sexta-feira, 1 de julho de 2016

Solenidade de São Pedro e São Paulo, apóstolos

Evangelho (Mt 16,13-19): Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos discípulos: «Quem é que as pessoas dizem ser o Filho do Homem?». Eles responderam: «Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros ainda, Jeremias ou algum dos profetas». «E vós», retomou Jesus, «quem dizeis que eu sou?». Simão Pedro respondeu: «Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo». Jesus então declarou: «Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus».

«Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo»

Mons. Jaume PUJOL i Balcells Arcebispo de Tarragona e Primaz de Catalunha (Tarragona, Espanha)

Hoje, celebramos a solenidade de São Pedro e São Paulo, que foram fundamentos da Igreja primitiva e, portanto, da nossa fé cristã. Apóstolos do Senhor, testemunhas da primeira hora, viveram aqueles momentos iniciais de expansão da Igreja e selaram com o seu sangue a fidelidade a Jesus. Oxalá nós, cristãos do séc. XXI, saibamos ser testemunhas credíveis do amor de Deus no meio dos homens, tal como o foram estes dois Apóstolos e como têm sido tantos e tantos dos nossos conterrâneos.

Numa das suas primeiras intervenções, o Papa Francisco, dirigindo-se aos cardeais, disse-lhes que temos de «caminhar, edificar e confessar». Ou seja, temos de avançar no nosso caminho da vida, edificando a Igreja e confessando o Senhor. O Papa advertiu: «Podemos caminhar tanto quanto quisermos, podemos edificar muitas coisas, mas se não confessamos Jesus Cristo, alguma coisa não funciona. Acabaremos por ser uma ONG assistencial, mas não a Igreja, esposa do Senhor».


Escutamos no Evangelho da missa de hoje um fato central para a vida de Pedro e da Igreja. Jesus pede àquele pescador da Galileia um ato de fé na sua condição divina e Pedro não duvida em afirmar: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo» (Mt 16,16). Imediatamente a seguir, Jesus institui o Primado, dizendo a Pedro que será a rocha firme sobre a qual será edificada a Igreja ao longo dos tempos (cf. Mt 16,18) e dando-lhe o poder das chaves, a suprema potestade.

Embora Pedro e os seus sucessores sejam assistidos pela força do Espírito Santo, necessitam igualmente da nossa oração, porque a missão que têm é de grande transcendência para a vida da Igreja: têm de ser fundamento seguro para todos os cristãos ao longo dos tempos; portanto, todos os dias temos de rezar também pelo Santo Padre, pela sua pessoa e pelas suas intenções.

«Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo»

+ Mons. Pere TENA i Garriga Bispo Auxiliar Emérito de Barcelona (Barcelona, Espanha)

Hoje é um dia consagrado pelo martírio dos apóstolos São Pedro e São Paulo. «Pedro, primeiro predicador da fé; Paulo, mestre esclarecido da verdade» (Prefácio). Hoje é um dia para agradecer à fé apostólica, que é também a nossa, proclamada por estas duas colunas com sua prédica. É a fé que vence ao mundo, porque crê e anuncia que Jesus é o Filho de Deus: «Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!» (Mt 16,16). As outras festas dos apóstolos São Pedro e São Paulo vêem outros aspectos, mas hoje contemplamos aquele que permite nomeá-los como «primeiros predicadores do Evangelho» (Coleta): com seu martírio confirmaram seu testemunho.

Sua fé, e a força para o martírio, não lhes veio de sua capacidade humana. Jesus então lhe disse: Feliz é Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus (cf. Mt 16,17). Igualmente, o reconhecimento “daquele que ele perseguia” como Jesus o Senhor foi claramente, para Saulo, obra da graça de Deus. Em ambos os casos, a liberdade humana que pede o ato de fé se apóia na ação do Espírito.

A fé dos apóstolos é a fé da Igreja, uma, santa, católica e apostólica. Desde a confissão de Pedro em Cesaréia de Felipe, «cada dia, na Igreja, Pedro continua dizendo: ‘Vós sois o Cristo, o Filho do Deus vivo!’» (São Leão Magno). Desde então até nossos dias, uma multidão de cristãos de todas as épocas, idades, culturas e, de qualquer outra coisa que possa estabelecer diferenças entre os homens, proclamou unanimemente a mesma fé vitoriosa.

Pelo batismo e a crisma estamos no caminho do testemunho, isto é, do martírio. É necessário que estejamos atentos ao “laboratório da fé” que o Espírito realiza em nós (João Paulo II), e que peçamos com humildade poder experimentar a alegria da fé da Igreja.

O passado, o encontro e as curas…

Fernanda Mendes de Souza

A Igreja, no Brasil, celebra hoje os Santos Apóstolos Pedro e Paulo.

Que Pedro e Paulo são marcas singulares na história da Igreja, disto ninguém dúvida. Que Pedro e Paulo viveram com afinco a ordem de Jesus, “ide pelo mundo e pregai o Evangelho”, disto também não temos dúvida.

Pedro e Paulo assumiram suas missões de proclamar o Evangelho de Cristo até o martírio. Com personalidade totalmente diferentes. Porém, algo me chama atenção: três pontos em comum que vejo em Pedro, Paulo, eu e você.

O PASSADO. Quem é Pedro? Pedro era um pescador, possuía uma pequena atividade de pesca no lago de Genesaré, e sentia-se atraído por um sincero interesse religioso, por um desejo de Deus… Era um judeu crente e praticante, convencido da presença ativa de Deus na história do seu povo. E tem um detalhe importante: Pedro na verdade é o nome dado pelo próprio Cristo, “Petros”, “pedra”, “rocha”. Onde Jesus escolheu para fundar a sua Igreja.

E Paulo por sua vez, Saulo de Tarso até ter seu nome também mudado por Jesus, e agora Jesus Ressuscitado. Paulo era um judeu e foi jovem para Jerusalém para estudar a fundo a Lei de Moisés aos pés do grande rabino Gamaliel. Havia aprendido também uma profissão manual e rude, a fabricação de tendas. Paulo também era um judeu zeloso e colocava no centro a Lei de Deus. Porém, a pessoa de Jesus, crucificado e ressuscitado, num primeiro momento, como judeu zeloso que era, considerou inaceitável e até escandalosa a mensagem de que Jesus era a remissão dos pecadores. Por isso mesmo se sentiu no dever de perseguir os seguidores de Cristo até fora de Jerusalém.

O ENCONTRO. Ambos tiveram com Jesus um encontro que mudaram suas existências. O ponto de partida para a missão de Pedro acontece num dia qualquer, enquanto Pedro estava envolvido em seu trabalho de pescador. Jesus se encontrava no lago de Genesaré, e a multidão apinha-se a seu lado para escutá-Lo, até que Jesus vê duas barcas, e entra na barca que estava Simão Pedro, e Jesus lhe pede que afastasse um pouco a barca da margem. Ou seja: Jesus desejava tirar Pedro da superficialidade do primeiro encontro com Pedro que havia acontecido quando André seu irmão, o leva para conhecer Jesus. Jesus desejava profundidade neste encontro. E ali, sentado nesta cátedra improvisada, Jesus pede pra Simão para que lançasse as redes em águas mais profundas para a pesca. Simão respondeu: “Mas Mestre, tentamos a noite inteira e não pescamos nada. Mas em atenção à tua palavra, eu lançarei as redes.” (Lucas 5: 4-5). E Jesus depois lança uma frase aterradora no coração de Pedro: “Pedro, não temas! Doravante serás pescadores de homens.” (Lucas 5,10)

E Saulo de Tarso, há o encontro com Saulo se deu justamente a caminho de Damasco onde iria para continuar sua perseguição aos Cristãos. Paulo literalmente cai do seu cavalo. O objetivo de Saulo era ir para Damasco com o fim de levar presos para Jerusalém todos os homens e mulheres que achasse seguidores de Jesus. E quem na verdade ficou “preso” foi o próprio Saulo, quando encontra com Jesus Ressuscitado que o conduz a Damasco para ali tocar e mudar radicalmente toda a sua vida.

A CURA. Sim! Para seguir Jesus não basta o passado e o encontro, mas é necessário a cura de coração. Tanto Pedro quanto Paulo, carregavam feridas em seus corações. Feridas essas que somente Jesus poderia alcançá-las. Pedro carregava em seu coração uma amargura grande por ter negado Jesus por três vezes. Justamente aquele Jesus que conviveu de perto, que testemunhou ao vivo e a cores suas palavras, seus milagres, sua vida. E Jesus sabia que para Pedro cumprir a missão que Ele reservava a Pedro, era preciso curar aquela amargura de Pedro. (Recomendo fortemente que você assista no youtube uma pregação do Padre Léo onde ele narra essa cura de uma maneira comovente e curadora para os nossos corações. A pregação você encontra com o título “A cura do coração de Pedro”).

E a cura do coração de Paulo começa a acontecer justamente no caminho que o levava para aquela meta de perseguir os cristãos. Mas vou deixar o próprio Papa Francisco narrar essa história:

“Paulo é envolvido por uma luz potente, sente uma voz que o chama, cai e fica momentaneamente cego. Saulo o forte, o seguro, estava no chão. Naquela condição compreende a sua verdade: não era um homem como Deus queria, porque Deus criou todos nós para estarmos em pé, com a cabeça erguida. Mas a voz do céu não diz apenas “Por que me segues?”, mas o convida a se levantar. E quando começou a se erguer, não conseguia e percebeu que estava cego, naquele momento havia perdido a visão. ‘E se deixou guiar’. O coração começou a se abrir. Assim, levando-o pela mão, os homens que estavam com ele o conduziram a Damasco, onde por três dias não pôde ver, não comeu e nem bebeu. Este homem estava no chão, mas logo entendeu que deveria aceitar esta humilhação. A humilhação é o caminho para abrir o coração. Quando o Senhor nos envia humilhações ou permite que elas venham, é justamente para isso: para que o coração se abra, seja dócil, se converta ao Senhor Jesus”. Explicou Francisco em sua homilia no dia 15 de abri de 2016.

Termino com certeza no coração, de que celebrar a solenidade de São Pedro e São Paulo neste dia de hoje é um convite para uma reflexão profunda da minha história com Jesus. Hoje é um bom dia para nos perguntarmos: Quem somos? Qual a nossa história? Onde está o encontro com Jesus nessa história? Quais as curas que Jesus já realizou em nós? E quais as curas nós ainda precisamos permitir que Ele realize?

Que São Paulo e São Pedro, rogue por nós! Amém!

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