sábado, 2 de novembro de 2013

«Só existe uma tristeza na vida, a de não ser santo»

Este é o dia, em que renovamos e professamos, com particular sentido e alegria, a nossa fé, dizendo: “Creio na Igreja santa”! Na verdade, a santidade é uma caraterística presente, desde o início, na consciência dos primeiros cristãos, que se chamavam simplesmente «os santos» (cf. At 9, 13.32.41; Rom 8, 27; 1 Cor 6, 1), pois tinham a certeza de que a Igreja é obra do Deus Santo!

1. Mas cabe-nos perguntar: em que sentido a Igreja é santa, se vemos que a Igreja, no seu caminho, ao longo dos séculos, enfrentou tantos momentos obscuros? Como pode ser santa uma Igreja feita de seres humanos, pecadores? Para responder a esta pergunta, escutemos o Apóstolo Paulo, quando nos diz que «Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, para a santificar» (Ef. 5, 25-26). E isto significa que a Igreja é santa, porque procede de Deus que é santo, de Deus que lhe é fiel e não abandona a sua Igreja ao poder da morte e do mal (cf. Mt16, 18). É santa, porque Jesus Cristo, o Santo de Deus (cf. Mc 1, 24), se une a ela de modo indissolúvel (cf. Mt 28, 20); é santa, porque se deixa guiar pelo Espírito Santo que purifica, transforma e renova. A Igreja não é santa pelos nossos méritos, mas porque Deus a torna santa, é fruto do Espírito Santo e dos seus dons. Não somos nós que a santificamos. É Deus, que, no seu amor, santifica a Igreja.

2. Na história da Igreja, houve, muitas vezes, a tentação de alguns que afirmavam: a Igreja é só a Igreja dos puros, daqueles que são totalmente coerentes, e os outros devem ser afastados. Isto é uma heresia! A Igreja, que é santa, não rejeita os pecadores; não afasta nenhum de nós; porque chama e acolhe todos, está aberta também aos distantes, chama todos a deixar-se abraçar pela misericórdia, pela ternura e pelo perdão do Pai, que oferece a todos a possibilidade de o encontrar, de caminhar rumo à santidade. «Mas Padre, eu sou um pecador, cometi grandes pecados, como posso sentir-me parte da Igreja?». Amado irmão, querida irmã, é precisamente isto que o Senhor deseja, que tu lhe digas: «Senhor, eis-me aqui com os meus pecados!». Algum de vós está aqui sem os próprios pecados? Ninguém! Nenhum de nós!

3. O Senhor quer que façamos parte de uma Igreja que sabe abrir os braços para abraçar todos, que não é a casa de poucos mas de todos, onde todos podem ser renovados, transformados e santificados pelo seu amor: os mais fortes e os mais fracos, os pecadores, os indiferentes, quantos se sentem desanimados e perdidos. A Igreja oferece a todos a possibilidade de percorrer o caminho da santidade, que é a vereda do cristão: faz-nos encontrar Jesus Cristo nos Sacramentos, especialmente na Confissão e na Eucaristia. Então, interroguemo-nos: deixamo-nos santificar? Somos uma Igreja que chama e recebe de braços abertos os pecadores, que incute coragem e esperança, ou somos uma Igreja fechada em si mesma?!

4. Uma última pergunta: o que posso fazer eu, que me sinto débil, frágil, pecador? Deus diz-te: não tenhas medo da santidade, não tenhas medo de apostar alto, de te deixares amar e purificar por Deus, não tenhas receio de te deixares guiar pelo Espírito Santo. Deixemo-nos contagiar pela santidade de Deus. Cada cristão é chamado à santidade (cf LG, 39-42); e a santidade não consiste antes de tudo em fazer coisas extraordinárias, mas em deixar Deus agir.

5. Há uma frase célebre do escritor francês Léon Bloy; nos últimos momentos da sua vida, ele dizia: «Só existe uma tristeza na vida, a de não ser santo». Não percamos a esperança na santidade, percorramos todos este caminho. Queremos ser santos? O Senhor espera-nos a todos de braços abertos; espera-nos para nos acompanhar, ao longo deste caminho da santidade! Vamos adiante, com alegria!

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