sábado, 22 de novembro de 2014

Conceito da Realeza de Cristo

Por Monsenhor Tihamér Tóth
Traduzido por Andrea Patrícia

Por que os homens rejeitam a Cristo? Porque não querem aceitar o reinado de Cristo.

Lembre-se da cena de Belém: os três homens sábios estão se curvando diante do presépio... Esta criança que adoram e para quem trazem presentes é o Filho do Deus vivo, o Verbo encarnado, o Soberano da raça humana. Isto é, Jesus Cristo é Rei! É um menino, mas também Legislador! Ele nos ama, mas também é nosso Juiz. É doce, mas exigente. E se é meu rei, eu não posso viver levianamente como tenho feito até agora. Jesus Cristo deve ter uma voz em meus pensamentos, meus planos, meus negócios, minha diversão. Ah, mas isso seria demasiado exigente. Achamos muito difícil e não queremos admiti-lo.

A simplicidade, humildade, pobreza do Cristo de Belém é uma acusação implacável contra o nosso modo de vida. Pois, se Cristo está certo, é claro que nós não estamos, não tem razão o meu orgulho, o meu imensurável desejo de glória, meu desejo de prazer, minha idolatria de tantas coisas terrenas, minha adoração ao bezerro de ouro.

Esta é a razão pela qual nós nos recusamos a nos submeter ao jugo de Cristo.

Eu não quero a Cristo, porque sua humildade condena o meu orgulho.

Eu não quero a Cristo, porque sua pobreza condena meu desejo de bem-estar e prazer.

Eu não quero a Cristo, porque a sua confiança na Providência condena meu materialismo e autossuficiência.

Mas se Cristo é meu Rei, então meus ídolos não podem ser a razão, o prazer ou o dinheiro.

Se Cristo é o meu Rei e meu Deus, eu não posso fazer da razão ou da ciência um ídolo.

Eu respeito a ciência, sim, mas não a elevo à categoria de divindade. A ciência não pode explicar tudo, e muito menos cumprir o meu desejo de felicidade.

Nunca antes como agora tivemos tantas escolas e universidades, tantas bibliotecas, tantos recursos para adquirir conhecimento e cultura. No entanto, proliferam assassinatos, corrupção e decadência moral. Ciência, livros, cultura, não podem fornecer tudo. Não ocupam o primeiro lugar, o qual somente Deus pode preencher. Não foi o anjo mais inteligente, Lúcifer, que mergulhou nas profundezas? E não leio a cada dia que entre os grandes criminosos há homens altamente educados, com muitas qualidades, muito espertos e inteligentes?

Sabemos muitas coisas, sim, mas... o que sabemos? Nós construímos arranha-céus, exploramos os recursos naturais, nos divertimos, nós vivemos muito bem... mas não sabemos ser honestos, não sabemos perseverar em fazer o bem, não sabemos ser felizes, não sabemos viver uma vida digna do homem.

Cristo é nosso Rei! O que isso significa? Isso significa que a alma é superior ao corpo, que a integridade moral é mais preciosa do que o saber muito.

Que a fé religiosa vale mais do que a minha carreira ou o meu trabalho profissional.

Que a Santa Missa tem um valor infinito, que não pode ser comparado com o de um filme.

Que um momento de oração vale mais do que uma festa mundana...

Tudo isso significa a realeza de Cristo.

Se Cristo é meu Rei, a moda não pode ser meu ídolo. Onde Cristo reina, não há espaço para frivolidades. Quem tem Cristo como Rei, não pode vestir, dançar ou jogar com superficialidade e ligeireza... Muitas mulheres desconhecem ingenuamente que o paganismo novamente está tentando tomar forma: através de vestidos indecentes, através de danças obscenas, através de certos filmes que espalham veneno através do luxo exorbitante. .. isso é o paganismo.

Se Cristo é o meu Rei, eu não posso expulsá-Lo da vida pública, que é exatamente o que afirma a laicidade: expulsar o Cristianismo de tantos lugares quanto possível, arrancar de Cristo mais e mais fiéis.

Se Cristo é o meu Rei, eu não posso adorar o dinheiro ou o prazer. Pois o espírito está acima da matéria, porque a minha alma é chamada a viver a vida de Deus. Mas nos esquecemos de Cristo, e não temos tempo para alimentar o nosso espírito.

E por não colocar nossos corações em Cristo, acabamos colocando-os nas religiões esotéricas orientais, e abdicamos da fé católica. Mas essas religiões não têm nada de novo a dizer e são cheias de erros.

Aqui, então, a razão para a rejeição da realeza de Cristo... Nós não aceitamos Cristo Rei porque condena o nosso modo de vida pagão.

Segundo a lenda, o Menino Jesus estava indo para o Egito para escapar de Herodes, e enquanto Ele passava, todas as estátuas de ídolos que atravessavam a estrada iam caindo...

A mesma coisa deve acontecer para nós hoje: diante de Cristo todos os ídolos devem cair! Diante de Jesus Cristo humilde, deve cair o meu orgulho arrogante. Diante de Jesus pobre, deve desaparecer meu orgulho presunçoso e minhas ânsias de prazeres. E só então quando estivermos em conformidade com Cristo, como Rei, é que a sociedade humana será curada de seus muitos males.

Vinde, ó Cristo Rei, porque não podemos mais!

Vós sois o nosso sol, que nos dá vida, que nos dá luz e calor.

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