sexta-feira, 2 de março de 2012

M E D I T A Ç Õ E S    Q U A R E S M A I S
O SERVO SOFREDOR - A história da paixão de Cristo XI

 Deixai, basta.

     Então, Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita; e o nome do servo era Malco.  Mas Jesus disse a Pedro: Mete a espada na bainha; não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu? (João 18.10-11)
     Mas Jesus acudiu, dizendo: Deixai, basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou (Lucas 22.50,51).

     Quando Jesus disse: Sou eu! Os inimigos caírem por terra. Isso parece ter encorajado a Pedro. Jesus deixou que se levantassem novamente. Ainda não era hora do julgamento.  Jesus deu-lhes a ordem: Se é a mim que buscais, deixai ir estes. Então os soldados avançaram para prendê-lo. Os discípulos se entreolharam e perguntaram a Jesus: Senhor, feriremos à espada? Pedro como sempre, não esperou a resposta e passou a ação. Em fervente entusiasmo por Jesus, puxou da espada e feriu um dos servos do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. Imediatamente Jesus intervém e diz a Pedro: Embainha a tua espada, pois quem com a espada fere, com a espada será ferido. O que estava errado? Pedro agiu por amor a Jesus. Mas ele não havia esperado a resposta de Jesus. Esquecera-se de quem era filho, daquele que dissera: Amai os vossos inimigos (Marcos 5.44). Não tornei a ninguém mal por mal (Romanos 12.17). Esqueceu-se de que Jesus tinha dito que tudo isso deveria acontecer para que se cumprisse a Escritura. Esqueceu-se de que Jesus tinha dito: Acaso pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpriram as Escrituras, segundo as quais assim deve suceder (Mateus 26.63).
     Quantas vezes cristãos agem como Pedro? Num zelo e entusiasmo carnal avançam sem a ordem nem a promessa de Deus. Temos hoje muitos que tomam uma e outra palavra de Deus, para fora do seu contexto e do todo da Bíblia e julgam poderem dar ordens a Deus para curar, para empreendimentos grandiosos que fracassam e levam muitos ao desespero.
     O apóstolo Pedro, repreendido por Jesus, embainhou sua espada. Jesus se inclinou para a terra, juntou a orelha decepada e curou o servo, cujo nome era Malco. Este foi o último milagre de Jesus antes de sua morte. Os inimigos e contemplaram admirados. Jesus lhes disse: Saístes com espadas e porretes como para deter um salteador?  Diariamente, estando eu convosco no templo, não pusestes as mãos sobre mim. Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas. Palavras opostas: Salteador e templo. Não, não, Jesus não era um salteador. Ele ensinou publicamente durante três anos em toda a Palestina, revelando seu amor às pessoas. Mas, agora é tratado como salteador. Quanta incompreensão, cegueira e ingratidão.  Esta ingratidão Jesus colhe diariamente, ainda hoje, não só dos inimigos, mas, infelizmente, também de todos nós, de sua igreja.
     Parece incrível. Os principais sacerdotes, os anciãos do povo, que são os representantes de Deus, que lidavam com a Bíblia, diariamente, estão sob o poder das trevas, a serviço das trevas. Eles, que deveriam estar a serviço da luz e se orgulhavam dizendo: Somos filhos de Abraão (Lc 3.8). Que cegueira. Eles que deveriam receber Jesus de braços abertos, estão prendendo e condenando o Filho de Deus à morte. Terrível.
     Em sua presciência, Deus previu tudo. Tudo foi escrito para advertência, para que ninguém pudesse se desculpar, dizendo: Eu não sabia. Os fariseus o sabiam. Por isso temia Jesus. Por isso, as espadas, cacetes, tochas. É o poder das trevas.
     Jesus lhes estende voluntariamente as mãos. E eles não receiam em amarrá-lo. Amarar as mãos que há pouco ainda curaram milagrosamente a orelha decepada. Eles não querem o Salvador. Bem afirma o Salmo: Os reis da terra se levantaram, e os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas (Salmo 2.2).  Voluntariamente Jesus estende suas mãos e se entrega para ser amarrado, a fim de nos libertar desses laços das trevas. E ele os rompeu todos. Nós podemos jubilar e dizer: SENHOR, deveras sou teu servo, teu servo, filho da tua serva; quebraste as minhas cadeias. Oferecer-te-ei sacrifícios de ações de graças e invocarei o nome do SENHOR (Salmos 116.16,17).

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