segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Ó Sabedoria - Primeira Antífona do Ó

As Antífonas do Ó são sete antífonas especiais, cantadas no Tempo do Advento, especialmente de 17 a 23 de dezembro antes e depois do Magnificat, na hora canônica das Vésperas. As Antífonas do Ó são assim chamadas porque tem início com esse vocativo.

As Antífonas do Ó foram compostas entre o século VII e o século VIII, sendo um compêndio de cristologia da antiga Igreja, um resumo expressivo do desejo de salvação, tanto de Israel no Antigo Testamento, como da Igreja no Novo Testamento. São orações curtas, dirigidas a Cristo, que resumem o espírito do Advento e do Natal. Expressam a admiração da Igreja diante do mistério de Deus feito Homem, buscando a compreensão cada vez mais profunda de seu mistério e a súplica final urgente: «Vem, não tardes mais!». Todas as sete antífonas são súplicas a Cristo, em cada dia, invocado com um título diferente, um título messiânico tomado do Antigo Testamento.

Uma curiosidade, se é que podemos chamar assim, sobre as Antifonas do Ó, é que pegando a primeira letra de cada uma (na versão original em latim) e invertermos a ordem (da sétima para a primeira) forma o acróstico ERO CRAS que significa "chegarei amanhã".

Hoje, 17 de dezembro, começo da preparação próxima ao Natal do Senhor (já que a preparação remota começou no I Domingo do Advento), apresentamos o texto da primeira das Antífonas do Ó:
Ó Sabedoria, que saístes da boca do Altíssimo,
atingindo de uma a outra extremidade
e tudo dispondo com força e suavidade,
vinde ensinar-nos o caminho da prudência.

Hoje, iniciamos a Semana Santa do Natal, saudando o Cristo com a primeira Antífona do Ó, que o evoca com o título de Sabedoria que sai da boca do Altíssimo. S. Paulo nos diz que o Cristo Crucificado é para nós cristãos a sabedoria de Deus (cf. 1Cor 1,24). Cristo é a Sabedoria do Altíssimo. Agora, nós cristãos sabemos que aquela Sabedoria criadora da qual fala o livro dos Provérbios é o próprio Jesus (Pr 8,22-31). Essa Sabedoria existe antes de todos os tempos; quando os céus e a terra foram criados, a Sabedoria ali estava presente. A sabedoria era o mestre-de-obras de Deus, sendo seu encanto todo o tempo Sua presença. É por isso que o Verbo de Deus, Aquele que vem habitar entre nós, tudo abarca, e seus sinais estão presentes na criação e no coração de todo homem. Todo o desejo do coração humano, toda a beleza são marcas dessa sabedoria de Deus na qual fomos criados.
Que a Sabedoria venha nesse Natal e no ensine o caminho da prudência, a viver nesse mundo com equilíbrio, justiça e piedade. Amém.
Henrique Albuquerque

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