sexta-feira, 9 de junho de 2023

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – X Domingo do Tempo Comum

São Barnabé, Apóstolo
 
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.
 
LECTIO DIVINA
Primeira Leitura (Os 6,3-6): É preciso saber segui-lo para reconhecer o Senhor. Certa como a aurora é a sua vinda, ele virá até nós como as primeiras chuvas, como as chuvas tardias que regam o solo. Como vou tratar-te, Efraim? Como vou tratar-te, Judá? O vosso amor é como nuvem pela manhã, como orvalho que cedo se desfaz. Eu os desbastei por meio dos profetas, arrasei-os com as palavras de minha boca, como luz, expandem-se meus juízos; quero amor, e não sacrifícios, conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.
 
Responsório Sl 49(50),1.8.12-13.14-15 (R. 23b)
A todo homem que procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
 
Falou o Senhor Deus, chamou a terra, do sol nascente ao sol poente a convocou. “Eu não venho censurar teus sacrifícios, pois sempre estão perante mim teus holocaustos.
 
Não te diria, se com fome eu estivesse, porque é meu o universo e todo ser. Porventura comerei carne de touros? Beberei, acaso, o sangue de carneiros?
 
Imola a Deus um sacrifício de louvor e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo. Invoca-me no dia da angústia, e então te livrarei e hás de louvar-me.”
 
Segunda Leitura (4,18-25): Irmãos: Abraão, contra toda a humana esperança, firmou-se na esperança e na fé. Assim, tornou-se pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: “Assim será a tua posteridade.” Não fraquejou na fé, à vista de seu físico desvigorado pela idade – cerca de cem anos – ou considerando o útero de Sara já incapaz de conceber. Diante da promessa divina, não duvidou por falta de fé, mas revigorou-se na fé e deu glória a Deus, convencido de que Deus tem poder para cumprir o que prometeu. Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça. Afirmando que a fé lhe foi creditada como justiça, a Escritura visa não só à pessoa de Abraão, mas também a nós, pois a fé será creditada também para nós que cremos naquele que ressuscitou dos mortos Jesus, nosso Senhor. Ele, Jesus, foi entregue por causa de nossos pecados e foi ressuscitado para nossa justificação.
 
Aleluia. Foi o Senhor quem me mandou boas notícias anunciar; ao pobre, a quem está no cativeiro, libertação eu vou proclamar! Aleluia.
 
Evangelho (Mt 9,9-13): Ao passar, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: «Segue-me!». Ele se levantou e seguiu-o. Depois, enquanto estava à mesa na casa de Mateus, vieram muitos publicanos e pecadores e sentaram-se à mesa, junto com Jesus e seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e disseram aos discípulos: «Por que vosso mestre come com os publicanos e pecadores?». Tendo ouvido a pergunta, Jesus disse: «Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Ide, pois, aprender o que significa: ‘Misericórdia eu quero, não sacrifícios. De fato, não é a justos que vim chamar, mas a pecadores».
 
«Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores»
 
P. Jorge LORING SJ (Cádiz, Espanha)
 
Hoje, Jesus fala-nos da alegria que produz a conversão de alguém que havia afastando-se de Deus. Existem alguns textos do Evangelho que se pode entender com erros, como por exemplo: «Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores» (Mt 9,13), ou a outra frase de Jesus: «haverá no céu alegria por um só pecador que se converte, mais do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão» (Lc 15,7). Parece que Deus prefere que fossemos pecadores, e não é assim. A alegria acrescenta-se porque se trata de uma alegria distinta, nova.
 
Se um jovem emigrante voltasse para casa, sua mãe o receberia com uma grande alegria, que não lhe dão seus outros filhos que permaneceram com ela. A mãe preferia que seu filho não tivesse que emigrar a procurar um trabalho, mas ao voltar lhe dá uma alegria nova que não lhe dão os outros filhos. Se um filho estiver gravemente doente e recupera a saúde, dará aos seus pais uma alegria nova que não lhe darão seus filhos sadios. Mas o pai preferia que seu filho não adoecesse. É o caso da alegria que recebe o pai do filho prodigo quando ele voltar para casa.
 
É evidente que o Senhor quer que lhe sejamos fiéis e não nos afastemos dele. Mas quando separarmos, Ele sai a buscarmos, como o Bom Pastor que deixa as outras ovelhas no redil e sai em busca da ovelha perdida até encontrá-la. «Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes» (Mt 9,12); Jesus Cristo, médico divino, não espera aos doentes acudirem a Ele, mas Ele mesmo sai ao seu encontro. Como diz Santo Agostinho, Jesus «convoca aos pecadores à paz, e aos doentes à cura».
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Mateus, que estava destinado a ser apóstolo e mestre dos gentios, no seu primeiro contato com o Senhor arrastou atrás de si pelo caminho da salvação um grupo considerável de pecadores» (São Beda o Venerável)
 
«Que Maria, que é Mãe de misericórdia, coloque em nossos corações a certeza de que somos amados por Deus; que fique perto de nós nos momentos de dificuldade e que nos dei os sentimentos do seu Filho, para que o nosso itinerário seja uma experiência de perdão, acolhida e caridade» (Francisco)
 
«Jesus escandalizou, sobretudo, por ter identificado a sua conduta misericordiosa para com os pecadores com a atitude do próprio Deus a respeito dos mesmos (399). Chegou, até, a dar a entender que, sentando-Se à mesa dos pecadores (400), os admitia no banquete messiânico (401). Mas foi muito particularmente ao perdoar os pecados que Jesus colocou as autoridades religiosas de Israel perante um dilema» (Catecismo da Igreja Católica, nº 589)
 
Cristo passa e chama quem Ele quer
 
Pe. Pedro Viva
 
Retomando o Tempo Comum da liturgia e após as solenidades da Santíssima Trindade e do Corpo e Sangue do Senhor, entramos, de novo, no ritmo litúrgico da vida quotidiana de Jesus. Um tempo mais distendido em que muitas das actividades pastorais estão a chegar ao fim e se começam a preparar as do próximo ano. É neste contexto da vida eclesial e pessoal de avaliação, pausa e programação que somos confrontados com o chamamento de Mateus a seguir o Mestre. Surpreendente o chamamento deste homem, por parte de Jesus, e não menos surpreendente a resposta imediata de Mateus. Jesus encontra-o entregue ao seu trabalho e não perde tempo. Faz o mesmo hoje com cada uma e com cada um de nós. Todos os momentos são bons para nos chamar a um maior seguimento e a fazer-nos rever as nossas prioridades e projetos.
 
Ao tempo de Jesus, a maioria dos rabinos eram escolhidos por aqueles que os reconheciam por mestres e que com eles queriam aprender. Jesus tem uma forma de ser diferente. É ele quem chama quem ele quer e escolhe até aqueles que o senso comum diria que não eram boas escolhas. Mateus/Levi é sem dúvida um destes, pois era cobrador de impostos, ou seja, alguém mal-visto pela sociedade em geral. Eram tidos como colaboracionistas com o estado romano opressor, na recolha de impostos; cobravam em regra mais do que deviam, caindo na usura e até no roubo descarado; olhavam mais para os bens materiais que aos bens espirituais. Por isso, deles se dizia que não tinham salvação possível, pois mesmo que quisessem restituir o que tinham roubado, era tanto que nem eles sabiam.
 
Jesus chama para o seguir um homem assim. É uma provocação de Jesus para aqueles que se consideravam puros. Mas os gestos inauditos de Jesus não se ficam por aqui. Vai mais longe. Participa numa festa, num banquete onde estão amigos de Mateus, também eles cobradores de impostos. E isto é alvo de críticas. No texto paralelo de Marcos, afirma-se que a festa decorreu na casa dele, ou seja, de Jesus, e assim se percebe melhor a crítica: acolhe os pecadores e come com eles. Jesus não se limita a chamar Mateus para o seguir. Não o chama para o repreender pela sua vida e pela sua conduta moral. Também não o fará com Zaqueu. Isto não significa que não se importe com o que ele faz. Simplesmente a sua pedagogia é outra: o do perdão e o da misericórdia. É o amor que salva e, uma vez, sentindo-se amado, a pessoa reconhece os caminhos novos a trilhar.
 
Jesus convida para o seguir e para ir até uma festa. Se tivermos em conta que o Reino de Deus era comparado a um banquete, então percebemos melhor onde Jesus nos leva: à salvação. Também Mateus e pecadores como ele são alvo do amor e da salvação de Jesus. Ninguém fica de fora.
 
Ao chamamento de Mateus e à participação no banquete, a terceira parte do nosso texto refere a indignação dos fariseus e a tripla resposta que Jesus lhes dá: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Ide aprender o que significa: ‘Prefiro a misericórdia ao sacrifício’. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores». Jesus desconcerta-os pela sua resposta. Afinal, quem não quiser entrar na lógica de Jesus ficará fora da festa da misericórdia. Não participará no banquete da reconciliação, como o irmão mais velho da parábola do Filho Pródigo que se indignou com o pai por ter organizado uma festa para o filho mais novo, seu irmão, mas que não o considera como tal, que tinha regressado, segundo ele, depois de ter consumido a herança com uma vida dissoluta.
 
Seguir Jesus, escutar a sua voz, requer silêncio e disponibilidade de coração. Requer perseverança e conversão interior. Requer uma visão nova da vida e do mundo. Requer um olhar segundo a lógica de Deus.
 
* A celebração da Eucaristia é constituída por dois momentos fundamentais: a liturgia da Palavra e a liturgia Eucarística. A mesa da Palavra e a mesa do pão. Após o chamamento a Mateus, Jesus leva-o a participar num banquete onde todos têm lugar, sem excepção. Assim deve ser a Eucaristia. Não é um banquete dos que se consideram puros, mas um convite de amor que é oferecido a todos e ao qual Jesus nos atrai. É assim que compreendo a Eucaristia? É assim que a minha comunidade cristã celebra a Eucaristia?
 
* Disse-lhe: «Segue-Me». Ele levantou-se e seguiu Jesus. Tantas vezes nos levantamos das nossas vidas, das nossas casas, aos domingos e de semana, para poder participar na Eucaristia. Mas é o Senhor quem passa e chama: «Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com Ele». Seguir o Mestre implica disponibilidade imediata, «pois quem mete a mão ao arado e olha para trás não é digno de Mim (Lc 9, 62). Como ouço os apelos de Jesus e lhes respondo? Com que prontidão?
 
* Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens. Ao contrário do comodismo que nos instala, Jesus desinstala-nos e propõe-nos a segui-Lo. Assim aconteceu com Mateus, que, do imobilismo em que se encontrava, sentado a cobrar impostos, de imediato se levantou. E é na medida em que nos dispomos a segui-Lo que poderemos assumir a Sua missão, hoje. Ser discípulo missionário é estar disposto a seguir o mestre para onde Ele quer que vá e para onde nos leva a ir. Que contributo quero eu dar para ajudar quem vive na tristeza, no desespero, na angústia?
 
* …Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores. Quem na verdade, neste mundo, se pode considerar justo? E, no entanto, em cada Eucaristia, Jesus se oferece como Pão vivo descido do Céu para nos alimentar das razões que precisamos para viver. Mais do que nos convidar a comer e a beber, Jesus, como a Mateus, partilha, à mesa, da Sua vida e da Sua amizade. Convida-nos à intimidade e é nesse ambiente que Mateus descobre quem é e o que é chamado a fazer. Assim devia ser em cada Eucaristia. O lugar de encontro uns com os outros e com Deus. E com o coração reconciliado e agradecido, aceitar o ite missa est como um desafio à missão e não ao descanso imobilista.
 
Depois de se ter lido e meditado o evangelho do Domingo, proponho que se reze a oração do Pai-Nosso, com especial enfoque nas palavras: perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, para se realçar a importância do perdão como início de uma vida nova.
 
Ao mesmo tempo, se for oportuno, dar espaço à partilha para que cada um possa contar alguma experiência pessoal em que sentiu o chamamento de Deus e como respondeu a esse apelo. Ou, então, que se partilhe em alternativa alguma história vocacional contemporânea, como a do jovem beato Carlo Acutis, um apaixonado pela Eucaristia e um testemunho extraordinário de seguimento de Jesus no mundo contemporâneo.
 
LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO


Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
 
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
 
Deus Pai dos Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo Paráclito, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
 
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
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Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram,...
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos,...
 
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
 
V. — Jesus, manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
 
ORAÇÃO
Onipotente e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.
 
CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, senão para honrá-lo, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado. Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte. Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer, nem me separar de Vós. Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.

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