sábado, 14 de dezembro de 2013

III Domingo do Advento

«És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?».

Jesus tinha começado a proclamar o reino de Deus com palavras (Mt 5-7) e através de obras (Mt 8-9). João, desde a prisão, ouviu falar das suas obras. Todos esperavam um Messias diferente, guerreiro, capaz de libertar, definitivamente, Israel dos seus inimigos. Porém, Jesus, liberta o povo, sim, mas das suas enfermidades e dos seus pecados. As reações não foram todas iguais. Alguns ficaram desconcertados e escandalizados. Na segunda parte do evangelho, Jesus faz referência à escritura para elogiar João Baptista como um grande profeta, o mensageiro por excelência do Messias.

Evangelho Mt 11,2-11 - Naquele tempo, João Batista ouviu falar, na prisão, das obras de Cristo e mandou-lhe dizer pelos discípulos: «És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?». Jesus respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres. E bem-aventurado aquele que não encontrar em mim motivo de escândalo». Quando os mensageiros partiram, Jesus começou a falar de João às multidões: «Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento? Então que fostes ver? Um homem vestido com roupas delicadas? Mas aqueles que usam roupas delicadas encontram-se nos palácios dos reis. Que fostes ver então? Um profeta? Sim – Eu vo-lo digo – e mais que profeta. É dele que está escrito: ‘Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, para te preparar o caminho’. Em verdade vos digo: Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista. Mas o menor no reino dos Céus é maior do que ele».

Naquele tempo, João Batista ouviu falar, na prisão, das obras de Cristo e mandou-lhe dizer pelos discípulos: «És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?»
 Jesus tinha começado a proclamar o reino através de palavras (Mt 5-7) e de obras concretas (Mt 8-9). Estas obras de Jesus provocaram reações. Também João, que estava na prisão, ouviu falar delas. Há tanto tempo se esperava o Messias… forte, guerreiro, com a espada na mão, para aniquilar de vez os inimigos de Israel, tornando-o numa nação próspera. Porém, as obras de Jesus, não passaram por reunir um exército de armas, nem salvar o povo dos inimigos pagãos; as obras de Jesus trouxeram salvação, sim, mas aos “últimos”, aos pecadores, aos sem voz (Cfr. Mt 8-9): curou um leproso, o servo de um pagão, uma mulher… Que Messias é este? Não nos teremos enganado? Não será melhor esperar outro que satisfaça as nossas expectativas e se preocupe menos com os outros?

Jesus respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres. E bem-aventurado aquele que não encontrar em mim motivo de escândalo».
 A pergunta de João Batista “obriga” Jesus a dissipar as dúvidas sobre a sua missão; as suas obras falam por si. As obras que Jesus aqui elenca, estão já descritas no profeta Isaías, como as obras do Messias que havia de vir. Os discípulos de João, como nós que tantas vezes duvidamos, podemos “ver” e “ouvir” que, através das obras de Jesus, Deus estava nele. É Ele o Messias esperado, que vem implementar o “Reino” de Deus: um reino de justiça para os mais desatendidos pelos homens; um reino de proximidade de Deus aos “últimos” a quem estava vedado o acesso ao templo e a Deus; um reino de perdão a quem era facilmente rotulado de pecador.

Quando os mensageiros partiram, Jesus começou a falar de João às multidões: «Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento? Então que fostes ver? Um homem vestido com roupas delicadas? Mas aqueles que usam roupas delicadas encontram-se nos palácios dos reis.
 João tinha já falado de Jesus às multidões (3,11-14); agora é Jesus que fala dele. João está na prisão, já não sairá dela, terminou a sua missão. E Jesus elogia este homem. João não foi uma cana agitada por qualquer vento, hesitante, duvidoso; pelo contrário, assumiu até às últimas consequências, firme, sem hesitações, o seu papel de percursor, apelando à conversão, alertando para a proximidade do reino; não foi uma cana agitada pelos ventos que mais lhe convinham, nem se acomodou em confortos palacianos mas, pelo contrário, apelou à penitência, com a voz e com o exemplo de toda uma vida. Para quem sabia próximo o reino de Deus, tudo o resto lhe sobrava.

Que fostes ver então? Um profeta? Sim – Eu vo-lo digo – e mais que profeta. É dele que está escrito: ‘Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, para te preparar o caminho’.
 Nesta terceira pergunta, Jesus clarifica o papel de João: ele é um profeta, o precursor, o mensageiro que lhe prepara o caminho, como Messias. Que honra, que privilégio! Não espera de nós, Jesus, a mesma missão? A nossa missão, como discípulos de Jesus é, precisamente, sermos os mensageiros que preparam os seus caminhos. Há vidas, há corações tristes, desamparados, à espera dos “mensageiros” que preparem o caminho para a chegada de Jesus a essas vidas e a esses corações. É isso o que muitos esperam “ver” em nós. Nãos os defraudemos.

Em verdade vos digo: Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista.
 João viveu uma vida de penitência forte, foi firme na sua missão de mensageiro do Messias, mas não podia ter recebido um elogio maior, do próprio Jesus. É maior que Abraão, Moisés e Elias. Em João conflui toda a história de salvação anterior. Os seus olhos viram, os seus ouvidos escutaram, as suas mãos tocaram o que outros desejaram, sonharam e anunciaram. A missão de João, não foi alimentada pelo seu êxito pessoal, para ser reconhecido, mas foi alimentada pela espera ativa, intensa, “maior”, do Messias; e assim, foi reconhecido, como o maior aos olhos de Jesus.

Mas o menor no reino dos Céus é maior do que ele».
 Os discípulos de Jesus que, através das suas palavras e das suas obras, forem reflexo do Emanuel, Deus conosco, rostos do amor de Deus aos “últimos”, aos pecadores, aos marginalizados, serão considerados “maiores”. Viver segundo a justiça do reino de Deus, ‘justiça maior que a dos escribas e fariseus’, reconhecer em Jesus o Messias, apesar de pobre e desarmado, torna-nos grandes aos olhos de Deus; pois, as nossas maiores dificuldades são, precisamente, “ver”, sem duvidar, as obras de Jesus e “ouvir” as suas palavras, de modo vinculativo. Quem duvida, quem não “vê” e não “ouve” será o “menor”. Viver, pelo contrário, segundo os critérios do reino, torna-nos “maiores”, porque convertidos a Deus e ao irmão.

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