam de ser “santuários da vida”. O Papa João Paulo II constata que a contracepção e o aborto “têm as suas raízes numa mentalidade hedonista e irresponsável a respeito da sexualidade e pressupõem uma concepção egoísta da liberdade, que vê na procriação um obstáculo ao desenvolvimento da própria personalidade».

Isabel, durante cinco meses, não saía de casa, e pensava: «Isto é o que o Senhor fez por mim» (Lc 1,25). E Maria dizia: «A minha alma glorifica o Senhor (…) porque pôs os olhos na humildade da sua serva» (Lc 1, 46.48). A Virgem Maria e Isabel valorizam e agradecem a obra de Deus nelas: a maternidade! É necessário que os católicos reencontrem o significado da vida como um dom sagrado de Deus aos seres humanos.

Reflexão de Frei Carlos Mesters, O.Carm

* Lucas acentua a prontidão de Maria em servir, em ser serva. O anjo falou da gravidez de Isabel e, imediatamente, Maria se levanta apressadamente para ir ajudá-la. De Nazaré até a casa de Isabel são bem mais de 100 quilômetros, quatro dias de viagem, no mínimo! Não havia ônibus nem trem. Maria começa a servir e cumprir sua missão a favor do povo de Deus.

* Isabel representa o Antigo Testamento que estava terminando. Maria representa o Novo que está começando. O Antigo Testamento acolhe o Novo com gratidão e confiança, reconhecendo nele o dom gratuito de Deus que vem realizar e completar a expectativa do povo. No encontro das duas mulheres manifesta-se o dom do Espírito. A criança estremece de alegria no seio de Isabel. Esta é a leitura de fé que Isabel faz das coisas da vida.

* A Boa Nova de Deus revela a sua presença numa das coisas mais comuns da vida humana: duas donas de casa se visitando para se ajudar mutuamente. Visita, alegria, gravidez, criança, ajuda mútua, casa, família: é nisto que Lucas quer que as comunidades e nós todos percebamos e descubramos a presença de Deus.

* Isabel diz a Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” Até hoje, estas palavras fazem parte do salmo mais conhecido e mais rezado no mundo inteiro, que é a Ave Maria.

* "Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor vai acontecer". É o elogio de Isabel a Maria e o recado de Lucas para as comunidades: crer na Palavra de Deus, pois a Palavra de Deus tem força para realizar tudo aquilo que ela nos diz. É Palavra criadora. Gera vida nova no seio da virgem, no seio do povo pobre que a acolhe com fé.

* Maria e Isabel já eram conhecidas uma da outra. E no entanto, neste encontro, elas descobrem, uma na outra, um mistério que ainda não conheciam e que as encheu de muita alegria. Hoje também encontramos pessoas que nos surpreendem com a sabedoria que possuem e com o testemunho de fé que elas nos dão. Algo parecido já aconteceu com você? Já encontrou pessoas que te surpreenderam? O que nos impede de descobrir e de viver a alegria da presença de Deus em nossa vida?

* A atitude de Maria frente à Palavra expressa o ideal que Lucas quer comunicar às Comunidades: não fechar-se sobre si mesma, mas sair de si, sair de casa, e estar atenta às necessidades bem concretas das pessoas e procurar ajudar os outros na medida das necessidades.

* Lucas 1,46-56: O Magnificat: “O Senhor fez em mim maravilhas!” Quando a experiência de Deus é grande a ponto de ultrapassar a capacidade das palavras, então o recurso para expressar o que se vive é o canto e a poesia. Foi o que Maria fez no encontro com Isabel, quando as duas experimentaram a presença de Deus. O resultado é esse canto tão bonito do Magnificat. Saber rezar e celebrar tudo que acontece na nossa vida. (Textos Carmelitanos)

Para um confronto pessoal
1. Colocando-me na posição de Maria e Isabel: sou capaz de perceber e experimentar a presença de Deus nas coisas simples e comuns da vida de cada dia?
2. O elogio de Isabel para Maria: “Você acreditou!” O marido dela teve problema em crer no que o anjo lhe dizia. E eu?

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