quinta-feira, 26 de junho de 2014

Mês do Sagrado Coração de Jesus – Solenidade do Sagrado Coração.

LECTIO DIVINA  
Evangelho (Mt 11,25-30): Naquela ocasião, Jesus pronunciou estas palavras: «Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.  Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve».

Comentário: Rev. D. Antoni DEULOFEU i González (Barcelona, Espanha)

Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso

Hoje, quando nos encontremos cansados pelos afazeres de cada dia — porque todos temos cargas pesadas e às vezes difíceis de suportar— pensemos nas palavras de Jesus: «Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei» (Mt 11,28). Repousemos Nele, que é o único que nos pode descansar de tudo o que nos preocupa e, assim encontrar a paz e todo o amor que não sempre nos dá o mundo.

O descanso autenticamente humano necessita uma dose de “contemplação”. Se elevarmos os olhos ao céu e rogamos com o coração e, somos simples, com certeza encontraremos e veremos a Deus, porque ali está («Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos»: Mt 11,25). Mas não só está ali, encontraremos também no “suave jugo” das pequenas coisas de cada dia: vejamos no sorriso daquele menino pequeno cheio de inocência, no olhar agradecido daquele enfermo que visitamos, nos olhos daquele pobre que nos pede a nossa ajuda, nossa bondade…

Repousemos todo nosso ser, e confiemos plenamente a Deus que é nossa única salvação e salvação do mundo. Tal como o recomendava João Paulo II, para repousar verdadeiramente, é necessário dirigir «uma olhada cheia de gozosa complacência [ao trabalho bem feito]: una olhada “contemplativa”, que já não aspira as novas obras, e sim a gozar da beleza do que se realizou» na presença de Deus. A Ele, devemos dirigir uma ação de graças: tudo nos vem do Altíssimo e, sem Ele, nada poderíamos fazer.

Exatamente, um dos grandes perigos atuais é que «o nosso é um tempo de contínuo movimento, que frequentemente desemboca no ativismo, com o fácil risco do “fazer por fazer”. Devemos resistir esta tentação tentando “ser” antes que “fazer” (João Paulo II). No entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada. (cf. Lc 10,42): «Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas.» (Mt 11,29).

Reflexão de Frei Carlos Mesters, OCarm.

* O contexto do Capítulo 11 de Mateus, no qual aparece o evangelho de hoje.
No Evangelho de hoje, Jesus acolhe os pequenos e manifesta o desejo de que os pobres encontrem descanso e paz. Por causa desta sua opção pelos pobres e excluídos, Jesus foi criticado e perseguido. Muita gente não foi capaz de entendê-lo. O próprio João Batista, que olhava Jesus com os olhos do passado, ficou na dúvida (Mt 11,1-15). O povo, que olhava para Jesus com finalidade interesseira, não soube como acolhê-lo (Mt 11,16-19). As grandes cidades ao redor do lago, que ouviram a pregação de Jesus e viram seus milagres, não quiseram aceitar a sua mensagem (Mt 11,20-24). Os sábios e doutores, que julgavam tudo a partir da sua própria ciência, não foram capazes de entendê-lo (Mt 11,25). Só os pequenos o entendiam e aceitavam a Boa Nova do Reino (Mt 11,25-30).

27 de junho - N. Sra do Perpétuo Socorro
* Mateus 11,25-26: O Evangelho revelado aos pequenos
Diante desta contradição que marcava a sua vida, Jesus fez esta prece: "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequenos”.  Os sábios, os doutores, animados por uma ideia errada de Deus, tinham criado uma série de leis que eles impunham ao povo em nome de Deus. Mas a lei do amor, trazida por Jesus, dizia o contrário. O que importa, não é o que nós fazemos para Deus, mas sim o que Deus, no seu grande amor, faz por nós! O povo pobre, os pequenos, entendia esta mensagem de Jesus e ficava alegre. Os sábios achavam que Jesus estava errado. Eles não podiam entender tal ensinamento. E Jesus termina: Sim, Pai, assim foi do teu agrado!  É do agrado do Pai que os sábios e inteligente não entendam a mensagem. Se quiserem entende-lo, deverão fazer-se discípulos dos pequenos, dos pobres e excluídos.

* Mateus 11,27: O Filho conhece o Pai e o revela a quem ele quer
Jesus, como Filho, conhece o Pai. Ele sabe o que o Pai queria quando, séculos atrás, entregou a Lei a Moisés. Aquilo que o Pai nos tem a dizer, Ele o revelou a Jesus, e Jesus o revela aos pequenos, pois estes se abrem para a sua mensagem.

* Mateus 11,28-30: Vinde a mim vocês todos
Jesus convida a todos que estão cansados debaixo do peso das leis, das observâncias e dos impostos, e promete descanso. Ele diz: “Aprendam de mim que sou manso e humilde de coração”. Muitas vezes, esta frase foi manipulada para pedir ao povo submissão, mansidão e passividade. O que Jesus quer dizer é o contrário. Ele pede que o povo deixe de lado os professores de religião da época e comece a aprender dele, de Jesus, que é "manso e humilde de coração". Jesus não é como os escribas que se vangloriam de sua ciência, mas é como o povo que vive humilhado e explorado. Jesus, o novo mestre, sabe por experiência o que se passa no povo e o que o povo sofre. Jesus é o abrigo que o Pai oferece ao povo cansado!

* As comunidades da época de Mateus estavam numa travessia difícil e perigosa, saindo do mundo fechado das observâncias e dos sacrifícios para o mundo aberto do amor e da misericórdia. Também nós estamos numa travessia difícil para um novo tempo e uma nova maneira de sermos cristãos. O evangelho de hoje é um espelho do que se passa nas nossas comunidades. Nós também queremos que as nossas comunidades sejam um abrigo que o Pai oferece ao povo cansado e pobre. Para isto é importante que deixemos que o Pai tome conta de nossas vidas e que possamos dizer com Jesus: “Nós, filhos e filhas, conhecemos o Pai, e o Pai nos conhece!” Só assim poderemos ser uma presença contemplativa e profética no meio do povo pobre.

Para confronto pessoal
1) A ciência pode ajudar e pode impedir de reconhecer e acolher a mensagem de Jesus. O que mais predomina na minha vida?
2) Os pequenos entendem e aceitam a mensagem. Já aprendi deles algo que eu não sabia?

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