sábado, 9 de junho de 2012


LECIO DIVINA DO X DOMNGO DO TEMPO COMUM

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
     Naquele tempo, Jesus chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta gente,de modo que nem sequer podiam comer.Ao saberem disto, os parentes de Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «está fora de Si». Os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está possesso de Belzebu, e ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Mas Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás?» Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode aguentar-se. E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode aguentar-se. Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode subsistir: está perdido. Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa. Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e blasfémias que tiverem proferido; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de pecado eterno». Referia-se aos que diziam: «Está possesso dum espírito impuro». Entretanto, chegaram sua Mãe e seus irmãos, que, ficando fora, mandaram-n’O chamar. A multidão estava sentada em volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura». Mas Jesus respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?» E, olhando para aqueles que estavam à sua vota, disse: «Eis minha Mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».

BREVE COMENTÁRIO E INTERPELAÇÕES
Jesus continua a percorrer o espaço geográfico da Galileia e a cumprir a sua missão de anunciar o “Reino”. Começa, no entanto, a crescer a onda de contestação à sua pregação. Tomando como pretexto alguns casos particulares cada vez mais insignificantes, os líderes judaicos manifestam a sua firme oposição à novidade do “Reino”. As polêmicas e controvérsias marcam esta fase da caminhada de Jesus.
De uma forma geral, Marcos narra as controvérsias seguindo um esquema fixo e sempre igual: começa com a apresentação da questão, continua com a discussão e termina com um “dito” final de Jesus. Este “dito” não oferece a mera solução do “caso” em questão, mas é sempre uma auto-revelação de Jesus, de importância decisiva para a comunidade cristã do tempo de Marcos e de todos os tempos.
Toda a cena se passa numa “casa”. Que casa é essa? É uma casa onde Jesus está a pregar a Palavra e é uma casa onde «de novo acorreu tanta gente, de modo que nem sequer podiam comer». É também uma casa onde estão sentados/instalados alguns especialistas da Lei (escribas). A “casa” onde Jesus prega, onde se congrega a comunidade judaica e onde há escribas instalados, poderia ser uma figura da sinagoga, entendida como assembleia do Povo de Deus. O fato de se referir que a “casa” em questão estava situada na cidade de Cafarnaum (o centro a partir do qual irradia a atividade de Jesus na Galileia) poderia indicar que Marcos está a falar da comunidade judaica da Galileia, em cujas sinagogas Jesus acabou de passar (cf. Mc 1,39), anunciando a Boa Nova do Reino. Em qualquer caso, a “casa” representa essa comunidade judaica a quem Jesus dirige a pregação do “Reino”.
A mensagem evangélica de hoje apresenta três diálogos de Jesus: dois com os seus familiares, no princípio e no fim, outro com os escribas, no meio
Fiquemo-nos pelos familiares de Jesus. Diz-se que vão a Cafarnaum para levar Jesus desta casa onde está para a sua casa em Nazaré. Muitas são as razões: muito tempo fora da família, notícias contraditórias sobre a sua atividade, mensagem em contraste com a doutrina oficial dos escribas e fariseus, contato com os pecadores de quem é amigo, não seguimento da tradição dos antigos nem respeito pelo sábado; enfim, Jesus é considerado louco e herético. A intenção principal é reconduzi-lo ao caminho recto de um autêntico judeu.
Há os que ficam de fora e os que estão dentro. Imagem actualíssima para nós hoje. Podemos andar por fora, arredios, ficar à porta, até nos chamarmos “católicos não praticantes”. Que significa isso? Faz sentido? Ou se é ou não se é. Aí está de novo a radicalidade da opção por Jesus. Ou ficamos fora, ou estamos dentro da casa, unidos a Jesus, a escutá-lo e a segui-lo com todo o nosso ser, com todo o nosso coração.
Em outubro próximo inicia-se a celebração do Ano Fé, anunciado há meses por Bento XVI através de um breve mas belíssimo documento. Aí está: ou entramos na porta da casa, na Porta da Fé, e continuamos o caminho apenas com Jesus como único nas nossas vidas, ou ficamos à porta ou a espreitar pelas janelas, continuando a apanhar ou a soprar outros ventos que não nos centram em Jesus.
Na caminhada da fé, cada um é livre de optar pela família que quiser: ou ficar pelas famílias que dispersam do sentido da vida, ou permanecer na única família de Jesus, de «quem quiser fazer a vontade de Deus».
O Senhor, pois, nos ensina também que segui-Lo nos leva a compartilhar a Sua vida até tal ponto de intimidade que consistiu um vínculo mais forte que o familiar.
A verdadeira família de Jesus é formada pelos que estão ao redor dele e que fazem a vontade de Deus.
Maria era mãe duplamente: porque gerou Jesus e porque mais do que ninguém soube fazer sempre a vontade de Deus.

LEIA, ABAIXO, A MEDITAÇÃO DO 10º DIA DO MÊS DO CORAÇÃO DE JESUS

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