sábado, 24 de maio de 2014

VI Domingo da Páscoa

«Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós»

Como era previsível, os discípulos ficaram desorientados com o anúncio de Jesus, na última ceia, da sua partida eminente. Porém, não os deixaria sós: por um lado, o seu Espírito assegurará agora a sua presença; por outro lado, deixa-lhes uma tarefa especial: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”. Não há tempo, por isso, a perder. É tempo dos discípulos de Jesus agirem como Ele, é tempo da comunidade cristã provar o amor a Jesus, sem desânimos… e prová-lo na aceitação dos seus mandamentos e no seu cumprimento. A concretização desta tarefa será a medida do nosso amor a Jesus.
Sérgio Paulo Pinto

Evangelho (Jo 14, 15-21) - Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amais, guardareis os meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor, para estar sempre convosco: o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece, mas que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós. Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós. Daqui a pouco o mundo já não Me verá, mas vós ver Me eis, porque Eu vivo e vós vivereis. Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e Eu em vós. Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amais, guardareis os meus mandamentos.

Durante a última ceia, Jesus anunciou aos discípulos a sua partida, deixando-lhes as suas últimas recomendações. Também lhes deixou esta muito especial: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”. No final do evangelho de João, Jesus ressuscitado perguntou por três vezes a Pedro: “Tu amas-me?”. A base da nossa fé, da nossa vida cristã, é o amor ao nosso Mestre, na mesma medida do seu, ou seja, capaz de dar a vida, simplesmente por doação. Por isso, Jesus, naquele dia disse aos discípulos, e a cada um de nós: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”. Se amarmos de verdade a Jesus, guardar os seus mandamentos torna-se a essência das nossas vidas.

E eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor, para estar sempre convosco: o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece, mas que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós.

Enquanto esteve com os discípulos, Jesus era o seu guia e segurança. Agora, perante os dias da sua ausência próxima, da incerteza e dos medos que ela provocou nos discípulos, Jesus prometeu-lhes a presença do seu Espírito, para “estar sempre” com eles, não os deixando sozinhos. O “mundo não o vê nem o conhece”, por isso, sente-se abandonado e vive sem Deus; mas os discípulos de Jesus, não podem sentir-se desatendidos, pois o Seu Espírito habita em nós e está em nós.

Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós.

O discípulo amado é alguém que nunca se sente abandonado pelo mestre. Como poderia Jesus abandonar os seus? Como os poderia deixar desprotegidos, em situação de orfandade, vulneráveis? O seu Espírito habita em nós e Ele próprio voltará para junto de nós. Jesus deixou-nos uma missão importante para levar a cabo: “Se me amais guardareis os meus mandamentos”. Para o tornar possível deixou-nos o seu Espírito e a promessa de voltar para nós. A sua ausência é momentânea e a sua presença é uma certeza na vida dos que o amam. Que quando Ele voltar, nos encontre entusiasmados na sua missão que um dia nos confiou.

Daqui a pouco o mundo já não Me verá, mas vós ver Me eis, porque Eu vivo e vós vivereis. Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e Eu em vós.

Jesus prepara-se e prepara os seus discípulos para os deixar fisicamente. Depois desta partida o mundo já não O verá; para os que não O acolheram é um fim; porém, para os que O amam, é o princípio de uma nova etapa, porque sabem que Ele vive. A intimidade entre o Pai e o Filho, que levou a cumprimento a missão salvadora de Jesus, é a mesma intimidade que deve existir entre Jesus e os seus discípulos para levar a cumprimento a “guarda” dos mandamentos que Jesus deixou: “Amai-vos como Eu vos amei”. Se assim atuarmos, estaremos em Jesus e Jesus em nós. Quanto privilégio!

Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama.

Saber que Jesus não está fisicamente presente entre nós, não nos deve deixar mais descuidados na realização da Sua vontade. Pelo contrário, saber que estará ausente, por longo tempo, deve despertar o melhor de nós, colocar os nossos talentos ao serviço da missão, para que quando Ele regresse nos encontre vigilantes, ocupados nas coisas do Pai. Se de facto amamos a Jesus, esforçar-nos-emos até à última gota das nossas forças por cumprir a sua vontade: aceitar no coração os seus mandamentos e cumpri-los na vida. Quem assim fizer, “esse realmente me ama”.

E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».

Amar a Jesus, entregar-lhe a nossa vida, como Ele entregou a sua, é cumprir a vontade do Pai e garantir o seu amor: “Quem me ama, será amado por meu Pai”. A base da nossa vida de fé é o amor: ao Senhor e aos irmãos: “Se vos amardes uns aos outros, todos reconhecerão que sois meus discípulos” (13,35). Viver no amor, no amor autêntico, sem calculismos ou egoísmos, mas no amor que quer a felicidade do outro, no amor que se entrega, sem nada esperar, apesar dos nossos defeitos… garantiremos o amor de Jesus, um amor até às últimas consequências. Valerá a pena tentar!

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