quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Epifania do Senhor

«Viemos do Oriente adorar o Rei»

Epifania significa “manifestação”: não se trata de uma manifestação qualquer, de gente na rua, gritos e vozes de contrariedade, mas manifestação da luz do “sol de justiça que surge do alto”, de Cristo Senhor. Para alegria e plenitude de todos. O Natal de Jesus é o “descer à praça”, o descer até nós de Deus. A entrada no mundo de Deus para estar neste nosso mundo: manisfestar-se diante de nós como luz nova e verdadeira que nos convida a um caminhar iluminado pela sua presença e o seu projeto para nós. E a exemplo dos Magos, caminharmos ao encontro de Deus, porque para sermos crentes autênticos, devemos procurar a luz, caminhar ao encontro de Jesus Cristo que nos salva. A esta manifestação somos convidados nesta Epifania.
Pe. Tarcízio Morais, sdb

Evangelho (Mt 2, 1- 12) - «Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do Rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. “Onde está – perguntaram eles – o Rei dos Judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O”. Ao ouvir tal notícia, o Rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde havia de nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o Rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram em casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe os seus presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho».

«Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do Rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. “Onde está – perguntaram eles – o Rei dos Judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”».
Os Magos vieram do Oriente adorar o Menino Deus. Do Oriente (da distância) para a terra da promessa. Com um objetivo: demonstrar a origem divina de Jesus e o caráter salvífico da sua presença. “Onde está o Rei dos judeus?”, o Messias, o Prometido, o rei de Israel, o herdeiro do trono de David? Onde estiver é preciso ir adorá-Lo, porque é o nosso Deus entre nós.
O mistério de Jesus chega com os Magos ao coração de todos os homens. De longe, de muito longe, vieram adorá-Lo. Seguiram a sua luz e encontraram um menino envolto em panos. Esta luz revela o mistério de Deus aos gentios e a todos os que quiserem descobrir neste Menino a presença de Deus. E quem é este Menino Deus na tua vida? Como adoras a Sua presença? É a esperança de um mundo melhor: que é que isto significa para ti?

«Ao ouvir tal notícia, o Rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde havia de nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’».
A notícia de Deus incomoda a quem vive centrado sobre si mesmo, sobre os poderes deste mundo, sobre a realidade sem passado nem futuro. A promessa antiga anunciava a presença do Messias na continuidade da descendência de David. É por isso que o evangelista insiste em nomear com exatidão o lugar onde Jesus nasce e em confirmar com referência ao Antigo Testamento (Mq 5,2; Nm 24,17) que a sua presença na nossa história dá cumprimento às palavras dos profetas. E isso faz temer os senhores do tempo…
Pastor de Israel, povo de Deus. Messias da Promessa tornada verdade no tempo. História renovada para que a nossa história e as nossas histórias ganhem uma nova identidade em Cristo. De fato, o tempo mudou com a presença de Jesus. Em Belém da Judeia e no nosso coração. Na cidade de David e na nossa cidade. Num mundo novo e nosso mundo, para salvação de todos. Insistir nesta presença de Deus obriga-nos também a nós a um sentido novo. Para onde caminha a Belém da tua vida onde Deus nasce para ti?

«Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo».
Herodes procura “informações precisas” que sejam capazes de identificar o espaço e o lugar de hospedaria do seu “concorrente”. Quer também ele ir adorá-Lo… ironia das ironias: a sua adoração significa perseguição e desejo de morte. De fim. A negação deste nascimento por parte das autoridades políticas e religiosas do povo judeu contrasta com o gozo infinito dos Magos vindos de longe. Os seus, de fato, não o reconheceram…
A celebração da Epifania mostra ao mundo a grandeza e a vinculação de Deus a todos e a cada um de nós. Se os seus não O reconheceram, nós podemos descobri-Lo em tantas e tantas situações de luz e luz nova que a sua presença nos faz desvelar. Vindos do Oriente os Magos anunciam a profundidade da sua fé que os faz partir de longe para chegar perto do Menino Deus. Que estás disposto/a a dar de ti para que este Menino Deus te seja tão próximo que nada nem ninguém d’Ele te fará afastar?

«Ouvido o Rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram em casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-no».
Pôr-se a caminho é a atitude de quem espera e crê. Caminham à luz da estrela. Com grande alegria. Ao ver o Menino, prostrando-se, adoram-No. Seguindo os Magos, percorremos também nós o itinerário de quem procura sinceramente a Deus. Encontraremos também nós a Deus que nos precede e nos espera, como espera todas as gentes nos Magos, para que o adoremos. Com todas as gentes do mundo.
Na procura de Deus, é Ele quem nos espera. Seguindo a estrela, procurando recuperar a estrela de Deus sempre que desaparecia e vencer a desorientação que a sua ausência provocava, os Magos encontram o caminho para que encontrar a Deus vivo e presente no meio de nós. Agora é tempo de parar e adorar. Silêncio e contemplação. Encontremos, também nós, o Deus Menino. No silêncio do nosso tempo, sem ruídos. No tempo do nosso tempo.

«Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe os seus presentes: ouro, incenso e mirra».
O termo “magos” provém do grego “magoi” que significa matemático, astrônomo, astrólogo e sábio. Os reis magos, conhecedores dos astros. Na visita dos magos a Jesus, os Padres da Igreja veem simbolizado a realeza (ouro), a divindade (incenso) e a paixão de Cristo (mirra). Para que toda a humanidade inteira tenha acesso ao mistério de Deus.
Levam ao Menino dons precisos (ouro, incenso e mirra), mas a verdadeira preciosidade e o mais admirável tesouro encontraram-no diante dos seus olhos naquela pequena criança que vieram adorar. Quem é que não se reconhece nos desejos destes Magos? A sua história poderia ser a história de cada um de nós. Jesus cumulou-os dos seus dons: a sua vida em nós e a riqueza do seu amor. Que mais podemos desejar? Adoremos o Menino Deus que vem para nos salvar.

«E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho».
Terminada a manifestação e o encontro com o Deus Menino, regressam à sua terra “por outro caminho” porque em sonhos são avisados da intencionalidade de Herodes. Deus que se revela para se comunicar, torna-se agora motivo de comunicação a todas as gentes. Em Jerusalém os Magos encontram indiferença e os projetos de Herodes. Ontem como hoje, não é fácil o caminho da procura de Deus.
Apesar dos planos de Herodes, os Magos tornam-se anunciadores da luz verdadeira, do amor profundo e infinito de Deus. A luz de Deus que transforma a vida do crente porque o faz encontrar com a luz de Deus. É a essa luz que todos somos chamados: luz que ilumina os homens e as mulheres de hoje, homens e mulheres novos à luz de Deus e da sua verdade.

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