domingo, 9 de novembro de 2014

V Centenário Teresiano

Tema 8 - AJUDAS PARA ORAR A SÓS

1.ASSUME A DETERMINADA DETERMINAÇÃO DE TER ESTA EXPERIÊNCIA ORANTE
Começa por reservar um tempo para orar; se possível, sempre o mesmo. Quanto antes melhor; se esperas não ter nada para fazer, continuamente serás solicitado para mil e uma coisas.
Habitua-te a fazer essa oração sempre no mesmo lugar; de preferência num ambiente recolhido. Não te importes, inclusivamente, que seja no caminho para o teu trabalho.
Isto sim: esta “determinação”, assume-a com verdadeiro amor. Não a entendas nunca como mais uma “obrigação”. 

2. COMEÇA ASSIM A TUA ORAÇÃO 
Adota uma postura exterior que te ajude a centrar os teus sentidos na intimidade do teu “eu”, local de encontro com o Senhor. Para isto, talvez te possam ajudar algumas técnicas de relaxamento muscular, respiratório, etc.
Procura a presença do Senhor, logo desde o início ... a presença de um Deus que está no centro do teu ser. Ele está diante de ti ... Ele está em ti ...Procura repetir frases como estas: Senhor, Tu estás perto; Tu estás aqui; Tu estás... em mim. Podes ainda, situar esta presença no Sacrário, junto ao qual te colocas; na beleza da natureza que te rodeia; no símbolo que colocaste diante de ti ... O importante é que te sintas na sua presença, que te sintas olhado, que O olhes com os olhos da tua fé. Repete alguns textos da Escritura: “Senhor, Tu me sondas e me conheces” (Sl 138). “Não sabeis que sois Templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Cor 3, 16). “Quem me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele morada” (Jo 14, 23).
É fundamental que esta primeira sensação da “sua presença”, se traduza na aceitação da distância que medeia a imensidade de Deus e a tua insignificância. Os sentimentos de contrição são imprescindíveis no amadurecimento da tua atitude orante.
Evoca o Espírito: é Ele que vai orar em ti; é Ele que em ti vai permitir que descubras o sentido das Escrituras; é Ele que te ajudará a perceber o sentido dos acontecimentos da vida; é o Espírito que te ajudará a dizer: Abbá (Pai); a conhecer a sua vontade; e quem te dará forças para voltar à vida, onde cumprirás a sua vontade.
Por isso, nunca inicies a tua oração sem pedir, repetidamente: Espírito Santo, vem, vem, vem! 

3. ESCUTA DA PALAVRA 
Está aqui o centro do teu momento de oração: a escuta. O mais comum será que leias uma passagem da Escritura; lentamente, saboreando cada palavra; fazendo teus, por exemplo, os sentimentos de Jesus; relendo calmamente o já lido ... Noutras ocasiões, esta “Palavra” pode vir através de um texto teresiano, do magistério da Igreja, etc. haverá momentos em que a Palavra esteja envolvida num “acontecimento da vida” pelo qual acabas de passar. Procura sempre, como Maria, guardá-lo no fundo do teu coração, para que possas discernir a mensagem que, através dele, Deus quer transmitir. 

4. CHEGA ASSIM AO “TRATO DE AMIZADE” COM ELE 
Nunca esqueças isto: “Orar é tratar com um amigo”. Assim, o importante será, não o que possas dizer, nem como possas dizer, mas o amor com que o digas. A tua oração, mais do que uma relação de negócios, deverá ser sempre uma relação entre pessoas; ainda que, logicamente, a amizade fará seus os nossos negócios e os seus acabem por ser nossos.
Nestes momentos, procura fazer somente aquilo que mais te ajude a amá-LO: a recordação do que Ele te deu, as maravilhas que tem feito conosco, as fraquezas da Igreja, todos aqueles que estão longe de Deus mas nos quais Ele ainda está presente, as dores e as alegrias dos Homens teus irmãos.
Percorre todos estes pensamentos, numa atitude o mais tranqüila e silenciosa possível. Uma atitude contemplativa, serena, em que procurarás ver tudo com "os olhos de Deus". Uma singela sensação de sentir-te simplesmente diante d'Ele, com tudo o que esta sensação implica. E queira Deus, vás adquirindo, pouco a pouco, esta atenção amorosa, base de toda a contemplação.
Volta a pedir ao Pai, por intermédio de Jesus, que te envie o Espírito Santo, o único capaz de renovar os teus critérios, os teus caminhos, o teu coração; a única fonte de fortaleza perante cada dificuldade e de constância perante cada propósito. (Este processo de escuta, podes repeti-lo várias vezes durante o mesmo momento de oração.) 

5. FIM DE TODO O MOMENTO ORANTE 
Dado que a oração é um trato amoroso, será lógico que não o terminemos sem expressar os nossos afetos a esse Deus a quem dizemos amar. Para isso, nada melhor do que perguntarmos: Que diria ao Senhor se o visse hoje, aqui, com todos os meus sentidos? Então, brote imediatamente do nosso coração a petição, a súplica, a oblação, a ação de graças, o louvor...
Por fim, procura que brote em ti um compromisso. Não termines nunca o teu momento de oração, sem que algo tenha mudado em ti, sem o desejo de que algo mude no mundo, na Igreja, na tua família, comunidade ou ambiente.
A oração há de ser sempre algo que brote da vida e retorne à própria vida. Não oramos para "fazer três tendas", no alto do monte de um Jesus transfigurado, mas sim para impulsionar a nossa missão no vale. Não oramos para que Deus realize os nossos planos, mas sim para conhecer e ser capazes de realizar os planos de Deus. 

6. UM MODO CONCRETO DE O FAZER   
Começa por encontrar uma boa motivação: o melhor motivo para orar, é descobrir no teu coração a sede de Deus, e querer estar com quem te ama como ninguém. Assim orava Jesus. Procurava os melhores momentos para estar a sós com o Pai. 
Retira-te: abandona, por uns momentos, o que estás a fazer. Não porque seja mau, mas porque precisas alimentar a tua alma com algo muito importante. Não esqueças: fá-lo com alegria. 
Escuta o que disse Jesus: "Tu, quando fores orar, entra no teu quarto e, depois de fechar a porta, ora a teu Pai que está no segredo; e teu Pai, que vê no segredo, te dará a recompensa"(Mt 6, 6). 
Prepara o lugar: não necessitas de muitas coisas, no entanto, uma coisa é fundamental ... Podes colocar diante de ti um ícone de Jesus, para que aprendas a deixar-te olhar e a olhá-lo a Ele; podes optar por uma Bíblia aberta e uma vela acesa (símbolo de tantas coisas: fé viva, amor, esperança, procura). 
Procura uma postura que te ajude: respira fundo e descansa um momento. Tudo te pode ajudar a concentrar a atenção no Senhor. 
Benze-te: faça-o muito calmamente: "Em nome do Pai ... do Filho ... e do Espírito Santo". Assim, entras na Sua presença. No gesto de levar os teus dedos à tua face, ao peito e aos ombros, estás a abrir a porta de toda o teu ser ao Senhor. 
Fala-lhe e deixa que te fale: fala-lhe de tudo o que te interessa, do que te magoa, do que comove de felicidade o teu coração. Faça-o com toda a verdade de que sejas capaz. Que sejam palavras verdadeiras, ainda que tenhas que Lhe dizer que és muito frágil e pecador ... Mas, permite que Ele te fale; é o mais importante. Abre a Bíblia e lê. 
Olha-O e deixa-te olhar: não é necessário que estejas sempre a falar. Podes olhá-LO com fé e, sobretudo, permitir que Ele te olhe, podes amá-LO e deixar-te amar por tão bom Amigo. 
Deixa-te fazer por Ele: Deus é como um oleiro. Às vezes, esta atitude de se deixar fazer, é dolorosa mas... vale a pena. 
Vive o momento de oração com alegria: ainda que não sintas nada, o amor também se demonstra na aridez. Recorda que Deus também se alegra por estar contigo. 
Reza o Pai Nosso: pausadamente. Fazendo tuas cada uma das petições. Recorda Maria e sente muito próxima a sua presença maternal. Retoma as tuas tarefas diárias, disposto a fazer o bem.

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