Bto
Marcolino Ammáni, presbítero da Ordem dos Pregadores
Sto
Henrique de Ossó y Cervelló, presbítero e Companhia de Sta Teresa
Sta Ângela de Merici, virgem
1ª
Leitura (Hb 9,15.24-28): Cristo é mediador de uma nova aliança, para
que, intervindo a sua morte para remissão das transgressões cometidas durante a
primeira aliança, os que são chamados recebam a herança eterna prometida.
Cristo não entrou num santuário feito por mãos humanas, figura do verdadeiro,
mas no próprio Céu, para Se apresentar agora na presença de Deus em nosso
favor. E não entrou para Se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote que
entra cada ano no Santuário, com sangue alheio; nesse caso, Cristo deveria ter
padecido muitas vezes, desde o princípio do mundo. Mas Ele manifestou-Se uma só
vez, na plenitude dos tempos, para destruir o pecado pelo sacrifício de Si
mesmo. E, como está determinado que os homens morram uma só vez e a seguir haja
o julgamento, assim também Cristo, depois de Se ter oferecido uma só vez para
tomar sobre Si os pecados da multidão, aparecerá segunda vez, sem a aparência
do pecado, para dar a salvação àqueles que O esperam.
Salmo
Responsorial: 97
R. Cantai ao Senhor um cântico
novo porque Ele fez maravilhas.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou. A sua mão e o seu santo braço Lhe deram a
vitória.
O Senhor deu a conhecer a
salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça. Recordou-Se da sua
bondade e fidelidade em favor da casa de Israel.
Os confins da terra puderam ver a
salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor, terra inteira, exultai de alegria e
cantai.
Cantai ao Senhor ao som da
cítara, ao som da cítara e da lira; ao som da tuba e da trombeta, aclamai o
Senhor, nosso Rei.
Aleluia. Jesus Cristo, nosso
Salvador, destruiu a morte e fez brilhar a vida por meio do Evangelho. Aleluia.
Evangelho
(Mc 3,22-30): Os escribas vindos de Jerusalém diziam que ele estava
possuído por Belzebu e expulsava os demônios pelo poder do chefe dos demônios.
Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás?
Se um reino se divide internamente, ele não consegue manter-se. Se uma família
se divide internamente, ela não consegue manter-se. Assim também, se Satanás se
levanta contra si mesmo e se divide, ele não consegue manter-se, mas se acaba.
Além disso, ninguém pode entrar na casa de um homem forte para saquear seus
bens, sem antes amarrá-lo; só depois poderá saquear a sua casa. Em verdade, vos
digo: tudo será perdoado às pessoas, tanto os pecados como as blasfêmias que
tiverem proferido. Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo nunca
será perdoado; será réu de um ‘pecado eterno’». Isso, porque diziam: «Ele tem um
espírito impuro».
«Aquele, porém, que blasfemar
contra o Espírito Santo nunca será perdoado»
Rev. D. Vicenç GUINOT i Gómez (Sant
Feliu de Llobregat, Espanha)
Hoje, ao ler o Evangelho do dia,
você não deixa o seu espanto – “alucina”, como se diz na linguagem da rua —.
«Os escribas vindos de Jerusalém» veem a compaixão de Jesus pelas pessoas e o
seu poder que atua em favor dos oprimidos, e — apesar de tudo—dizem-lhe que
«estava possuído por Belzebu» e «expulsava os demônios pelo poder do chefe dos
demônios» (Mc 3, 22). Realmente é uma surpresa ver até onde podem chegar a
cegueira e a malícia humanas, neste caso de uns letrados. Têm diante da bondade
em pessoa, Jesus, o humilde de coração, o único Inocente e não aprendem. Eles
deviam ser os entendidos, os que conhecem as coisas de Deus para ajudar o povo,
e afinal não só não o reconhecem como o acusam de diabólico.
Com este panorama era caso para
dar meia volta e dizer: «Ficai aí!». Mas o Senhor sofre com paciência esse
juízo temerário sobre a sua pessoa. Como afirmou são João Paulo II, Ele «é um
testemunho insuperável de amor paciente de humildade e mansidão». A sua
condescendência sem limites leva-o, inclusive, a tratar de remover os seus
corações argumentando-lhes com parábolas e considerações da razão. Até que, no
final, adverte com a sua autoridade divina que esse fechar de coração, que é
rebeldia diante do Espírito Santo ficará sem perdão (cf Mc 3,29). E não porque
Deus não queira perdoar, mas porque para ser perdoado, primeiro, cada um tem
que reconhecer o seu pecado.
Como anunciou o Mestre, é longa a
lista de discípulos que sofreram a incompreensão, quando agiam com toda a boa
intenção. Pensemos, por exemplo, em Santa Teresa de Jesus quando tentava levar
à mais alta perfeição as suas irmãs.
Não estranhemos, por tanto, se no
nosso caminhar aparecerem essas contradições. Serão indício de que vamos no bom
caminho. Rezemos por essas pessoas e peçamos ao Senhor que nos dê resistência.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«O diabo é um maestro perverso
que muitas vezes mistura o que é falso com o que é verdadeiro para encobrir,
com aparência de verdade, o testemunho do engano» (S. Beda, Venerável)
«Tanto esta geração como muitas
outras, foram levadas a acreditar que o diabo era um mito, a ideia do mal. Mas,
o diabo existe e nós devemos combatê-lo, mesmo que não estejamos completamente
convencidos disso» (Francisco)
«Os sinais realizados por Jesus
testemunham que o Pai O enviou. Convidam a crer n'Ele. (...) Assim, os milagres
fortificam a fé n'Aquele que faz as obras do seu Pai: testemunham que Ele é o
Filho de Deus. Mas também podem ser “ocasião de queda”. Eles não pretendem
satisfazer a curiosidade nem desejos mágicos. Apesar de os seus milagres serem
tão evidentes, Jesus é rejeitado por alguns; chega mesmo a ser acusado de agir
pelo poder dos demónios» (Catecismo da Igreja Católica, nº 548)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm
* O conflito cresce.
Existe uma sequência progressiva no evangelho de Marcos. Na medida em que a Boa
Nova progride e é aceita pelo povo, nesta mesma medida cresce a resistência por
parte das autoridades religiosas. O conflito começa a crescer e envolve vários
grupos de pessoas. Por exemplo, os parentes de Jesus acham que ele ficou louco
(Mc 3,20-21), e os escribas que tinham vindo de Jerusalém acham que ele é um
possesso (Mc 3,22).
* Conflito com as autoridades.
Os escribas caluniam Jesus. Dizem que ele está possesso e que expulsa os
demônios com a ajuda de Belzebu, o príncipe dos demônios. Eles tinham vindo de
Jerusalém, a mais de 120 km de distância, para vigiar o comportamento de Jesus.
Queriam defender a Tradição contra as novidades que Jesus ensinava ao povo (Mc
7,1). Achavam que o ensino dele era contra a boa doutrina. A resposta de Jesus
tem três partes.
* Primeira parte: a comparação
da família dividida. Jesus usa a comparação da família dividida e do reino
dividido para denunciar o absurdo da calúnia. Dizer que Jesus expulsa os
demônios com a ajuda do príncipe dos demônios é negar a evidência. É o mesmo
que dizer que a água é seca, e que o sol é escuridão. Os doutores de Jerusalém
caluniavam, porque não sabiam explicar os benefícios que Jesus realizava para o
povo. Estavam com medo de perder a liderança.
* Segunda parte: a comparação
do homem forte. Jesus compara o demônio com um homem forte. Ninguém, a não
ser uma pessoa mais forte, poderá roubar a casa de um homem forte. Jesus é este
mais forte que chegou. Por isso, ele consegue entrar na casa e amarrar o homem
forte. Consegue expulsar os demônios. Jesus amarrou o homem forte e agora rouba
a casa dele, isto é, liberta as pessoas que estavam no poder do mal. O profeta
Isaías já tinha usado a mesma comparação para descrever a vinda do messias (Is
49,24-25). Lucas acrescenta que a expulsão do demônio é um sinal evidente de
que chegou o Reino de Deus (Lc 11,20).
* Terceira parte: o pecado
contra o Espírito Santo. Todos os pecados têm perdão, menos o pecado contra
o Espírito Santo. O que é o pecado contra o Espírito Santo? É dizer: “O
espírito que leva Jesus a expulsar o demônio, vem do próprio demônio!” Quem
fala assim torna-se incapaz de receber o perdão. Por quê? Quem tapa os olhos
pode enxergar? Não pode! Quem mantém a boca fechada pode comer? Não pode! Quem
não fecha o guarda-chuva da calúnia pode receber a chuva do perdão? Não pode! O
perdão passaria de lado e não o atingiria! Não é que Deus não quer perdoar. Deus
quer perdoar sempre! Mas é o pecador que se recusa a receber o perdão!
Para um confronto pessoal
1) As autoridades
religiosas se fecham e negam a evidência. Já aconteceu comigo eu me fechar
contra a evidência dos fatos?
2) Calúnia é a arma dos
fracos. Você já teve experiência neste ponto?
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