terça-feira, 12 de junho de 2012


MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Décimo terceiro dia
Os quatro desejos do Sagrado Coração de Jesus

     Há quatro chamas vivas que ardem continuamente no Coração de Jesus.
A primeira é o desejo que testemunhou a seus Apóstolos no dia da ceia, dizendo-lhes as seguintes palavras: "Desejo extremamente comer esta Páscoa convosco antes de padecer" (Lc 22,25). O que nos mostra com que ardor devemos aproximar-nos da Sagrada Mesa para receber o Pão celestial, que nunca receberemos com tanto desejo como Ele teve de no-lo dar. Porquanto parece que este adorável mistério era o centro de suas ações e que, tendo-o concluído, julgou haver tão venturosamente terminado o curso de sua vida que, depois desta grande obra-prima de amor, nada mais lhe restava a fazer, do que padecer e morrer por nós.
Eis o segundo desejo, cujo ardor este Coração insaciável em seus testemunhos de amor aos homens manifestou quando disse: "Eu devo ser batizado com um batismo; ah! muito me agrada que se realize" (Lc 12,59). O que era este batismo senão um batismo de sangue?
O Coração de Jesus considerava a Cruz como o altar no qual devia consumar o sacrifício de propiciação pelo resgate do mundo; eis porque suspirava por ela e a desejava com ânsia.
O ardor que o impeliu a sofrer, era efeito do terceiro desejo ainda mais violento do que aquela sede abrasadora da salvação das almas, que o fez dizer no extremo de suas dores: "Sitio, tenho sede!" Ó Coração de Jesus! que sede abrasadora é esta que vos devora e faz desfalecer? Inflama-me o desejo de vossa salvação, de vosso repouso, de vossa santificação e eterna felicidade.
O quarto, porém, e o maior de todos os seus desejos era glorificar seu Pai e fazê-lO reinar pelo amor no coração dos homens. "Eu vim trazer fogo à terra, e o que desejo senão que se acenda?" (Lc, 12,49).
"Eis quais eram os santos ardores do Coração de Jesus; eis o exemplo que seguiram todos os Santos, eis o fogo que aquece, queima e incendeia o Coração dele" (Nouet.) Vão à Sagrada Comunhão com indizível fome, como Santa Catarina de Gênova, que vendo a Santa Hóstia nas mãos do Sacerdote, exclamava: "Depressa, depressa, trazei-me o pão da vida!" Desejam sofrer, para serem semelhantes a Cristo. Santo André, avistando a cruz que lhe era destinada, exclamava transportado de alegria: "Ó boa cruz, há tanto tempo desejada, tão ternamente amada; cruz procurada sem descanso, e agora enfim preparada para os fervorosos anelos de minha alma, eu te saúdo!" Somente a glória de Deus lhes interessa, e para promovê-la se esquecem de si próprios, tomando por máxima a divisa de Santo Inácio: "para a maior glória de Deus".
O zelo da salvação das almas a tal ponto os instiga que à vista das penas e trabalhos que hão de sofrer, em lugar de desanimarem exclamam, como São Francisco Xavier: "Ainda mais, Senhor, mais ainda!" Ou como uma grande alma do século XIX: "Oh! como é triste ver tantas almas resgatadas pelo sangue de Deus precipitarem-se no inferno rindo-se, como loucos que saltam do alto de elevada torre! Para dizer a verdade, para mim outra pena não existe, depois da dos próprios pecados".
Quão longe estamos destes generosos sentimentos! Quão pouco fervor temos pela Santa Comunhão, quão pesada nos parece a Cruz! Quão pouco nos interessa a salvação de nossos irmãos e a glória de Deus! Ó Coração de Jesus! Quanto amor me tendes, e quão frio é para Vós meu coração!Mudai-o, Vós o quereis e o podeis.

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