sábado, 18 de maio de 2013

Domingo de Pentecostes

As orações do Mês de Maria estão na pasta de Informações e Orações.
«O Espírito Santo vos ensinará tudo»

No Domingo de Pentecostes celebramos o grande dom da Páscoa, o dom do Espírito Santo. O que celebramos e vivemos nas últimas sete semanas tem, agora, o seu ponto culminante. O anúncio da ressurreição de Cristo continua a ser aquilo que é mais importante que deve ser recebido por cada um como dom. A Igreja foi constituída com a vinda do Espírito Santo; cada um de nós pode acolhê-lo pela fé; os cristãos estão no mundo, fortalecidos pelo Paráclito: tudo isto é dom. A Liturgia da Palavra desta Solenidade deixa à escolha dois textos do Evangelho segundo São João (Jo 20, 19-23 ou Jo 14, 15-16. 23a-26). Faremos a “leitura orante” do segundo texto, que nos apresenta três motivos de consolação muito fortes: a promessa da vinda do Consolador; a vinda do Pai e do Filho na alma do discípulo que acredita; a presença de um mestre, que é o Espírito Santo, mediante o qual o ensinamento de Jesus não cessará.

Pe. Sílvio Faraia sdb

Evangelho segundo S. João (Jo 14, 15-16. 23a-26) - «Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco. Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai, que Me enviou. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse».

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos.

Jesus, no contexto de uma religiosidade cada vez mais associada com o cumprimento (frio e formal) de um conjunto de preceitos, revela que a observância dos mandamentos não é tanto uma questão de esforço humano, mas fruto suave, que brota do amor do discípulo para com Ele.
A minha relação com o Senhor Jesus é uma relação de amor, ou nem por isso? Há no meu coração espaço para Ele? Onde está o amor na minha vida? Considero a minha rede de relações e de amizades deixo-me questionar: o que é que me está a impedir de viver como autêntico discípulo de Jesus? Jesus deixou-nos a sua Palavra de vida. Que significa para mim “guardar” os mandamentos de Jesus?

E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco.

O Espírito é o sinal de que Jesus não nos deixa sozinhos, mas fica conosco através do dom do “outro Paráclito”. Jesus, o primeiro Paráclito, o companheiro-consolador da nossa vida, sumo e eterno sacerdote, pede ao Pai para cada um de nós o dom do Espírito Santo.   
O nome de Paráclito (vocábulo grego que a tradição cristã preferiu não traduzir) implica o fato de que o Espírito não seja apenas uma força divina, mas tenha um caráter pessoal: somente uma pessoa pode consolar, assistir, defender. Sou capaz de reconhecer que enquanto estou no mundo, sou confortado pela presença do Espírito Santo, que não é apenas (mais) uma consolação mas é uma Pessoa viva? Acredito que o Espírito Santo permance para sempre e vive comigo?

Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará;

Jesus recorda novamente que o amor e o cumprimento dos mandamentos são duas realidades vitais essencialmente conexas entre elas, que têm o poder de introduzir o discípulo na vida mística, isto é, na experiência de comunhão imediata e pessoal com Jesus e com o Pai.
Só aquele que ama será capaz de viver a Palavra de Jesus e de acolher a sua manifestação espiritual e interior. E quem cumpre esta Palavra (=os mandamentos) será amado por ele e pelo Pai: ele habitará no seu coração juntamente com o Pai e o Espírito. Sou consciente de que em mim (deseja) habita(r) a Santíssima Trindade? Para que tal aconteça, estou disposto a amar Jesus e cumprir a sua Palavra?

Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada.

Jesus com o Pai constrói a sua casa em nós; faz de nós, da nossa existência, de todo o nosso ser, a sua morada.
O Senhor está à porta e chama… Ele propõe-me passar a ser a sua casa, o lugar da sua intimidade. Jesus é feliz de unir-se a mim numa amizade assim tão especial. Mas eu, estou mesmo disponível? Espero a sua visita, a sua entrada na minha existência mais intima, mais pessoal? Já o sentes chamar à porta do teu coração?
Jesus afirma uma coisa muito importante: há uma diferença substancial entre as coisas que Ele disse enquanto estava junto dos seus discípulos e as coisas que dirá depois quando, graças ao Espírito, Ele estará dentro deles. Antes, a compreensão era unicamente limitada, porque a relação com Ele era externa: a Palavra vinha de fora e chegava aos ouvidos, mas não era pronunciada desde dentro. Depois a compreensão será total.

Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai, que Me enviou.

O amor por Jesus não é um simples sentimento, mas uma vida fiel à sua palavra, que é em definitiva a palavra do Pai.
A Palavra de Deus é um tesouro muito precioso; é uma semente de vida, que vem semeada no meu coração; mas eu que atenção dou a essa semente? Empenho-me a defendê-la dos mil inimigos e perigos que a assaltam: os pássaros, o calor, os espinhos, o maligno? Sei levar comigo, cada manhã, uma Palavra do Senhor para recordá-la durante todo o dia e fazer dela a minha luz secreta, a minha força, o meu alimento?

Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse».

Jesus afirma que existe uma diferença substancial entre as coisas que disse enquanto estava com junto dos seus discípulos e as coisas que dirá depois, por intermédio do Espírito. Jesus revela-nos o Espírito Santo qual mestre, que ensina não a partir do externo, mas a partir de dentro de nós. Ele reavivará as Palavras de Jesus e as fará compreender em toda a sua profundidade.
O Espírito Santo, dom pascal por excelência, é o Mestre, aquele que abre o caminho ao verdadeiro conhecimento de Deus e da sua vontade. Na sua escola vai-se não para obter um diploma de sabedoria humana (e muito menos científica), mas para deixar-se guiar para a Verdade completa. Como posso entrar e crescer na relação com o Espírito Santo?

Algumas perguntas

Se me amais. A minha relação com o Senhor é ou não uma relação de amor? Há no meu coração espaço para Ele? Olho para dentro de mim e pergunto: “Onde está o amor da minha vida? Existe?”. Se me dou conta de que dentro de mim não existe o amor, ou há pouco, tento perguntar a mim mesmo: “O que é que me bloqueia, o que é que faz com que o meu coração esteja fechado, prisioneiro, com tanta tristeza e solidão?”.
   Observareis os meus mandamentos. Sai-me ao encontro o verbo observar, com toda a carga dos seus muitos significados: olhar bem, proteger, prestar atenção, não atirar fora, reservar e preservar, manter com cuidado, com amor, etc. Vivo iluminado por estas atitudes a minha relação de discípulo, de cristão, com a Palavra e os mandamentos que Jesus nos deixou para a nossa felicidade?
    Ele vos dará outro Consolador. Quantas vezes fui à procura de alguém que me consolasse, se preocupasse comigo, que me mostrasse afeto ou prestasse atenção. Estou convencido que a verdadeira consolação vem do Senhor? Ou confio mais nas consolações que vou encontrando, que mendigo aqui e ali, que recolho como migalhas, sem que fique verdadeiramente saciado?
    Faremos nele a nossa morada. O Senhor está à porta, chama e espera; não força e não constrange. Ele diz “Se queres...”. Convida-me a ser sua casa, o lugar do seu repouso, da sua intimidade; Jesus está pronto, é feliz por me encontrar, por unir-se a mim numa amizade de todo especial. Mas estou pronto? Espero a visita, a vinda, a entrada de Jesus na minha existência mais íntima e pessoal? Há lugar para Ele na minha casa?
   Ele vos recordará tudo o que vos disse. O verbo “recordar” leva em si outra realidade muito importante, essencial, diria. Sou provocado, examinado pela Escritura. Onde aplico a minha memória? O que procuro reter na mente, fazer viver no meu mundo interior? A Palavra do Senhor é um tesouro muito precioso, uma semente de vida semeada no meu coração. Presto atenção a esta semente? Sei defendê-la dos inúmeros inimigos e perigos que a assaltam: os pássaros, o calor, as pedras, os espinhos, o maligno? Em cada manhã levo comigo uma Palavra do Senhor para recordá-la durante o dia e fazer dela uma luz secreta, a minha força e o meu alimento?

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