Santo
Eduardo, o Confessor, Rei da Inglaterra
Beata
Alexandrina Maria da Costa, Virgem
1ª
Leitura (Rom 1,1-7): Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por
chamamento divino, escolhido para o Evangelho que Deus tinha de antemão
prometido pelos profetas nas Sagradas Escrituras, acerca de seu Filho, nascido,
segundo a carne, da descendência de David, mas, segundo o Espírito que
santifica, constituído Filho de Deus em todo o seu poder pela sua ressurreição
de entre os mortos: Ele é Jesus Cristo, Nosso Senhor. Por Ele recebemos a graça
e a missão de apóstolo, a fim de levarmos todos os gentios a obedecerem à fé,
para honra do seu nome, dos quais fazeis parte também vós, chamados por Jesus
Cristo. A todos os que habitam em Roma, amados por Deus e chamados a serem
santos, a graça e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.
Salmo
Responsorial: 97
R. O Senhor revelou a sua
salvação.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou. A sua mão e o seu santo braço Lhe deram a
vitória.
O Senhor deu a conhecer a
salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça. Recordou-Se da sua
bondade e fidelidade em favor da casa de Israel.
Os confins da terra puderam ver a
salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor, terra inteira, exultai de alegria e
cantai.
Aleluia. Se hoje ouvirdes a
voz do Senhor, não fecheis os vossos corações. Aleluia.
Evangelho
(Lc 11,29-32): Acorrendo as multidões em grande número, Jesus começou a
dizer: «Esta geração é uma geração perversa. Busca um sinal, mas nenhum sinal
lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. De fato, assim como Jonas foi um
sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração.
No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará juntamente com esta geração e a
condenará, pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de
Salomão, e aqui está quem é mais do que Salomão. No dia do juízo, os ninivitas
se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão; pois eles mostraram
arrependimento com a pregação de Jonas, e aqui está quem é mais do que Jonas».
«Esta geração é uma geração
perversa. Busca um sinal»
P. Raimondo M. SORGIA Mannai OP (San
Domenico di Fiesole, Florença, Itália)
Hoje, a voz doce ainda que severa
de Cristo põe em guarda os que estão convencidos de já ter o bilhete para o
Paraíso só porque dizem: «Jesus, és tão belo!». Cristo pagou o preço da nossa
salvação sem excluir ninguém, mas é necessário observar algumas condições
básicas. E, entre outras, está a de não pretender que Cristo faça tudo e nós
nada. Isso seria não somente necedade, mas também perversa soberba. Por isso o
Senhor usa hoje a palavra perversa: «Esta geração é uma geração perversa. Busca
um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas» (Lc
11,29). Dá-lhe o nome de perversa porque põe a condição de ver antes milagres
espetaculares, para dar depois a sua eventual e condescendente adesão.
Nem diante dos conterrâneos de
Nazaré acedeu, porque exigentes! pretendiam que Jesus assinalasse a sua missão
de profeta e Messias com maravilhosos prodígios, que eles queriam saborear como
espectadores sentados na poltrona de um cinema. Mas isso não pode ser: O Senhor
oferece a salvação, mas só àquele que se sujeita a Ele mediante uma obediência
que nasce da fé, que espera e cala. Deus pretende essa fé antecedente (que no
nosso interior Ele mesmo pôs como uma semente de graça).
Uma testemunha contra os crentes
que mantêm uma caricatura da fé será a rainha do sul, que se deslocou desde os
confins da terra para escutar a sabedoria de Salomão e, acontece que «aqui está
quem é mais do que Salomão» (Lc 11,31). Diz um provérbio que «não há pior surdo
do que o que não quer ouvir». Cristo, condenado à morte, ressuscitará ao
terceiro dia: a quem o reconheça, propõe-lhe a salvação, enquanto para os
outros -regressando como um Juiz- não haverá nada a fazer, a não ser ouvir a
condenação por incredulidade obstinada. Aceitemo-lo com fé e amor adiantados. O
reconheceremos e nos reconhecerá como seus. Dizia o Beato Dom Alberione: «Deus
não gasta a luz: acende as lâmpadas na medida que façam falta, mas sempre em
tempo oportuno».
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Da mesma forma que Salomão
construiu aquele Templo, o verdadeiro Salomão também construiu um Templo:
Cristo é o verdadeiro Salomão!» (Santo Agostinho)
«Ainda hoje, para as “Nínives
modernas”, Deus procura mensageiros de penitência. Teremos a coragem, a fé
profunda, a credibilidade necessária para alcançar os corações e abrir as
portas à conversão?» (Bento XVI)
«Só a identidade divina da pessoa
de Jesus é que pode justificar uma exigência tão absoluta como esta: ‘Quem não
está comigo, está contra Mim’ (Mt 12, 30); o mesmo se diga de quando Ele afirma
ser mais que Jonas, mais que Salomão, mais que o Templo (…)» (Catecismo da
Igreja Católica, nº 590)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* O evangelho de hoje traz uma
acusação muito forte de Jesus contra os fariseus e os escribas. Eles
queriam que Jesus lhes desse um sinal, pois não acreditavam nos sinais e
milagres que ele estava realizando. Esta acusação de Jesus continua nos
evangelhos dos próximos dias. Ao meditarmos estes evangelhos, devemos tomar
muito cuidado para não generalizar a acusação de Jesus como se fosse dirigida
contra todo o povo judeu. No passado, a ausência deste cuidado contribuiu,
lamentavelmente, para aumentar em nós cristãos o antissemitismo que tantos
males trouxe à humanidade ao longo dos séculos. Em vez de levantarmos o dedo
contra os fariseus do tempo de Jesus, é melhor olharmos no espelho dos textos
para perceber neles o fariseu que vive escondido na nossa igreja e em cada um
de nós, e que merece a mesma crítica da parte de Jesus.
* Lucas 11, 29-30: O sinal de
Jonas. “Quando as multidões se reuniram, Jesus começou a dizer: "Esta
geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a
não ser o sinal de Jonas”. O evangelho de Mateus informa que eram os escribas e
os fariseus que pediram um sinal (Mt 12, 38). Queriam que Jesus realizasse para
eles um sinal, um milagre, para que pudessem verificar se ele era mesmo o
enviado de Deus conforme eles o imaginavam. Queriam que Jesus se submetesse aos
critérios deles. Queriam enquadrá-lo dentro do esquema do messianismo deles.
Não havia neles abertura para uma possível conversão. Mas Jesus não se submeteu
ao pedido deles. O evangelho de Marcos diz que Jesus, diante do pedido dos
fariseus, soltou um profundo suspiro (Mc 8,12), provavelmente de desgosto e de
tristeza diante de tão grande cegueira. Pois não adianta mostrar uma pintura
bonita a quem não quer abrir os olhos. O único sinal que lhe será dado é o
sinal de Jonas. “De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas,
assim também será o Filho do Homem para esta geração”. Como será este sinal do
Filho do Homem? O evangelho de Mateus responde: “Assim como Jonas passou três
dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará
três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12,40). O único sinal será a
ressurreição de Jesus. Este é o sinal que, futuramente, vai ser dado aos
escribas e fariseus. Jesus, por eles condenado à morte de cruz, será
ressuscitado por Deus e continuará ressuscitando de muitas maneiras naqueles
que nele acreditarem. O sinal que converte não são os milagres, mas sim o
testemunho de vida!
* Lucas 11,31: Salomão e a
rainha do Sul. A alusão à conversão do povo de Nínive associou e fez
lembrar a conversão da Rainha de Sabá: “No dia do julgamento, a rainha do Sul
se levantará contra esta geração, e a condenará. Porque ela veio de uma terra
distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que
Salomão". Esta evocação quase ocasional do episódio da Rainha de Sabá que
reconheceu a sabedoria de Salomão, mostra como se usava a Bíblia naquele tempo.
Era por associação. A regra principal da interpretação era esta: “A Bíblia se
explica pela Bíblia”. Até hoje, esta é uma das normas mais importantes para a
interpretação da Bíblia, sobretudo para a Leitura Orante da Palavra de Deus.
* Lucas 11,32: Aqui está quem
é maior do que Jonas. Depois da digressão sobre Salomão e a Rainha de Sabá,
Jesus volta a falar do sinal de Jonas: “No dia do julgamento, os homens da
cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração, e a condenarão. Porque eles
fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar”. O povo de Nínive se converteu
diante do testemunho da pregação de Jonas e vai denunciar a incredulidade dos
escribas e dos fariseus. Pois “aqui está quem é maior do que Jonas”. Jesus é
maior que Jonas, maior que Salomão. Para nós cristãos, ele é a chave principal
para a escritura (2Cor 3,14-18).
Para um confronto pessoal
1) Jesus criticou os
escribas e os fariseus que chegavam a negar a evidência, tornando-se incapazes
de reconhecer o apelo de Deus nos acontecimentos. E nós cristãos hoje, e eu:
merecemos a mesma crítica de Jesus?
2) Nínive se converteu
diante da pregação de Jonas. Os escribas e fariseus não se converteram. Hoje,
os apelos da realidade provocam mudança e conversão nos povos do mundo inteiro:
ameaça ecológica, urbanização que desumaniza, consumismo que massifica e aliena,
injustiças, violência, etc. Muitos de nós cristãos vivemos alheios a estes
apelos de Deus que vem da realidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO