domingo, 16 de dezembro de 2012

Antífonas do Ó



por Frei José Carlos Lopes Almeida, OP



A sete dias da noite de Natal a Igreja apela fervorosa a vinda do seu Senhor e Salvador com antífonas próprias para o Magnificat.



São as Antífonas do Ó, que desde o século VI marcam cada dia da semana que nos separa do Natal e que se iniciam com essa letra que assinala a admiração e a expectativa.



A celebração da festa da Expectação de Nossa Senhora, ou da Senhora do Ó, cuja devoção encontramos presente em diversos locais, dava início a esta semana. Hoje já não celebramos esta festa mas as antífonas são ainda cantadas no Oficio litúrgico de Vésperas, dando desta forma uma caminhada muito particular a estes dias prévios ao nascimento do Menino.



No seu conjunto, bem como individualmente, estas exuberantes antífonas recordam os traços característicos do Messias. Partindo de Deus, da sabedoria incriada, atravessando os séculos e a história da promessa, terminam no presépio de Belém onde repousa humildemente o Emanuel.



Cantando ou rezando seguimos o percurso da Promessa, descemos do Paraíso, passando pelos Patriarcas e os reis de Judá, para chegar até à doce e humilde serva, a filha de Sião, a Virgem Maria que adora de joelhos o menino como seu Deus e o estreita nos braços como seu filho.



Caminhemos juntos, colocando nos nossos lábios as palavras que podem de uma forma penetrante iluminar a nossa espera como iluminou e suavizou a espera de Maria.


Antífona do Ó do dia 17 de Dezembro
Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Ó Sabedoria que saístes da boca do Altíssimo, (1)  
Atingindo de uma a outra extremidade
e tudo dispondo com força e suavidade: (2)
Vinde ensinar-nos o caminho da prudência! (3)


Referências Bíblicas:



(1) Saí da boca do Altíssimo, diz a Sabedoria, como a neblina cobri a terra... Então o criador de todas as coisas deu-me uma ordem. Ele me disse: “Instala-te em Jacó, em Israel terás a tua herança” (Eclo 24,3. 8).



(2) (A sabedoria) alcança com vigor de um extremo ao outro e governa o universo retamente (Sb 8,1 e todo o Sb 7).



(3) Quem ensinaria a Deus o caminho do julgamento prudente e sábio? (Is 40,14) e Dá, pois, a teu servo um coração que escuta para governar o teu povo e para discernir entre o bem e o mal. (1 Rs3, 9).



Esta antífona é dirigida ao Filho. É a Palavra (o Verbo – Jo 1,1) que sai da boca do Pai, apresentando-nos a origem de Jesus Cristo. Somos convidados a contemplar o que professamos no Símbolo Niceno-Constantinopolitano: Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai.



Com Cristo-Sabedoria se cumpre a palavra do salmista: Vós lhes destes poder sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes (Sl 8,7). Este poder, com a força que vem do alto, será necessário a Cristo para vencer o combate que acontecerá entre a luz e as trevas, com a encarnação do Filho de Deus.



O ‘Vinde’ é a única oração que vale! (Ap 22,20). É o grito de toda a humanidade sedenta do paraíso perdido. Só o Messias, Emanuel, pode nos ensinar o caminho da prudência, tomado num clima de inocência, de pureza, em que cada um realiza o que o Senhor lhe pede.

LEIA, ABAIXO A LECTIO DIVINA DO DIA 17 DE DEZEMBRO

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