domingo, 6 de maio de 2012

MES DE MARIA

MEDITAÇÃO – 7º dia
Capítulo 7 - UNIDADE ORGÂNICA DA VIDA MARIANA
A vida contemplativa se exerce ou contemplando a Deus somente, ou a divindade e humanidade, enquanto estão unidas na pessoa de Cristo. Assim também a vida mariana se exerce, contemplando Deus e Maria, unidos “misticamente” na pessoa de Maria. Como esta contemplação influencia e forma a vida espiritual.
Existe uma vida de contemplação pura, tendo como objeto apenas a essência simples de Deus ou algo inteiramente Divino, por exemplo, a Santíssima Trindade ou os nomes, atributos e perfeições divinas. Existe outro tipo de vida de contemplação, cujo objeto é Cristo, Deus e homem: Cristo que é Deus, que assumiu a natureza humana, ou que é pessoa divina unida com a humanidade. Além da vida de contemplação, que tem como objeto Deus e Cristo, que é Deus e homem, existe ainda uma vida de contemplação de Deus em Maria e de Maria em Deus; uma vida contemplativa que tem ambos como objetos inseparáveis e se orienta amorosamente para os dois, que estão unidos de um modo especial. Esta contemplação, que tem como objeto Deus em Maria e Maria em Deus, difere da contemplação, que tem como objeto Cristo em sua divindade e humanidade tão unidas de modo íntimo e pessoal. Mas a união de Deus e Maria forma em certo sentido uma união íntima pela graça e é uma união muita mais elevada do que qualquer união de Deus com a criatura, por mais nobre que seja. Maria está unida com Deus na sua qualidade de Mãe e como tal Ela pode, em certo sentido, ser contemplada como unida com o seu Deus-Filho, de quem Ela é Mãe; Ela não pode ser vista amada e honrada separada do Divino Filho. Assim Maria é contemplada por algumas almas piedosas, quer dizer, como unida em Deus e com Deus sem intermediário. Estas almas parecem ter sempre diante dos olhos esta Mãe Amável unida com Deus e demonstrar-lhe os sinais do seu amor e carinho. Desfalecendo-se em si mesmas, ficam amorosamente, com uma unção especial, absorvidas n’Ela e simultaneamente em Deus. Então, elas parecem, pode-se dizer acolhidas e assumidas no seu coração puríssimo, carinhoso e ardentemente amoroso, ou no seu seio. Por causa da ternura do amor puríssimo por Ela e ao mesmo tempo por Deus elas desfalecem como fora de si. Uma vez tendo entrado num estado de pura contemplação, despojamento e paz, orientado para a Essência simples de Deus e absorvido interiormente na contemplação, amor e gozo desta Essência simplíssima, o espírito, às vezes, se sente atraído ao mesmo tempo para contemplar a nossa Mãe Amável, para amá-la e dar-Lhe sinais de amor e deleitar-se com Ela suavemente. Numa palavra: entreter-se carinhosamente com Ela, que está intimamente unida com Deus. Assim, a alma, que ama com o mesmo amor e gozo a Deus, ama simultaneamente a nossa amável Mãe, como se Ela fosse uma só com Deus. Assim Deus e Maria parecem um único objeto de amor e deleite para a alma, que contempla os dois como um só. Tal é, mais ou menos, o modo pelo qual a alma piedosa contempla a humanidade de Cristo unida com a Divindade; assim ela tem como um só objeto de contemplação as duas naturezas unidas numa pessoa só. Do mesmo modo a alma contempla e ama, então, Jesus e Maria como Mãe e Filho estreitamente ligados. Assim acontece com pessoas diferentes, mas que são entre si inseparáveis e que não podem ser conhecidas nem amadas uma sem a outra.

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